Developer: Full Circle
Plataforma: PS5, PS4, Xbox One, Xbox Series S|X e PC
Data de Lançamento: 16 de setembro de 2025
A convite da Electronic Arts e do estúdio Full Circle, tivemos a oportunidade de participar na apresentação aos media de skate., de fazer algumas perguntas developers presentes e de experimentar em Acesso Antecipado o jogo que dá continuidade a franquia Skate que teve três iterações. O jogo chega ao grande público também em versão de Acesso Antecipado no próximo dia 16 de setembro de forma totalmente gratuita e pretende ser um Game as a Service multijogador online de skate e de toda a cultura em que se envolve, num ambicioso projecto que promete perdurar no tempo.
Ambientado na cidade de San Vansterdam, um enorme destino multijogador dedicado ao skate, o jogo oferece um mundo aberto repleto de spots únicos — desde o interior de uma catedral até telhados, canais e muito mais — onde podesm executar truques insanos, explorar livremente e ligarem-se ou competirem com amigos online. A jornada começa na Isle of Grom, onde aprendem as bases e mecânicas do skate, antes de mergulharem em tudo o que esta nova cidade tem para oferecer — tanto na horizontal como na vertical. Com novos controlos fora da prancha que dão total liberdade e uma jogabilidade inspirada na cultura autêntica do skate, este jogo cresce lado a lado com a comunidade através de um sistema sazonal e de atualizações contínuas moldadas pelo feedback dos jogadores.

San Vansterdam é uma cidade viva concebida para rolar, composta por quatro bairros distintos: Hedgemont, Gullcrest, Market Mile e Brickswich, cada um com a sua própria identidade, terreno e desafios. Todo o mapa é skateável, dos parques e praças às escadarias, telhados e rampas colossais. Até locais outrora sagrados foram transformados em verdadeiros templos de manobras para skaters. Há sempre novos spots para descobrir, centenas de desafios para completar e uma cena em constante mutação, impulsionada pela comunidade.
Os quatro bairros de San Vansterdam
A metrópole divide-se em quatro zonas distintas, cada uma com a sua identidade própria:
- Hedgemont: o ponto de partida da vossa jornada. Aqui, com a ajuda da vossa companheira digital Vee e do Conselho da Cidade de San Van, vão aprender sobre Missões, Desafios, lojas Slappy’s e o conceito de skater eyes — a forma como os skaters vêem oportunidades de manobra em qualquer canto da cidade. Entre linhas criativas e desafios de acrobacias, Hedgemont está cheio de spots icónicos, incluindo um skatepark debaixo da ponte, a zona ribeirinha e até o Skateway, uma via elevada que liga os bairros de toda a cidade.
- Gullcrest Village: desbloqueado após completarem um número suficiente de desafios, este bairro expande a verticalidade da experiência com novos espaços para explorar.
- Market Mile: arranha-céus, passadiços elevados e a costa urbana de San Vansterdam definem esta área. Aqui, um skatepark central e um community park oferecem terreno fértil para sessões intensas. Apesar do brilho moderno, o bairro esconde segredos à espera de serem descobertos.
- Brickswich: talvez o bairro mais radical, cheio de linhas curvas, estádios imponentes e um skatepark junto ao passeio marítimo. O destaque, porém, vai para a verticalidade: torres entre as quais os jogadores podem literalmente voar, rampas, quarter pipes e piscinas vazias prontas a serem exploradas. É a zona perfeita para quem procura sessões aéreas e arriscadas.

A forma como a Full Circle desenvolveu o jogo é talvez dos pontos mais interessantes de toda a proposta. Em vez de se cingir a circuitos ou pequenas zonas como outros títulos, existe um conceito de exploração, de usar a vossa imaginação e de jogar em comunidade neste vasto mapa disponível. No entanto, não é apenas o mapa que nos dá essa sensação, mas a própria curva de aprendizagem que se aliam às missões e desafios que nos são propostos para seguir a narrativa do jogo, desbloquear novos locais e desafios, mas também um vasto leque de recompensas que nos mantém sempre ligados mais umas horas.
Missões: a chave para desbloquear a cidade
Depois da introdução, San Vansterdam torna-se num enorme parque de diversões urbano. No entanto, a forma mais rápida de aumentar o Rip Score e desbloquear novos bairros e desafios é através das Missões.
Cada missão apresenta um skater local que ensina novas manobras, lança objetivos específicos e serve de guia pelos diferentes pontos da cidade. O sistema é intuitivo: a partir do mapa, basta pressionar R1 ou RB e selecionar o ícone de casa para ver quais as missões disponíveis e receber orientação sobre o que fazer a seguir.
Completar missões não só ajuda a dominar os controlos como também recompensa os jogadores com moeda do jogo, que pode ser usada na The Shop para desbloquear novo equipamento e continuar a evoluir nos diferentes bairros.

Desafios: variedade e recompensa
Paralelamente às missões, o mapa oferece uma série de desafios espalhados por San Vansterdam. Estes dividem-se entre desafios fixos em cada bairro e desafios temporizados, que são renovados diariamente.
Ao vencer um desafio, os jogadores recebem Rip Points, utilizados para abrir novas caixas de recompensas, e também aumentam a sua Reputação local. Subir de nível numa vizinhança garante prémios exclusivos e desbloqueia novos pontos de fast travel.
Importa sublinhar que não é necessário completar integralmente um desafio para ganhar recompensas: se for demasiado difícil, é possível juntar-se a outro skater para enfrentá-lo em cooperação, ou simplesmente regressar mais tarde.

Tipos de desafios
A EA também revelou alguns dos principais formatos de desafios:
- Line: seguir um percurso definido, recolhendo bearings e realizando truques enquanto se persegue uma pontuação mínima.
- Stunt: aqui, a queda faz parte do jogo — o objetivo é falhar com estilo, atingindo alvos específicos durante wipeouts.
- Own the Spot: competir pelo maior número de pontos nos melhores locais da cidade, com bónus por completar tudo numa única sequência.
- Session: um modo clássico em que os jogadores têm de executar truques específicos, completar objetivos de pontuação e desafios dentro de uma área delimitada.

De facto a Full Circle quer manter os jogadores sempre ocupados, mas para isso, terá que desenvolver um roadmap robusto para que exista sempre algum factor de novidade, algum desafio, uma nova recompensa, ou apenas um novo objectivo para os skaters pegarem na sua prancha. Quando questionados sobre esta questão, a equipa de desenvolvimento liderada nesta apresentação por Mike Mccarttney, Excutive Producer e Jeff Seamster, Head of Creative, explicaram-nos que já existem temporadas delineadas para aquele que será o primeiro ano de Acesso Antecipado do jogo e que, se tudo correr da melhor forma, culminará com o lançamento do jogo “completo”. Esse mesmo roadmap vai também introduzir mecânicas novas, novos locais que serão desbloqueados ou mesmo zonas do mapa que poderão ser expansionadas, segundo os mesmos.
Algo que os developers refiram com alguma vivacidade é o facto de finalmente terem a oportunidade de desenvolver o Skate que sempre quiseram, em constante evolução, em expansão e com o mesmo motor de jogo, neste caso o Frostbite, não olhando para um jogo que ficava fechado na sua própria edição e cujos fãs precisam de esperar mais 3 ou 4 anos para ver novidades e actualizações e melhorias.
Em termos técnicos, em termos de mecânicas e em termos de level design, a equipa demonstrou-se sempre entusiasmada com esta implementação de GaaS, para ser jogado de forma gratuita, em que apesar de existirem microtransações no jogo, estas não passaram de opções cosméticas e nunca no formato pay for win. Aliás, até em termos de banda sonora, algo que já me parece de senso comum nos jogos de skate, é fundamental, porque sempre esteve interligada com a cultura skater, também poderá ser agora actualizada com novas bandas e novas músicas. Bastava olhar para as prateleiras atrás de Deran Chung, Senior Creative Director do jogo, para ver as carradas de vinis que tinha na sua casa, e para a forma entusiasmanda com que falava da banda sonora, que contém nomes como Turnstile, Earth, Wind & Fire ou Little Simz, para perceber como é parte fulcral de skate.
O sistema de música está totalmente integrado no gameplay: basta abrir a toolbox (d-pad para baixo) para aceder ao music player, onde é possível ajustar o volume, favoritar músicas ou fazer pausa. Os jogadores podem ainda alternar entre diferentes playlists e gerir as suas preferências em tempo real. Mas há mais — novas músicas estão escondidas pela cidade. Quem explorar San Vansterdam pode encontrar ícones musicais espalhados pelos bairros; basta aproximar-se para desbloquear uma faixa adicional e expandir a playlist.

Também fulcral é a jogabilidade, e neste caso temos o regresso do icónico sistema de controlo que diferenciou Skate que regressa renovado e mais fluido e responsivo do que nunca. Assente na mesma base física que revolucionou os jogos de skate em 2007, o Flick-It oferece controlo total para aterrar cada manobra com intenção e precisão. Novos truques como wallies, slappies e firecrackers acrescentam formas inéditas de andar, criando infinitas combinações para demonstrares o teu estilo e individualidade na prancha. O jogo conta ainda com a Skatepedia, o guia essencial para dominares cada truque com mestria. Segundo a EA, foi feito um enorme trabalho de reconstrução para tornar cada manobra divertida, precisa e satisfatória, sem perder a familiaridade dos jogos anteriores. O sistema agora garante maior controlo e precisão, facilitando o processo de aprendizagem para novos jogadores, enquanto mantém profundidade para os veteranos.
Para além de reinventar a jogabilidade com o novo Flick-It System e uma cidade vertical cheia de oportunidades, skate. também quer ser uma experiência profundamente social. A Electronic Arts revelou mais detalhes sobre os Community Parks, os desafios cooperativos e as várias funcionalidades sociais que aproximam jogadores dentro de San Vansterdam.

Community Parks: sempre novos a cada temporada
Os Community Parks são parques de skate dentro da própria cidade que serão renovados a cada temporada, garantindo que os jogadores tenham sempre motivos para regressar.
O primeiro grande exemplo será o Dime Glory Challenge, criado em parceria com o evento icónico de Montreal, trazendo para skate. elementos retirados de edições passadas da competição. A promessa é que, no futuro, cada temporada traga novos conteúdos e colaborações, tanto com marcas e criadores, como inspirados em locais e temas da cultura skate. E sim, haverá também referências a skate spots da vida real.
Cooperação e competitividade lado a lado
Além da exploração individual, skate. incentiva os jogadores a formar equipas e a enfrentar desafios em conjunto. Os Co-op Challenges tornam objetivos difíceis mais acessíveis quando realizados a vários, e ainda oferecem recompensas extra para quem jogar em grupo.
Mas nem tudo é cooperação: através da ferramenta Throwdown, acessível pelo d-pad, qualquer jogador pode criar uma sessão competitiva numa área definida. É possível personalizar o número de participantes, a duração da partida e as regras de entrada, transformando qualquer canto de San Vansterdam numa arena improvisada.

Um mundo social sempre ativo
Para além das sessões de skate em grupo, skate. traz várias funcionalidades sociais pensadas para aproximar os jogadores:
- Spectating: através do menu social, é possível entrar como espectador e assistir às manobras de qualquer jogador online.
- Teleport to Friends: se alguém encontrou um novo spot ou construiu algo criativo, basta teletransportar-se até lá para participar.
- Party Up: convites para grupos e interações com outros jogadores podem ser feitos facilmente através dos menus sociais, ou diretamente ao interagir com skaters próximos.
Nem sempre apetece estar no centro da ação. Às vezes, basta assistir a outros jogadores, descobrir novos spots ou inspirar-se em linhas criativas. Foi precisamente a pensar nisso que skate. vai incluir um modo Spectate completo e interativo, com a opção de Spectaport para mergulhar instantaneamente na sessão de outro jogador.
Com o Spectate, qualquer utilizador pode:
- Ver qualquer skater do servidor e acompanhar as suas manobras em tempo real;
- Descobrir hotspots, desde spots criativos até sessões de grupo com dezenas de jogadores;
- Alternar entre jogadores como quem muda de canal, trazendo uma verdadeira experiência de “zapping” dentro do jogo;
- E, graças ao Spectaport, teleportar-se diretamente para a sessão que está a assistir e juntar-se à ação de imediato.
skate. traz, de facto, uma nova vida aos jogos de skate e consegue dar aos fãs deste desporto e deste modo de vida um novo local para continuarem a propagar a “fé” que têm na prancha e nas artes que envolve. Isso nota-se logo na forma com o nosso skater domina a prancha, que pode ser de uma forma mais simplista com comandos mais acessíveis, mas que se adapta para os gás habituados a estas lides e os mais exigentes, e que dá, em qualquer uma das opções um feeling muito mais aproximado da realidade. O sistema Flick-It é diferenciado, faz-nos lembrar quando brincamos com os mini skates nos dedos, e combinado com os grabs e as rotações eleva as possibilidades de forma quase inesgotável.
Todos os locais foram criados para serem efectivamente um parque de diversões, mas o variado tipo de desafios e missões, dá-nos um guia para aprendermos e construirmos o nosso estilo e partilha-lo com os amigos. A escolha de um visual mais cartoonesco dá-lhe um ar mais social, deixando-o voar em acções e desafios menos “realistas” e foi uma clara aposta da Full Circle para conseguir ter servidores com até 150 jogadores no mapa e sem perder a performance.
A verdade é que skate. pareceu-me preparado para se tornar o jogo de referência de skate do futuro, vai depender muito do conteúdo que vai trazer ao longo do tempo, das tais temporadas, e da participação da comunidade, porque por mais desafios que possam surgir, o jogo ganha uma outra dimensão no formato comunitário. Porque não podemos esquecer que é um jogo free to play e que a sua manutenção se baseia na quantidade de pessoas a jogar e a permanecerem no mesmo, mas que tem todos os ingredientes para apaixonar os fãs de skate, não tenho dúvidas nenhumas.



