A PS4 recebeu o seu segundo jogo do franchise LEGO em muito pouco tempo e até podemos dizer que a consola da nova geração da Sony, fica assim com dois jogos da TT Games no seu catálogo num curto espaço de tempo.
Um dos pontos interessantes será saber ate que ponto o avanço tecnológico e do motor de jogo foi desenvolvido e aperfeiçoado, aproveitando o poder de fogo da PS4. Mas outros aspectos serão também importantes descortinar, como a TT Games pretende evoluir no seu franchise, se há caminhos novos para explorar, a inovação na abordagem do jogo e em especial neste jogo, até que ponto uma conversão do filme para um videojogo correu bem, visto conhecermos tão bem o resultado que isso tem dado no geral.
Abordando o jogo em si, aviso já que têm que ir ver o filme primeiro. Não só porque o filme é “awesome”, mas porque se não o fizerem vão ficar a saber tudo do filme quando o forem eventualmente ver. Grande parte do jogo tem as sequências animadas do filme em si, e para perceber algumas alterações que foram feitas no percurso do jogo para ir de encontro ao filme mas sem tirar o facto de podermos jogar essa parte, torna-se mais fácil depois do visionamento filme que estreia esta quinta-feira.
Posto isto, começamos o jogo, tal como o filme começa, encarnando Vitruvius, o profeta, que luta contra o Lord Business para que ele não consiga a arma perfeita, o Klang. Vitruvius falha e fica cego nessa luta, mas lança a profecia de que um dia um LEGO de cara amarela, o “Special” vai aparecer e encontrar a “Piece of Resistance” e juntamente com a sua armada derrotar o Lord Business e salvar o mundo LEGO.
Oito anos e meio passam até que Emmet Brickowski descobre essa mesma peça por acidente no local onde trabalha, isto é na construção civil da sua cidade, Bricksburg. Ao tocar nesta mesma peça, Emmet é considerado o escolhido, o Special e com tarefa de salvar o mundo. Pelo meio conhece Wildstyle, a rapariga que queria ser a “Special” mas que rapidamente descobre que Emmet também não o será, pelo menos não voluntariamente e ajuda-o juntamente com todos os seus amigos, incluindo o Batman ou os Masters Builders nessa sua demanda para derrotar Lord Business.
É esta história aqui brevemente contada, e sem tentar spoilar nada, que vamos jogar o jogo The LEGO Movie. Começamos por controlar Emmet num mundo aberto, a sua cidade, Bricksburg, e vamos jogando os níveis que recriam o filme. Sempre com um ligeiro twist, uma abordagem diferente e por vezes até muito mais complexo que o filme e que nos dão até mais informação sobre o filme.
A grande diferença não só na apresentação mas também na mecânica, é que tal como o filme, o jogo é feito todo ele em verdadeiras peças LEGO, isto é, é o primeiro jogo em que todo o mundo que podemos descobrir e construir é apenas feito de peças LEGO e como tal, a interactividade com essas peças é muito mais realista, muito mais autêntica e muito mais orgânica. Ao ponto das nossas personagens moverem-se de uma forma muito mais “rígida” (visto o filme ter sido feito em “stop-motion”).
Por isso mesmo a fluidez poderia ter sido comprometida, mas na verdade não o foi, porque facilmente temos zonas do jogo com uma enorme afluência de peças a voar, coisas a acontecer objectos centrais e secundários em movimento e tudo gira numa homogeneidade e fluidez assinaláveis.
Já a mecânica dos níveis também garantem essa fluidez e também o dinamismo e o factor novidade que seria necessário neste ponto em que todos nós já jogámos muitos jogos do franchise e podemos facilmente cair no tédio.
Para isso contribui a variedade de objectivos que nos são pedidos, desde dançar, destruir e construir, o modo master builder onde temos que conjugar uma sequência de peças para construir algo único que nos é pedido, e o modo “real” de construir LEGO, onde temos que recuperar um número de folhas de um manual de instruções da LEGO para depois ajudarmos na construção dessa peça, através da escolha correcta das peças para essa mesma construção.
Graficamente a versão da PS4 tem algumas diferenças nas frame rates que atinge, o mesmo acontece na Xbox One e nos PC’s, mas as diferenças não são aasim tão significativas, demonstrando que a TT Games apostou apenas em fazer um jogo que servisse todas estas plataformas em vez de se calhar arriscar um pouco mais nas consolas da nova geração e não apenas polir um pouco mais os gráficos. Verdade também, é o facto de continuara a existir alguns problemas com as câmeras no modo de cooperação (que infelizmente ainda não acontece onine), facto que começo a achar que já deveria ter sido resolvido, após tantos jogos do franchise.
Quem gostou do filme vai adorar o jogo, vai ter a oportunidade de reviver a bela história que foi colocada nas telas de cinema, vai perder bastantes horas a jogar o Modo História, perto de 8 a 12 horas, dependendo de quantas vezes perdem, porque os saves são por nível e não por checkpoint, e vai perder mais umas boas horas se quiser concluir a 100% e desbloquear todos os extras que como é habitual na série, têm para o fazer. Podemos dizer que é mais um jogo “awesome” da LEGO, mas com alguns problemas do costume.