O que acontece quando um dos maiores clássicos dos fps é reinventado, reescrevendo a 2ª guerra mundial pelo caminho? A resposta é este jogo.

Wolfenstein revolucionou a forma como víamos os videojogos em 1992, nesta altura o herói Blazkowicz lutava contra os nazis, numa história alternativa, em que o stealth em nada era importante, em que as balas eram para ser gastas, e a estratégia de jogo era muitas vezes sempre em frente e balas neles.

Mas hoje em dia, será que um dos jogos que escreveu a história dos fps consegue manter a fórmula que cativa?

Quando comecei este The New Order, estava um pouco relutante, afinal é um fps em consolas, o que salvo raras excepções, (Halo, Destiny) é um formato que deixa sempre a desejar, mas ao mesmo tempo era o Wolfenstein. Ao inicio pensei que estava infelizmente certo, ao ser bombardeado com comandos predefinidos, como abre a escotilha, corre salta, e etc… Até que quase 20 min depois me põem finalmente uma arma nas mãos.

E foi ai nesse momento, que percebi, isto não é um fps moderno, isto é Wolfenstein!

O jogo começa com um tutorial/nível inicial gigante passada em plena 2ª grande guerra, este nível mostra-nos aquilo que Wolfenstein sempre teve de melhor, os castelos, masmorras e labirintos, com salas secretas, e armas, muitas armas para disparar!!! Durante este nível são nos introduzidos todos os estilos, de jogo, sendo que podemos optar agora por ser mais furtivos, com uma abordagem mais stealth, mas honestamente tira metade do gozo. Podemos achar que ter muitas armas pode ser significado de precisamos de muitas balas, ou o saber utilizar correctamente cada uma delas. Mas não, em momento algum me senti ficar sem balas, e isto não é apenas no tutorial. Quando o termina-mos este tutorial e efectivamente o jogo começa, estamos num mundo governado pelos nazis, que ganharam a guerra, e cabe-nos a nós libertar os últimos resistentes, e fazer frente a esta nova ordem mundial.

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Num universo alternativo, onde ao contrário de outros títulos da serie, foi dada mais ênfase às evoluções tecnológicas do que ao oculto, torna esta titulo mais próximo a uma realidade, e mais próximo de nós jogadores.

O jogo é sublime nessa reinvenção chegando ao ponto de a banda sonora conter algumas pérolas dos anos 50/60 em versão na língua alemã, os cenários são bem construídos, com veículos da época re-imaginados, através de inovações tecnológicas.

As armas são também elas reinventadas, mas credíveis, transmitindo um outro gozo a cada tiro que damos. O sistema de disparo é normal sendo que é nos dada a hipótese de em grande parte das armas usar uma em cada mão, o que trás animação, mas não funcionalidade, pois os tiros não são certeiros, e não acrescenta muito ao jogo.

O sistema de recompensas esse sim está bem estruturado, sendo que vamos recebendo perks, para usar no jogo, quando fazemos certas e determinadas acções, como matar furtivamente 3 generais entre outras, e isto dá-nos por exemplo um “radar” que nos permite perceber se já foram chamados reforços entre outros upgrades a personagem.

A nossa personagem o Blazkowicz tem neste jogo uma profundidade de carácter como não tinha nos anteriores, não é apenas uma máquina que carrega armas e descarrega cartuchos, mas sim alguém com quem acabamos por nos identificar, e que queremos a todo o custo manter vivo.

Como ponto negativo, a inteligência artificial dos inimigos, ou a falta dela se é que o podemos dizer. Acontece mais do que uma ou duas vezes ao longo do jogo, os soldados inimigos ignorarem o corpo de um colega morto no chão…

Um reboot de uma serie clássica dos videojogos, mas acima de tudo um jogo que faz o que lhe é pedido, diverte horas a fio sem querer ser o próximo grande simulador.

Review feita com base na versão PS4, e um especial agradecimento ao Pedro Romão que nos forneceu esta cópia para análise.