Bom título para um filme, ou para uma das séries da Game of Thrones, mas a verdade é essa. O rei está de volta. Não nos podemos esquecer, que pelo menos para mim, o maior reinado foi o do PES, foi quando anos consecutivos, PES e Winning Eleven davam abadas aos títulos vindos da EA Sports, não podemos esquecer que foi o PES que nos trouxe o famoso ރ + ✖, ou R1 para correr e não podemos esquecer que antes da era das “Guerra das Licenças”, o editor do PES era a melhor coisa que alguma vez tinha sido desenvolvida. Editor esse que permitiu à saga uma longevidade intensa, com as comunidades a desenvolveram constantes updates, constantes Option Files, quem sabe, dando a ideia à EA Sports de criar um sistema que o fizesse constantemente, o conhecido Match Day.

No entanto não podemos fugir à realidade, e a verdade é que o PES, na geração anterior e na entrada da nova estatelou-se ao comprido. Ficaram parados no tempo, a jogabilidade tinha perdido a sua identidade, e no fundo perdeu-se a esperança no título, até mesmo quando importaram o FOX Engine, desenvolvido por Hideo Kojima, a coisa não se deu, porque a jogabilidade, aquela jogabilidade do PES 6, se tinha perdido.

Mas eis que a esperança renasce! PES 2015, entrou na fase “ou vai ou racha” e debateu-se contra si mesmo, na tentativa de devolver aos jogadores o estilo arcade, sem deixar de ser um simulador, mas trazendo de volta o divertimento das partidas com os nossos amigos, o divertimento de “dar nós”, de utilizar o R2 para com toques subtis deixar os adversários por terra e devolver o futebol espectáculo. Os movimentos estão mais leves, menos presos, aliás, as demonstrações a que tivemos acesso não fazem jus ao resultado final, muita coisa foi afinada desde a demo, e tudo para melhor.

No entanto há coisas que não foram adicionadas e que é uma enorme pecha no jogo. Desde logo, as licenças das equipas, a Liga Inglesa coitada… a nossa só se safam os 3 grandes (Benfica, Porto e Sporting), estádios portugueses nem vê-los, fraca presença de estádios europeus e para finalizar este capítulo, talvez o maior problema de todos deste PES 2015. A não existência de podermos colocar um Option File trabalhado pelas comunidades e alterar emblemas e importar equipamentos. A PS4 e a Xbox One, não permitem a importação dos ficheiros para a sua máquina e consequentemente para o jogo, logo toda essa edição terá que ser feita única e exclusivamente no In-Game Editor. Que por mais completo e abrangente que seja, não vai dar o mesmo realismo.

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Já que falamos em realismo, temos que assinalar que o FOX Engine, agora sim faz-se notar, e neste campo os 3 grandes do futebol português ficaram a ganhar com o realismo e detalhe que grande parte dos seus jogadores têm, como no caso de Luisão, André Almeida, Maxi Pereira, Gaitan, Enzo Pérez, Artur, ou William Carvalho, André Martins, Slijmani, Nani, Tanaka e ainda Martins Indi, Casemiro, Quaresma, Brahimi, ou Jackson, estão incríveis. O problema são os outros e mais uma vez a falta de licença de tantos e tantos clubes.

No relvado o FOX Engine reproduz tudo isto numa enorme fluidez, com as animações a serem o ponto alto, tantos nos festejos, como na entrada no campo ou o público que está muito mais bem retratado e “natural” do que no FIFA 15. Todo o ambiente em volta do jogo é bastante superior no PES 2015, e para “nós” portugueses também contribui o facto de o jogo estar localizado para português com os comentários de Luís Freitas Lobo e Pedro Sousa, comentadores SportTv. Apenas a nível das repetições e do ambiente “televisivo”, o FIFA 15 continua a ganhar.

A nível das competições disponíveis, mais o vez a saga PES conta com a licença da UEFA Champions League, assim como da UEFA Europa League, ainda a Copa Libertadores, a AFC Champiosn League, a Copa Sudamericana e a possibilidade de jogarem qualquer uma das ligas e taças existentes.

Quanto aos modos de jogo para além das competições já referidas, há o My CLub, onde vão perder muitas horas (e dinheiro se se meterem nas micro transações). Aqui vão construir a vossa Dream Team, para isso têm que pegar numa equipa mediana e consoante as vossas vitórias e feitos, vão ganhando pontos para contratarem agentes, jogadores, treinadores, para que a vossa equipa seja a melhor do mundo.

Com um sistema de “slot machine” vão vos saindo jogadores para formarem a vossa equipa e conseguir passar o próximo adversário. Quanto mais jogarem, mais pontos ganham, mais contratações poderão fazer, pensando sempre na constituição da equipa perfeita consoante os vários parâmetros que vos possa dar um melhor “espírito de equipa” e potencial. Um sistema simples, descomplexado e que promete colocar a Master League num segundo plano.

Para além destes modos ainda existem as competições online, os jogos amigáveis online ou offline e um incrível sistema de treinos, que tenho que referir, porque é extremamente divertido, sentimos mesmo que estamos num treino de captações e é do mais variado, já para não falar da quantidade de exercícios que podemos fazer. Ah e apenas uma coisa para os fãs de PES, os livres estão de volta! Para quem era como eu, viciado em treinar livres, vão ver que vai compensar em larga escala.

Acabo como comecei, o Rei está de volta efectivamente, se é para roubar o trono ou não, vai depender dos gostos de cada um. A questão das licenças poderá fazer uma grande diferença na balança para uns, as competições para outros, a jogabilidade mais divertida, mais arcade para uns, a jogabilidade mais de simulação para outros. Espero que esta review vos ajuda na escolha, mas algo que é incortonável, é a evolução e o melhoria que o PES 2015 trouxe, capaz de ombrear, finalmente, com o FIFA 15, e nesse sentido pode ainda não ser o supra-sumo do desporto rei, mas dá-nos esperança que esteja próximo de acontecer e para alguns isso já tenha acontecido. Fico contente de ver o PES “back in the game”.