Developer: Electronic Arts, EA Sports, Metalhead Software
Plataforma: Xbox Series X|S, PlayStation 5, PC, Nintendo Switch, Xbox One, PlayStation 4
Data de Lançamento: 02 de Junho de 2023
Recentemente analisei aqui no Salão de Jogos, o MLB The Show 23, um jogo de basebol, onde o objetivo era trazer, na mais pura das formas, a realidade e a simulação de um jogo real. Aqui a conversa é outra, Super Mega Baseball 4 é essencialmente uma experiência arcade, bastante mais divertida e acessível.
Não significa que seja melhor, ou pior, simplesmente é diferente. Até é injusto compará-los, apesar de serem os dois do mesmo desporto, mas é como olharmos para a franquia da NBA 2K e comparar com um dos jogos NBA 2K Battlegrounds ou ver o WWE 2K ser comparado à série WWE Battlegrounds. Aliás é esse tipo de boneco, que este jogo usa para agarrar quem não conhece tanto a modalidade, ou quem apenas quer ter uma experiência menos séria no ramo do basebol.
Nunca tinha jogado nenhum dos jogos anteriores da franquia e por isso, não o vou comparar com os antecessores no que toca ao gameplay. O que vos conto aqui é em relação a este e o certo é que em Super Mega Baseball 4 acertar na bola não é uma tarefa tão difícil como em MLB The Show, onde às vezes o desespero toma conta de alguns novatos. Aqui senti que estava logo pronto para jogar, apesar de alguma confusão com as combinações de botões que fazem os jogadores avançar ou recuar uma base. É de intuição fácil, mas apanhar o jeito a tantas situações diferentes demora o seu tempo e requer alguma prática. Só alguma, é ir jogando.
Apesar de isto parecer a brincar, tal como num jogo real, têm de estar atentos a todas as incidências da partida, só que podem estar com um sorriso no rosto porque a certa altura olham para o batedor e lá está ele a fazer uma dança ridícula. Podem acontecer uma data de situações hilariantes, tais como uma bola que saiu disparada e acertou nas partes íntimas e o jogador cai sem aguentar, ou falharmos a bola e o jogador, chateado, decidir partir o taco ao meio, entre muitas outras “distrações”.
Para quem não está familiarizado com equipas ou atletas da modalidade, não vai achar nada estranho, mas se ligam às equipas que atualmente lutam pela MLB, não estão no jogo certo. Existem sim 240 ex-jogadores da modalidade espalhados por oito equipas fictícias, como os Wild Pigs ou os Grapplers, que podemos escolher para jogar em qualquer modo de jogo. O valor destas equipas é muito idêntico, muda apenas nos diversos estilos dos jogadores. Uma pode ter melhores batedores e outra mais velocidade ou precisão de passe, por exemplo.
Em modos de jogo, há muito por onde escolher, seja offline ou online com imensas combinações de poderem jogar em modo cooperativo. Online podem jogar partidas para o ranking e niveladas no Pennant Race ou então jogar Ligas Online com outros jogadores, podendo haver a hipótese de jogar em crossplay com outras plataformas. Podem criar ligas privadas ou juntar-se a algumas já criadas por outros jogadores, algo que faz falta noutros jogos de desporto bem mais conceituados e que por acaso também são da EA. Não deixa de ser estranho. Até nestes modos online o equilíbrio é um ponto chave para os desenvolvedores. Isto porque existe, tal como na realidade, um Draft que recebe “novos” jogadores nas ligas ou a cada 4 semanas no Pennant Race. Os novos atletas são distribuídos pelas suas estatísticas globais e o melhor jogador vai para a equipa que está pior classificada e por aí em diante. Além de maior realismo ao método usado neste desporto, existe assim uma tentativa de nivelar os mais fracos, com os mais fortes para o bem da diversão.
Dos modos offline, há o modo Season, mas o que mais destaco é o Franchise Mode. Tal como noutros jogos, este é uma espécie de modo carreira, no qual teremos de gerir uma equipa toda, desde o orçamento, contratação de jogadores e criar um bom balneário. O jogo vai nos colocando questões que vão influenciar a lealdade dos jogadores e meter em causa algumas amizades fora do terreno de jogo. As situações até são divertidas, como por exemplo: alguém comeu a última fatia de pizza, quem devo punir? Ou simplesmente alguém andou à porrada no balneário e pedem-nos para decidir o que fazer e a quem damos razão entre um ou outro jogador. Divertido.
Visualmente o jogo é “bonito” e apelativo a miúdos e graúdos e foi melhorado graças às consolas de nova geração, mas não me parece ter sido muito bem feito no que toca a tempos de espera antes de cada jogo. É um bocado estranho ver loadings de algum tempo na Xbox Series, onde joguei Super Mega Baseball 4. A parte sonora é um dos mistérios do jogo, porque agarra no início, com estilo punk-rock intercalado com algum hip-hop, mas depois acaba por se tornar repetitiva. É daquelas que parece que conhecemos a música de algum lado, mas depois pesquisamos, fazemos shazam e na verdade não há muita informação sobre elas. A julgar por alguma pesquisa no reddit, parece que são daquelas genéricas licenciadas e algumas até feitas de propósito para este jogo.
Não tendo eu jogado Super Mega Baseball 3, que foi lançado em 2020, não consigo dizer que este tem muitos melhoramentos em relação a esse. Pelas imagens do outro, o que se pode ver é que continua a existir muitas coisas parecida, quer em campo, quer fora dele, o que significa que a chegada da EA Sports ao jogo para dar uma mão à Metalhead Software acrescenta acima de tudo licenças de mais ex-atletas e mais marketing provavelmente. Não me parece que tenha sido feito um trabalho de fundo, mas se o jogo já divertia, se calhar até foi o mais sensato a fazer.
Super Mega Baseball 4 é uma maneira divertida de jogar e perceber uma modalidade que em Portugal não tem muita expressão. Não é o melhor jogo de basebol, mas também não é o pior certamente. É excelente para se divertirem com amigos e se tivesse incluído num serviço de subscrição mais acessível, talvez chegasse a mais jogadores. Não estando e não sendo propriamente um jogo barato, é capaz de pagar caro em regiões onde a modalidade não é muito popular, como a nossa.
