Developer: Nintendo
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 22 de fevereiro de 2024

Quando se fala de Splatoon, nenhum jogador fica indiferente. Esta franquia da Nintendo é amplamente aclamada pelos fãs, e a Nintendo Switch já recebeu dois jogos da série, Splatoon 2 e Splatoon 3. Tal como aconteceu com o segundo jogo, que teve uma expansão – Octo Expansion – com conteúdo para um jogador, Splatoon 3 também teve agora direito à sua expansão que chegou no passado dia 22 de fevereiro, Side Order, e oferece muitas horas de jogo e repetição!

Splatoon é mais conhecido pela sua componente multiplayer, e é isso que motiva a maioria dos jogadores a estarem constantemente envolvidos em partidas uns contra os outros. No entanto, existe também uma minoria de jogadores que preferem momentos mais reservados, desfrutando tanto da campanha do jogo como, agora, da expansão Side Order, que lhes permite mergulhar na aventura a solo.

Side Order apresenta uma abordagem completamente diferente do que estamos habituados a ver no jogo. Não se trata apenas de uma campanha convencional, mas sim de uma que abraça plenamente o estilo rogue-like, tão em voga. E, tal como a maioria dos jogos do género rogue-like, não esperem completá-lo nas primeiras tentativas. Terão de enfrentar um longo caminho até conseguirem acumular experiência suficiente para chegar ao cume do arranha-céus.

Não foi em vão que mencionei a Octo Expansion de Splatoon 2, visto que o protagonista desta expansão é novamente o Agent 8, mas agora numa localização completamente diferente, ou seja, num mundo virtual. Logo no início da expansão, as coisas não são claras, pois tudo parece estranho e desprovido de cor. Surpreendentemente, encontramos Pearl transformada num drone e Marina presa num prédio de vários andares, onde precisamos de a salvar.

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Quando nos dirigimos ao edifício para tentar resgatá-la, entramos no elevador do prédio e somos confrontados por Acht, que pede ajuda para salvar Marina, que se encontra no último andar do edifício. Acht explica que, para alcançá-la, precisamos passar por todos os andares, enfrentar desafios e finalmente chegar até ela. Ao cumprir este primeiro objetivo, a verdadeira jornada começa. Marina revela que é a responsável por toda a situação e explica que criou um sistema de realidade virtual chamado Memverso, o qual foi dominado por algo que eles chamam de Order e que colocou tudo num estado caótico. Agora, cabe ao jogador derrotar a Order para que Marina possa ter acesso ao Memverso novamente.

A Order está situada num prédio de 30 andares, uma torre imponente onde os andares são gerados aleatoriamente. Mais uma vez, enfrentaremos desafios para progredir para o próximo andar. Se morrermos, regressamos ao início, mas nem tudo está perdido. Em cada andar, teremos a oportunidade de escolher o desafio que queremos enfrentar, e esta ideia está ligada a uma paleta que o jogador carrega, onde são introduzidos chips que melhoram o Agent 8. Cada andar oferece ao jogador a opção de escolher entre 2 a 3 chips disponíveis.

Quanto melhor o chip que escolhermos, mais difícil será o desafio que teremos pela frente. Neste momento, o jogador terá que avaliar as suas preferências: arriscar em obter um chip de qualidade superior, mesmo correndo o risco de não superar o desafio, ou optar por chips mais simples, que proporcionam uma progressão mais fácil no edifício, mas que poderão comprometer o poder da personagem ao enfrentar alguns dos bosses da torre. Esta abordagem coloca a estratégia nas mãos dos jogadores, oferecendo diferentes opções em cada tentativa.

Existem vários tipos de chips que podem aprimorar diversas das nossas capacidades. A cor dos chips está relacionada com aquilo que podem oferecer: os vermelhos oferecem mais poder, os amarelos estão relacionados com o alcance, os azuis com a mobilidade, os verdes claros com a sorte, os roxos são de suporte, e os verdes escuros melhoram a capacidade de Pearl, que está sempre a acompanhar-nos como drone. É importante ter em mente que estes chips permanecem na paleta durante toda a nossa tentativa e desaparecem assim que temos que começar tudo de novo.

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À medida que vamos obtendo chips e alcançando diferentes níveis da torre, também ganhamos pérolas, as quais são essenciais para a progressão permanente do Agent 8. No inicio da torre onde se encontra Marina, podemos comprar melhorias a partir das pérolas que adquirimos, essas melhorias vão desde: desbloquear mais vidas, reduzir o dano que recebemos, melhorar a armadura, aprimorar Pearl quando está transformada em drone, entre outros elementos. Estes melhoramentos são permanentes e fazem toda a diferença para alcançar melhores desempenhos a cada tentativa.

Como é fácil perceber, embora Side Order apresente apenas estas características, possui uma grande capacidade de repetição, como todos os jogos do estilo rogue-like. Apesar de os desafios oferecidos nos andares serem diferentes a cada tentativa, após algumas jogadas começamos a encontrar desafios que já enfrentamos diversas vezes. Isso pode, por um lado, causar saturação nos jogadores, mas, por outro lado, facilita a resolução dos problemas, pois o conhecimento adquirido facilita a sua superação.

Quanto aos desafios, existem vários tipos: desde levar bolas até algumas plataformas; direcionar tinta para um tipo de chafariz andante para criar um caminho específico; resistir por um determinado tempo numa zona pintada com a nossa tinta; enfrentar bosses; destruir um certo número de portais onde os inimigos aparecem; entre outras tarefas. Independentemente do desafio que têm de superar, esperem encontrar vários tipos de inimigos, desde os simples de eliminar até aos mais difíceis, que vos perseguirão e tentarão cobrir tudo com tinta preta até alcançarem o seu objetivo.

Confesso que o formato rogue-like não é exatamente aquele que mais me fascina, já que a sensação de repetição pode deixar o jogador um pouco entediado, e, além disso, os desafios não são propriamente complicados. A dificuldade muitas vezes parece residir no número exagerado de inimigos “esponjas” que encontramos, ou seja, inimigos que exigem uma quantidade exagerada de tinta para serem derrotados. Por vezes, isso pode até se tornar frustrante para o jogador, ao sentir que a dificuldade se resume a isso.

Quanto ao aspecto visual, Side Order é bastante diferente do que Splatoon costuma apresentar. O jogo tem lugar num local desolado, com uma ambientação bastante simples e cuja paleta de cores é praticamente toda em tons de pérola e bege. Ainda assim, os detalhes e o grafismo são bastante bonitos, apesar de muito contrastantes com o que estamos habituados em Splatoon, com as suas cores vibrantes.

Side Order é uma boa adição ao jogo, oferecendo mais conteúdo. No entanto, para aqueles que adoram Splatoon 3 pela sua componente online, certamente será uma expansão que passará despercebida. Por outro lado, para aqueles que a componente single-player é fundamental, têm aqui mais algumas boas horas de diversão, com muitos desafios pela frente e um alto grau de repetição.

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Rui Gonçalves
Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-splatoon-3-side-order<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Divertido e desafiante</li> <li style="text-align: justify;">Um rogue-like bem criado</li> <li style="text-align: justify;">Melhoramentos a partir dos chips</li> <li style="text-align: justify;">Graficamente muito bem construido</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Pode ser frustrante em certas ocasiões</li> <li style="text-align: justify;">Depois de algumas tentativas começa a tornar-se repetitivo</li> </ul>