Developer: Roofdog Games, Ultimate Games
Plataforma: Nintendo Switch, Android, iOS
Data de Lançamento: 25 de julho de 2024
Um dos problemas recorrentes na eShop da Nintendo, e ocasionalmente, na Steam, são os jogos mobile que, vá-se lá saber porque razão, saltam dos dispositivos móveis para a Nintendo Switch e para o PC. Fishing Break é um exemplo perfeito desse fenómeno: um jogo de pesca arcade desenvolvido pela Roofdog Games e adaptado para a Nintendo Switch pela Ultimate Games.
Embora o jogo tenha ganho popularidade nas plataformas móveis devido à sua jogabilidade descomplicada, dificilmente seria um jogo que teria uma transição de sucesso na Nintendo Switch. A consola da Nintendo é uma plataforma robusta, onde se esperam jogos mais interessantes, como acontece com os jogos trazidos pela própria companhia nipônica. A presença de jogos tão casuais na plataforma e com ports mobiles chega a parecer desrespeitosa para os habituais jogadores da consola.
A jogabilidade de Fishing Break é bastante simples, sendo um jogo ideal para sessões curtas, sem ser necessário puxar pela nossa massa cinzenta. Isto é, não precisam de grande investimento mental. A missão principal é capturar peixes, vendê-los ou doá-los ao museu, e, com o dinheiro obtido, podemos melhorar o nosso equipamento de pesca — como o carreto, a vara, a linha e até as iscas — o que nos permite apanhar peixes maiores e mais valiosos, criando uma sensação de progressão ao longo do jogo. No entanto, a mecânica de jogo baseia-se numa repetição constante, mudando apenas os cenários e as espécies de peixe que encontramos.
Cada peixe possui as suas próprias características, obrigando-nos a identificar a melhor maneira de o capturar, sendo importante ter atenção à tensão da linha para evitar que esta se parta. À medida que avançamos, vamos desbloqueando novos locais de pesca, cada um com espécies de peixe diferentes e novos desafios. Existem ainda objetivos secundários, como missões e tarefas específicas, que oferecem recompensas adicionais.
Ainda assim, a sensação de repetição está presente desde os primeiros minutos, a mecânica de pesca acaba por se tornar monótona, e nem a progressão constante consegue salvá-lo nesse sentido. Por esse motivo, é um jogo indicado mais para momentos rápidos do que para longas sessões de jogo.
A personalização tão característica dos jogos mobile também não foi esquecida, permitindo ao jogador desbloquear novas personagens, barcos e acessórios para o nosso boneco. Estas opções, embora sejam um detalhe estético, são muitas vezes uma mais valia nos jogos, já que existem jogadores para os quais esta componente é bastante importante – um pouco aquilo que acontece na sociedade atual, em que a aparência conta mais do que outro tipo de coisas.
Os controlos do jogo na Nintendo Switch são feitos em exclusivo a partir dos Joy-Cons ou do Pro Controller, em vez do ecrã tátil, como acontece nos dispositivos móveis. Ainda assim, os controlos funcionam sem problemas e estão bem definidos.
Graficamente, o jogo apresenta um estilo cartoonizado e colorido. Os cenários de pesca, embora sejam visualmente agradáveis, não apresentam grandes níveis de detalhe, mas funcionam perfeitamente para o tipo de jogo em questão. O aspecto sonoro é também ele simples e inclui efeitos como o som do carreto e dos salpicos de água. Por outro lado, a banda sonora arcade, apesar de adequada, pode tornar-se repetitiva.
Fishing Break é, acima de tudo, um jogo casual que cumpre o que promete: uma experiência de pesca simples e acessível. Porém, não é possível ignorar que a Nintendo Switch já conta com jogos onde a pesca é apenas um minijogo e que conseguem oferecer uma experiência mais rica e envolvente do que este título. A ideia que fica é que estamos perante um excelente jogo para dispositivos móveis, mas a presença na Nintendo Switch parece desajustada. Fica ao critério de cada um decidir explorá-lo, mas talvez seja melhor deixá-lo no seu habitat natural: os smartphones.