Developer: Koei Tecmo Games
Plataforma: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC
Data de Lançamento: 15 de Fevereiro de 2022

Tal como já é habitual na franquia Dynasty Warriors, depois de um jogo novo surge sempre, uns tempos depois, o seu spin-off Empires, que alia o estilo tradicional da série com um pouco mais de estratégia. Para quem não está habituado a estes jogos, devo dizer que são os tradicionais hack and slash, conhecidos também pelo seu estilo Musou que a Koei Tecmo tanto gosta de implementar nos seus jogos. Em palavras simples, os chamados, 1 contra 1000.

Assim sendo e mantendo a tradição, depois do último Dynasty Warriors 9, lançado em 2018, chega agora o seu spin-off Dynasty Warriors 9 Empires com a base da história a manter-se idêntica, mas bem diferente na forma de jogar e abordar o jogo. Continua a ter como tema central a história da China Antiga e todas as incidências e nomes importantes que a marcaram, para o bem ou para o mal. Baseado no “Romance dos Três Reinos”, obra escrita no século XIV por Luo Guanzhong, é possível viver várias faces da moeda e estar a lutar ao lado de diferentes líderes capazes de conquistar a China Antiga. 

O principal modo de jogo deste Dynasty Warriors 9 Empires é o Conquest Mode no qual vamos tentar conquistar os Três Reinos da Antiga China num estilo Game Of Thrones. Digo isto porque há que ter toda uma estratégia para conquistar as várias zonas do mapa e depois disso ir para combate concretizar essas nossas jogadas. Enquanto preparamos tudo, há outros Comandantes a conquistar terras e a roubar-nos espaço. Isto multiplicado por vários líderes, tudo se passa ao mesmo tempo, o que é muito divertido.

Esta é a parte estratégica do jogo, e diga-se de passagem, a que achei melhor, uma vez que para jogar a parte do combate prefiro Dynasty Warriors 9. A aventura começa com quem nós quisermos e na época que quisermos, desde que esteja disponível. Podemos escolher um líder Comandante ou fazer a vida de um soldado independente se assim quiserem. A história pode ser alterada por nós e isso acaba por ser bastante curioso. 

Eu iniciei o Conquest Mode com um Comandante para tentar dominar os Reinos. Desde logo percebi que iria ter de reunir o nosso conselho de Guerra para definir objetivos a curto, médio e longo prazo, mas focados essencialmente nos próximos seis meses. Há uma data de ações, detalhes e decisões para tomar. A cada ação que tomamos, passa um mês no jogo, o que torna as decisões muitas vezes mais difíceis. Podemos focar-nos mais no treino dos nossos soldados, em dar-lhes bem estar, a tentar recrutar outros oficiais para a nossa armada, entre muitas outras coisas. 

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Vamos poder tentar forjar alianças com outros líderes para conquistar alguma zona que esteja sob alçada de alguém mais forte e depois quem sabe ser um vilão de todos os tamanhos e romper a aliança. É necessário reunir soldados, materiais, melhorar as condições de combate e isso não é tarefa fácil. Quando muitas vezes queremos melhorar alguma coisa, outras vão ficar para trás e podem depois ser necessárias quando surge uma invasão às nossas terras por exemplo. É um bocado o jogo do gato e do rato, onde quem conquistar mais é quem ganha. É também importante cumprir os objetivos que nos propomos a fazer nas reuniões, uma vez que se os fizermos, vamos ganhar mais recursos e dinheiro. Há ainda vários títulos que nos vão sendo atribuídos e podemos, ou não, decidir usá-los para, por exemplo, facilitar negociações com outros operacionais que às vezes tentamos roubar a outras zonas ou melhorar as alianças. Há títulos bons e outros mais maléficos, ambos com vantagens e desvantagens, é uma questão de sermos nós a decidir.

Passando para a parte das batalhas, há boas novidades em relação a jogos anteriores da série Empires. A que gostei mais foram os Planos Secretos, mas já lá vou. Quando naquelas reuniões de Guerra tomamos a decisão de atacar uma zona, o objetivo é domar o seu Castelo. É com isso em mente que partimos para o campo, onde a ação decorre. Agora haverá pequenos campos de batalha à volta de todo o Castelo a que o jogo chama de “Storming The Castle”. Convém ter o controlo dessas bases para depois avançar. Como jogador, vamos ter de correr a uns e a outros conforme estejam em maior dificuldade. As escolhas que fazemos no terreno e quem vamos ajudar primeiro, podem ser decisivas para definir  se saímos dali com a vitória ou com a derrota. Podem ainda utilizar instruções aos vossos soldados para conquistarem os cercos e assim evitar andar a correr de um lado para o outro, mas nem sempre dá resultado.

Paga-nos o café hoje!Depois de conquistar os cercos é hora de entrar no Castelo para uma “Batalha Decisiva”, onde vamos ter de derrotar o comandante daquele reino. Só depois de o vencer poderemos proclamar vitória e ver o mapa a crescer com a nossa influência. No entanto, o que parece simples, nem sempre é, e por isso, muitas vezes entram em jogo os chamados Planos Secretos de cada estratega. Dependendo das condições envolvidas, esses planos podem revelar-se fulcrais para o sucesso ou insucesso da vitória na batalha e até obrigar à retirada das tropas. Para dar alguns exemplos, dependendo de vários fatores podemos ver que o adversário está a derrotar os nossos mensageiros ou a capturar as bases à volta do seu Comandante e isso dificulta as coisas. Também podemos usar estes planos para a nossa vantagem, mas sinceramente, fui mais vezes apanhado na curva do que consegui pôr em prática o que quer que fosse. Mesmo assim, adorei esta mecânica porque torna as batalhas bem mais imprevisíveis e variadas.

De resto, sobre a jogabilidade em batalha já sabem o que esperar se costumam jogar a franquia ou qualquer jogo com a mão da Koei Tecmo. Quando mandarem um inimigo ao ar, vão logo uns quantos, como se estivessem todos sincronizados, podemos chamar o cavalo para andarmos mais rápido pelo mapa e até fazer algumas investidas. Vamos usar as espadas, lanças ou arcos e até os poderes especiais que cada personagem tem para conseguir derrotar os nossos inimigos. Tudo naquele estilo de combate em que quando usamos um certo poder, teremos de esperar um tempinho para voltar a usar novamente. Há vários estilos de luta, conforme quem se escolhe. Desde a Infantaria, que são capazes de atacar os cercos de forma mais eficaz, os da Cavalaria que criam mais danos aos quartéis e ainda os Arqueiros que realizam ataques em simultâneo. Tudo são escolhas personalizáveis e isso dá uma maior variedade ao jogo que nunca será igual quando decidirem jogar novamente o Conquest Mode. É essa uma das riquezas de Dynasty Warriors 9 Empires.

A parte de edição de personagens também assume um papel importante. Podemos editar tudo e mais alguma coisa e até quase criar histórias nossas dentro daquela temática que é a invasão e conquista de Reinos. Com os 94 personagens jogáveis de Dynasty Warriors 9 e mais de 700 oficiais comuns, imaginem as coisas que podem fazer se forem criativos.

Onde eu estava à espera de mais era na parte gráfica do jogo, uma vez que joguei numa PlayStation 5. Não há assim grandes evoluções naquilo que já tinha sido feito e é claramente um jogo que assenta bem na PS4 e na Xbox One, mas fica por aí. Ainda não é um Dynasty Warriors de nova geração. A nível de acessibilidade e informação que vemos nos menus, também há aqui trabalho a fazer. Pode ser complicado para novos jogadores olhar para tanta informação pouco explicativa e ainda que haja um tutorial, não é dos mais elucidativos, sobretudo na parte estratégica que é quase ignorada.

Dynasty Warriors 9 Empires é um jogo que diverte bastante e certamente agradará aos fãs desta franquia. Para quem não costuma jogar este tipo de jogo pode ser um pouco confuso no início, mas quando se percebem as possíveis estratégias que se pode usar e se começa a ver as várias zonas do mapa a serem dominadas por vários líderes, acaba por se tornar um bom vício. É quase como se estivéssemos num jogo de tabuleiro a conquistar terras. As batalhas também trazem algumas novidades importantes para a evolução da franquia. Fiquei curioso para ver um Dynasty Warriors 10 com novas mecânicas. A espera não deve ser muita.

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Élio Salsinha
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-dynasty-warriors-9-empires<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">A parte estratégica</li> <li style="text-align: justify;">Planos Secretos nas batalhas</li> <li style="text-align: justify;">Edição de personagens</li> <li style="text-align: justify;">Reescrever a História</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Graficamente não é da nova geração</li> <li style="text-align: justify;">Confuso para novos jogadores</li> </ul>