Corria o ano de 1985 quando saiu um daqueles jogos que se viria a tornar um dos ícones nas consolas NintendoBomberman, desenvolvido pela Hudson Soft é um dos vários jogos que têm acompanhado as consolas das Nintendo ao longo dos tempos, embora nunca tenha sido um sucesso estrondoso como Super Mario ou Legend of Zelda. Contudo, foi sempre um jogo muito apreciado por todos os fãs da Nintendo.

Com a chegada da Nintendo Switch chega também um novo Bomberman – o Super Bomberman R – agora desenvolvido pela Konami, quase 9 anos depois do último lançamento para uma consola Nintendo (Bomberman Blast para a Wii). É um daqueles títulos nostálgicos e enquanto fazia a análise de Super Bomberman R lembrava-me dos tempos da minha “Famicom”, que tão bem lembrei na análise de Othelloe sim, Bomberman era um dos 42 jogos. Como devem calcular, já em 1989 era um grande jogo e um dos que eu mais jogava. Totalmente em 2D, com vista de cima para baixo e inimigos que mais pareciam uns balões com uma cor alaranjada, como se tivessem apanhado sol um pouco mais do que o recomendado. Em suma, excelente jogo para aquela altura!Mas vamos então ver o que Super Bomberman R tem para nos oferecer. Começando pelo modo história, existem oito irmãos Bomberman, todos nativos do planeta Bomber e que partilham do objectivo de lutar pela justiça e proteger o universo. Robots tão determinados na sua missão, que treinam dia e noite… ou não! Certo dia recebem uma mensagem do Imperador Buggler informando que o próprio é o novo governador do Universo e que conquistou os cinco principais planetas do Sistema Solar do Céu Estrelado. Como devem imaginar é aqui que a nossa história começa. Os oito irmãos metem mãos à obra e vão até esse sistema solar de modo a trazerem de volta a paz e a justiça. Cada planeta tem um Bomber do mal para o proteger, como é óbvio serão os Boss finais de cada um dos planetas, mas já lá vamos.

Cada planeta tem 8 níveis para concluirmos. Se em alguns níveis o objectivo é aniquilarmos todos os inimigos que se encontram no campo de batalha, noutros, o objectivo é pressionarmos todos os interruptores que existem em campo. Claro que mesmo neste último, existirão sempre inimigos a tentar travar a nossa progressão. Depois de concluídos esses níveis temos então de enfrentar um dos Bombers do mal. Aí existem dois níveis: primeiro derrotá-los na sua forma normal e posteriormente vencê-los numa arena completamente aberta e onde utilizam um robot enorme para nos tentarem destruir. Como é fácil de prever, depois de completarmos os cinco planetas derrotando os cinco bombers do mal, será a vez de lutarmos contra o Imperador Buggler.

A Konami conseguiu um excelente trabalho no modo história. Está bastante dinâmico, divertido e não é demasiado longo, nem demasiado curto. Diria mesmo que está no ponto. Existem três níveis de dificuldade: o Iniciante, Veterano e Especialista. Na dificuldade de Iniciante os níveis não apresentam qualquer dificuldade para serem superados, qualquer jogador, mesmo que nunca tenha jogado Bomberman, não terá qualquer problema, até em níveis mais avançandos. Já a dificuldade de Veterano (a minha favorita), já mostra uma Inteligência Artificial dos inimigos bastante apurada, sendo evidente quando nos tentam cercar. Já a dificuldade de Especialista, é mesmo para os melhores jogadores, com uma Inteligência Artificial a roçar o muito difícil. Neste modo o melhor é sempre tentar pensar num plano antes de colocar qualquer bomba, sendo que com o mapa totalmente aberto fica bastante complicado enfrentarmos os inimigos.

Claro que como em qualquer jogo da serie teremos os habituais itens que vamos coleccionando de forma a melhorarmos o nosso bomberman: maior quantidade de bombas, aumentar a potência destas, aumentar a velocidade do nosso personagem, possibilidade de chutar ou agarrar nas bombas, entre outras coisas.

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Quanto aos Bosses, estes infelizmente estão terríveis e seja qual for a dificuldade conseguem ser bastante complicados. Especialmente no primeiro modo, em que somos apenas nós contra os Bombers, chega a ser frustrante e até desesperante tentar constantemente encurralá-los com o alcance de uma bomba. Na verdade, a melhor maneira de derrotá-los, por muito parvo que pareça, é colocar uma bomba e depois correr tipo kamikase para cima desse Boss e colocar outra bomba no timing certo para que a explosão da anterior atinja a última, desenvolvendo uma reacção em cadeia de modo a apanhar o nosso inimigo.

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Para superar este tipo de problemas, a maneira mais fácil de jogar o modo história será mesmo em modo cooperativo, onde podem jogar com um amigo, o que é sempre bastante mais divertido. Até no caso dos Bosses fica bem mais simples de os vencer, pois os dois podem combinar os locais onde vão colocar as bombas, não dando a mínima hipótese ao adversário.

O modo mais divertido do jogo e que provavelmente terá maior sucesso, é o modo Batalhas. Existem três opções: O Batalha Multiplayer, onde podemos jogar com vários jogadores que estejam connosco e/ou contra a IA, são de todos contra todos e vão de 4 a 8 jogadores; O modo Batalha Local, em que podemos fazer jogos contra outros jogadores que tenham uma Nintendo Switch perto da nossa; Por fim, o modo Batalha Online onde podemos jogar contra outros jogadores espalhados pelo mundo inteiro. Neste último modo recomendo que vão até as opções do jogo e nas configurações de rede alterem para “Procurar oponentes que tenham boa conexão de rede”, caso não faço podem ter a certeza que vão apanhar jogos com imenso lag, estragando completamente a experiência.

Falando ainda do deste último modo, há que referir a Liga de Batalhas, servindo como uma espécie de ranking para saibam qual o vosso nível, cujo objectivo é ganhar os jogos para acumular pontos e tentar subir de divisão. Acreditem, será um dos modos que mais vão jogar, pois além de ser competitivo é bastante divertido. Um modo que leva Super Bomberman R a mostrar todo o seu potencial.

Em todos estes modos, seja nas Batalhas ou no modo História, os jogadores vão ganhando moedas, que servem para serem usadas na loja e onde podem comprar novos tipos de mapa, acessórios para personalizar o vosso bomberman e até novos personagens adicionais. As personalizações vão desde chapéus, flores, bolas de futebol, gelados, guitarras eléctricas, entre outras coisas. Descansem, todas as moedas que ganharem é através do jogo, não existe opção de comprar moedas com dinheiro real.

A jogabilidade de Bomberman está boa, mas é preciso realçar que é bastante mais fácil jogar com o D-pad do que com o analógico, pelo menos a mim fez-me bastante diferença. Algo que não podem fazer quando decidirem jogar em co-op, uma vez que têm de entregar um dos Joy-Cons ao vosso companheiro. Seja como for, jogar Bomberman na companhia de alguém é muito mais divertido do que em single player.

Graficamente o jogo está muito bonito, completamente em 3D e com uma vista isométrica. Infelizmente a câmera é fixa e digo “infelizmente” por um motivo: existem momentos em que deixamos de ver o nosso bomberman, principalmente quando jogamos contra os Bosses, que por causa do seu tamanho, se formos para a zona atrás das suas costas deixamos de ver o nosso boneco, o que em alguns casos dificulta um pouco a vida.

Um ponto em que infelizmente temos de tocar, é o preço de Super Bomberman R, bem sei que a Nintendo Switch saiu no dia 3 de Março e o seu catalogo neste momento não é muito vasto, mas quase 50€ é demasiado pelo conteúdo oferecido neste jogo. Se não conhecermos o jogo e olharmos para o preço ainda pensamos que temos em mãos um Metal Gear Solid ou algo parecido. Mas não, é apenas Super Bomberman R, que por muito bom que esteja (e de facto está), os jogadores estão simplesmente (e exageradamente) a pagar a marca Bomberman.

Concluído, Super Bomberman R cumpre o seu propósito e trás-nos o divertimento de outros tempos, melhorado, com novas opções e com um modo batalhas bastante divertido. Nota-se claramente que o jogo foi pensado para ser jogado em multiplayer, seja online ou apenas com amigos ao nosso lado, o que torna a experiência muito melhor.