Developer: Ubisoft
Plataforma: PC
Data de Lançamento: 17 de fevereiro de 2023

Se existe uma franquia que apanhou os tempos áureos dos jogos de estratégia em tempo real (RTS) foram os diversos jogos de The Settlers, e com jogos como Age of Empires, Warcraft, Starcraft, Command & Conquer, entre tantos outros, estes são jogos que fazem parte da história desta indústria. The Settlers, para muitos, era superior em diversos aspectos, já que oferecia pormenores no jogo que poucos conseguiam proporcionar.

A verdade é que The Settlers está de volta, 30 anos depois do seu primeiro jogo, e depois de muitos anúncios e adiamentos, finalmente chegou aos jogadores. Provavelmente os mais fanáticos da franquia não ficaram tão satisfeitos com o resultado final, já o jogador mais casual, certamente que adorará este divertido jogo de estratégia. The Settlers: New Allies parece um novo início da franquia, onde tudo está mais simples, e oferece satisfação ao jogador desde o primeiro minuto.

Algo que se nota, desde logo, é um grafismo totalmente renovado e de acordo com os padrões actuais. Quer os edifícios, os trabalhadores, as unidades de combate, assim como os cenários, estão visualmente cativantes, a ver-se as personagens a fazer a entrega de materiais necessários, e também os trabalhadores nos edifícios a apanhar o trigo, a tratar dos porcos, a fazer as armas, entre tantas outras coisas. Nesse aspecto, o difícil é não ficarmos rendidos ao jogo, ainda por cima com a possibilidade de zoom e de rodar a câmara em qualquer sentido, sendo possível assistir a todos esses pormenores.

Quem já está habituado aos RTS sabe que este tipo de jogos tem diversos pilares onde se concentram, e é necessário ter atenção a todos eles. Aquele que provavelmente vem à cabeça de todos é o combate. E esse é um deles, mas em Settlers, a economia, a expansão de território e a exploração também são pontos essenciais para ter sucesso. Diria que o jogo está dividido em duas partes, o modo Campanha, que é bastante engraçado, embora bastante fácil para todos os que estão habituados a RTS, e o modo Skirmish, que certamente será onde a maioria dos jogadores passará grande parte do tempo, a jogar online.

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Já entraremos em mais detalhe nestes dois modos, mas não posso deixar de referir a existência de um excelente Tutorial, que está dividido em 11 capítulos, onde 10 nos ensinam a par e passo cada uma das diversas vertentes do jogo, desde o básico de movimentar unidades, à produção produtos essenciais, à logística, ao combate, à parte defensiva e até como podemos fazer melhoramentos. Quanto ao 11.º capítulo, será um jogo contra a inteligência artificial (IA) onde metemos à prova tudo o que aprendemos.

Se nos focarmos agora no modo Campanha, diria que não consegue ser tão incrível como noutros jogos da franquia. Ainda assim, é uma campanha com alguma qualidade, e que consegue oferecer aos jogadores umas boas horas de diversão. Conta-nos a história de um povo que, devido a uma guerra civil, vê-se na obrigação de fugir da sua terra natal para não acabar completamente dizimado. É na tentativa de encontrar novas terras, que durante a exploração, encontra outros povos – uns mais amigáveis e outros menos. Isto fará com que o jogador durante 13 missões tenha a oportunidade de jogar com as três “tribos” que existem no jogo, Elari, Maru e Jorn. A campanha começa com os Elari, mas na sua aventura vamos conhecer outros povos, vamos fazendo alianças, e ao tentar ajudá-los teremos a oportunidade de jogar com as outras tribos e derrotar os seus inimigos, tudo na tentativa de criar um lugar onde a paz perdure entre povos diferentes.

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Durante as missões, vamos ter diversas cinemáticas que nos mostram como a história se desenrola, dando um gostinho diferente relativamente a outros jogos, em que essas cinemáticas só acontecem no início e no fim das missões. Diria que depois do Tutorial, este é um óptimo local para porem à prova as vossas aprendizagens, para depois irem com muito mais confiança para o modo Skirmish.

Falando na Skirmish, este modo está dividido em 3 partes: o PVP, o Casual e o Hardcore. O PVP será o local onde podem jogar online contra outros jogadores e com a opção de 1 vs 1, 2 vs 2 e 4 vs 4. O Casual, é o mesmo que dizer, jogar contra a IA, e vão ter mais uma vez as opções 1 vs 1, 2 vs 2 e 4 vs 4. Por fim, o Hardcore, sendo o local dos desafios do jogo, e onde podem ganhar XP e Fragmentos. Existem sempre 3 desafios que vão sendo alterados de tempos em tempos, cada um deles tem um nível de dificuldade e obviamente quanto maior a dificuldade, maior a XP e maior o número de Fragmentos que vão adquirir. Como são desafios, vão ter diversos obstáculos, desde os adversários já começarem melhor preparados, ou terem um limite de tempo para acabar a missão, ou não existirem tantos recursos como habitualmente, entre outras coisas. Felizmente, algo muito interessante neste modo, é que podem jogá-lo em modo cooperativo com amigos, tornando assim os desafios mais fáceis.

Algo que não posso deixar de referir por estar bastante escondido é a maneira do jogador escolher os mapas no modo Skirmish, isto é, escolher não é bem o termo correcto, já que isso não dá para fazer, mas podem desactivar os mapas que gostam menos. Para não jogarem nesses mapas,  devem ir às Opções → Jogabilidade → Preferências de Mapa, depois irá aparecer a lista dos 13 mapas, e será aí que os podem desactivar. Foi uma escolha um pouco estranha por parte da Ubisoft, já que na maioria dos jogos deste tipo, o jogador é que escolhe o mapa que quer jogar, em vez de ser uma escolha aleatória por parte da IA.

Referir também que em qualquer dos modos de Skirmish vão ter a possibilidade de jogar com qualquer uma das três tribos, os Elari, os Maru e os Jorn, cada um terá a sua especificidade, tornado o jogo diferente conforme jogarem uns ou com outros.

Provavelmente, a pergunta que fizeram automaticamente quando falei de Fragmentos foi para que estes servem, e a resposta é simples: servem para serem gastos na Loja do jogo. Descansem, que, embora exista uma Loja, nada do que compram lá faz terem vantagem relativamente a outros jogadores. Basicamente podem comprar cosméticos de vários tipos, desde alteração de skins dos personagens, como os soldados, por exemplo, ou mesmo a alteração do papel do vosso avatar. Estes cosméticos podem ser comprados a partir de Fragmentos que ganham nas partidas de Massacre, ou a partir de dinheiro real, comprando créditos para gastarem na loja.

Falando com mais detalhe sobre a jogabilidade, teremos os seguintes recursos básicos: pedra, madeira, ouro, diamantes, ferro e carvão. Alguns deles como pedra e madeira são essenciais para construir os edifícios que depois poderão usar os outros recursos. Ao contrário da maioria dos outros RTS, basta construir um edifício para construirmos unidades de batalha, em Settlers nunca foi assim, e contínua a não ser, já que para chegar à fase de construir unidades de batalha terão de seguir diversas fases, ter quem trata do ferro para fazer os lingotes de ferro, e a partir desse material, conseguiram construir os escudos, os arcos e os machados para conseguirem treinar unidades para as batalhas.

Por outro lado, e não menos importante, é o transporte de materiais, já que em Settlers, os edifícios para serem construidos necessitam de materiais, além disso, esses materiais precisam de chegar ao local da construção, e para isso precisam de ter transportadores disponíveis para levar até ao local os materiais. Depois existem os engenheiros que são os que vão construir os edifícios. Isto é, isto são apenas dois exemplos de como Settlers sempre apresentou mecânicas muito interessantes em relação aos outros RTS. É um jogo que requer que o jogador seja um autêntico gestor para que tudo funcione, e a verdade é que já era necessário novamente um jogo assim.

Obviamente que nem tudo é perfeito no jogo, principalmente no modo Skirmish que será certamente o mais jogado, falta-lhe diversas opções, a de escolher os mapas como já referi, mas também opções de conseguirmos jogar com número ímpar de jogadores, de formar equipa com a IA, contra outros jogadores. Isto é, faltam opções que facilmente podem chegar a partir de actualizações, o que significa que o jogo tem tudo para se tornar ainda melhor nos requisitos que o Skirmish ainda necessita.

The Settlers: New Allies chega como um divertido RTS, que se foca bastante mais na economia e na construção do que nas batalhas, embora estas também sejam muito importantes no jogo. Sabendo o que jogo tem para oferecer, é fácil dizer que os fãs de jogos de estratégia não ficarão indiferentes ao jogo, pelo menos aqueles que gostam de jogos que não sejam demasiados confusos, e com demasiada complexidade. Diria que, para um recomeço depois de tantos anos, encontrou o equilíbrio correcto para trazer novos jogadores para a franquia, mas também para mostrar aos fãs de longa data.

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Rui Gonçalves
Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-the-settlers-new-allies<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Uma jogabilidade divertida e de fácil compreensão</li> <li style="text-align: justify;">Graficamente muito bonito</li> <li style="text-align: justify;">Excelente tutorial</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Modo Skirmish necessita mais opções</li> </ul>