Foi com grande expectativa que pegámos no Battlefield 4 para a PS4 e todo o poder destrutivo que o novo motor gráfico Frostbite 3 permite. Depois de tantos gamers nos terem dito que este era o jogo pelo qual esperavam no lançamento da PS4 e que só faria sentido comprar a nova consola da Sony quando saisse este jogo da Electronic Arts, mais ainda subiu a fasquia da expectativa gerada.

Desde que a série Battlefield chegou ao mercado, a DICE sempre se focou em dar aos jogadores mais do que apenas uma experiência com imensas batalhas travadas na terra, no mar e nos ares numa sinfonia de destruição e caos, além de oferecer um pouco de estratégia e, acima de tudo, muita diversão.

Mas será que Battlefield conseguiria suplantar não só os jogos anteriores? BF3 foi lançado há apenas dois anos e se recuarmos mais um ano, Bad Company 2, e para além disso não seguir o caminho algo duvidoso, para não dizer desastroso do COD Ghosts?

É que este género corre um enorme risco sempre que é lançado um sucessor, que se chama tédio, imaginação, inovação e manter a diversão. Eu que não sou um hardcore gamer deste género, de FPS, o COD Ghosts teve como melhor parte a utilização do cão, portanto estão a ver que para mim algo diferente e interessante tem que me cativar, isso e a história.

Nessas duas componentes a série Battlfield tem me conquistado, não só pela enorme variedade de níveis, por ar, terra e mar, mas como os objectivos, as armas, os gadgets que fazem com que o “andamento” do jogo seja bom juntamente com a história, que não sendo incrível, leva-me à descoberta e a querer conhecer o seu final.

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Battlefield 4 foca-se em dois modos, se calhar deveria dizer que só se foca no multiplayer mas já lá iremos…; o modo campanha leva o jogador em sete missões cheia de adrenalina e uma história supostamente complexa com um certo toque de drama em volta dos protagonistas, e o multiplayer massivo, onde até 64 jogadores num único imenso mapa para causar todo tipo de desordem, destruição com diversas armas, veículos, equipamentos e até desastres naturais, sendo que na maioria das vezes também podem ser desencadeadas pelo próprio jogadores.

Mas primeiro vamos focar no Modo Campanha de Battlefield 4. Com certeza não é o maior motivo deste jogo ser tão famoso, porém desta vez a história que a DICE queria contar recebeu um grande foco do departamento de marketing, querendo demonstrar uma história dramática em volta destes quatro protagonistas num cenário de guerra envolvendo as grandes duas superpotências, China e Estados Unidos.

No fundo a China divide-se através de um golpe militar com as tensões entre EUA e Rússia a dispararem. Seis anos depois dos eventos de Battlefield 3, em que uma bomba nuclear foi despoletada em Paris, os três países entram em guerra. Fazemos então parte d’O Esquadrão Tombstone que é destacado para Baku no Azerbeijão, para tentar obter informações sobre as movimentações de Pequim e Moscovo mas, no rescaldo da missão com perdas importantes, os Marines passam a estar no centro de uma conspiração que envolve a CIA e os serviços secretos Chineses.

Porém, talvez o pior problema seja o fato do jogador tomar o papel do protagonista silencioso, nós simplesmente seguimos ordens e ouvimos o que os outros tem a dizer, mesmo sendo o líder do esquadrão.

Em Battlefield 4, parecemos um pouco um boneco que somente se move e atira, enquanto vê todos os personagens a reagirem aos eventos que ocorrem no jogo. Ouvir os diálogos entre as outras personagens, e diálogos interessantes, diga-se, está bem conseguido no sentido de nos tentar imergir na história, mas não sermos parte integrante e não falarmos, torna-se chato e vazio.

Para quem não gosta muito de multiplayer, aqui só tem duas opções, ou não gosta de Battlefield ou então está feito. É que a campanha acaba-se num instante, numa tarde de chuva, por exemplo, e o que a campanha faz no fundo é mais uma preparação para o modo online, por exemplo a incorporação de uns binóculos electrónicos onde podemos comandar e distribuir a nossa “companhia”, dá o lado estratega que será muito útil no modo online. Isto porque a história não é assim tão interessante como deveria ser. Mais uma vez flashbacks e flashfowards, numa perspectiva ainda por cima de peão, de telespectador que não fala.

Passemos para aquele que é considerado o ex-libris deste Batlefield 4, o modo multiplayer.
Para começar, Battlefield 4 traz uma nova variedade armas, modificações, veículos abrangendo terra, ares e mar, além de novas formas de criar estratégias e o factor Levolution para adicionar um ponto caótico à receita completa.

Quatro classes podem ser utilizadas pelo jogador, além do modo Comandante. Temos a classe de Assalto focada em rifles e equipamentos médicos, como o kit de cura e o desfibrilador, o versátil Engenheiro para lidar com os combates mais fechados, além de destruir/reparar veículos de diversas formas, o Suporte que trabalha com metralhadoras pesadas e pacotes de munição, e por ultimo temos o Batedor, com armas de longo alcance e equipamentos exclusivos para dar um suporte ao marcar inimigos no campo de batalha graças a sua “visão além do alcance”.

E, por fim, temos o Comandante, que pode ser escolhido assim que se chega ao nível 10. Ele dá uma nova perspectiva ao jogador, com nuances de um jogo de estratégia em tempo real, onde ele poderá enviar suporte de veículos para os soldados que estão no chão, mandar misseis, suporte aéreo e ajudar a equipa de diferentes formas.

É um modo inventivo e uma adição muito bem vinda para trazer novas mudanças ao multiplayer, porém o Comandante consegue ser bem melhor quando o jogo está com mais jogadores, já que a oportunidade de ajudar aumenta cada vez mais.

Agora uma das melhores mecânicas adicionadas para Battlefield 4 tem por nome Levolution, feito para mudar o funcionamento de um campo de batalha numa questão de minutos. Em certos mapas o Levolution vai criar novos caminhos, noutros, ele fecha por completo para trazer novos desafios e aberturas diferentes que podem ser utilizadas contra e a favor do jogador.

Todos os dez mapas jogáveis na versão normal de Battlefield 4 têm o seu próprio momento de Levolution. Em Lancang Dam o jogador pode destruir uma represa e criar uma batalha naval na parte inundada; em Siege of Shangai, o imenso arranha-céu no meio do mapa pode deixar de existir e cercar o posto de controle de escombros; e em Paracel Storm temos um dos momentos mais impressionantes graças ao Frostbite 3, quando uma tormenta chega às lhas de uma forma tão agressiva que o trabalho de Batedor se torna impossível, e para piorar tudo, um gigantesco navio Destroyer acaba por invadir e desmoronar tudo no ponto central do mapa.

É extremamente divertido e impressionante como Levolution pode funcionar tanto para ajudar como prejudicar, além de criar alguns momentos memoráveis nos mapas onde é melhor implementado.

Todos estes momentos formam o que Battlefield 4 realmente é, uma sinfonia quase perfeita de destruição, caos, estratégia e diversão.

Battlefield 4 vale sobretudo por este modo multiplayer, sendo o modo campanha tão curto, sentimos que muito do futuro deste tipo de jogos é a componente online e sem dúvida alguma que a EA e a DICE pensaram que mais valia apostar nisso e deixar um pouco de lado a história. Da minha perspectiva mal, mas isso é a minha modesta opinião.
Mas no modo multiplayer, BF4 arrasa por completo a concorrência e coloca o modo multiplayer numa nova fasquia através não só do motor gráfico Frostbite 3 e da forma como o Levolution funciona transformando a experiência em algo memorável, no fundo é isso que BF4 é, uma experiência online memorável.