É com muito entusiasmo que voltamos pela terceira vez este ano a um jogo da LEGO. Depois do maravilhoso LEGO Marvel Super Heroes e de LEGO The Movie The Videogame, eis que mergulhamos no mundo do Hobbit.

Vamos apenas percorrer os dois primeiros filmes, An Unespected Journey e The Desolation of Smaug, sendo que o terceiro capítulo será em espécie de DLC.

Depois do Universo peculiar de LEGO The Movie, com todo o ambiente construído em verdadeiras peças LEGO, a TT Games volta ao tradicional ambiente animado e em mundo aberto, que podem explorar entre as missões e é claro depois de concluirem a história principal do jogo. Desde já posso dizer que se acharam o mapa do LEGO Lord of the Rings grande, meus amigos este é muito maior e com muito mais para fazer. Vão explorar parte da Terra Média, visitando o Shire, Bree, Rivendell entre outros locais icónicos, assim como encontrar personagens e coleccionáveis que vos vai consumir muitas, mas muitas horas de jogo.

Já a história em si ainda dura algumas boas horas a concluir, dependendo do tempo que gastam nas missões secundárias pelo meio, uma dúzia de horas deverá chegar para viajarem por esta recriação sempre cheia de humor e até mais leve para os mais novos.

Apesar de todos os momentos chave dos dois filmes estarem presentes, por vezes sentimos que a narrativa tem velocidades díspares, ou anda muito devagar até mesmo no percurso de missão para missão, ou então através de cutscenes andamos “meio filme” para a frente.

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Parte da razão disso acontecer prende-se com algumas das novidades implementadas neste jogo. Acontece com alguma frequência uma de duas coisas: ou temos os nossos anões e o Gandalf todos a percorrer o nível e isso gera uma enorme confusão, isto porque ou precisamos de andar a trocar de um para o outro e estamos no meio de uma luta ou acção; ou porque temos que abrir o inventário e procurar pelo anão que precisamos, e acreditem que se não soubermos de cor a “funcionalidade” de cada um, pode tornar-se uma seca. Isto de facto cria por vezes algumas situações de stress, especialmente se tiverem a jogar em co-op, onde com os ângulos de câmara ainda como calcanhar de Aquiles dos jogos da LEGO e as trocas entre vários elementos complicam muito a concretização dos objectivos.

Ainda no campo da mecânica, houve duas alterações, nomeadamente se pensarmos no universo do Senhor dos Anéis, como será lógico. Nomeadamente o Buddy up, onde nos juntamos a outro boneco LEGO para executar acções ou ataques específicos que vão desde o alcance no ataque seja na horizontal ou vertical à a ajuda para subir plataformas. A outra novidade é a incursão do Master Builder que vimos pela primeira vez no jogo LEGO The Movie The Videogame. Eu pessoalmente gosto muito deste modo de construir objectos recriando os manuais físicos, dá um toque mais orgânico ao jogo, no entanto não sei se fará tanto sentido no contexto em que se insere LEGO The Hobbit.

Graficamente notamos que na versão PS4, a versão analisada, já demonstra o cuidado específico para a nova geração de consolas, nota-se especialmente no detalhe, nos reflexos, no ambiente, etc. A nível de iluminação é que nos pareceu que algo não estava assim tão bem, é fácil perdermos a percepção do que se está a passar no ecrã, os tons utilizados não ajudam porque se misturam com grande facilidade e nem mesmo o indicador da nossa personagem através de um círculo da cor do nosso comando, ajudou a que não nos perdessemos na acção.

Já a nível sonoro, impecável a transposição da maioria das vozes do filme, com os icónicos Ian McKellen a dar voz a Gandalf, assim como Martin Freeman a Bilbo e até Christopher Lee surge como o narrador Saruman.

LEGO The Hobbit satisfaz o já típico consumidor de jogos LEGO e até das peças físicas, com os pormenores que fazem as delícias de pequenos e graúdos, mas não da mesma forma que LEGO Marvel Super Heroes. Se por um lado tem um vastíssimo mundo para explorar e com várias missões secundárias, a confusão que cria em vários aspectos desde a mecânica à luminosidade e angulos da câmara não deixam chegar a esse patamar de excelência. A TT Games tem que de facto arranjar uma solução na vertente co-op e creio que se não o fizer rapidamente não haverá como perdoar mais essa falha. No entanto deixar passar ao lado mais um jogo LEGO é imperdoável…