Developer: Resonair; Monsatars
Plataforma: PlayStation 4
Data de Lançamento: 9 de novembro de 2018
A premissa de um jogo de Tetris é simples. Encaixar as diferentes peças em blocos e formar linhas para poder somar pontos e ao mesmo tempo evitar que estas se acumulem, ao ponto de perdermos o jogo. Posto isto, podemos dizer que Tetris Effect é isso mas com uma envolvência única e mágica entre o som, a imagem, e sim, o Tetris.
Desde a sua criação, o Tetris teve inúmeras versões. Desde o jogo a preto e branco num aparelho que não nos cabia nos bolsos e que só se desligava quando faltavam as pilhas, até aos mais modernos jogos para smartphone, onde a diferença é a cor e a bateria do telefone. Confesso que não jogava Tetris desde esses tais aparelhos cinzentos com botões amarelos, em que aquela música em loop não me saía da cabeça. Não sei o que perdi pelo meio, mas quando joguei os primeiros minutos de Tetris Effect percebi que estava perante algo grandioso e único.
O cenário que nos é apresentado tem o jogo de Tetris no centro das atenções, no tradicional 2D, onde podemos mover para qualquer direção e ajustar o tamanho enquanto estamos a jogar. Tudo o que se passa à sua volta é arte. A música em conjugação com os cenários e com a constante vibração do comando dá vida ao que parecia ser um simples jogo de Tetris.
A banda sonora, feita de raiz para este jogo, está fantástica. A batida das músicas funciona como uma marca que nos elucida para que ponto estamos no nível. Quanto mais rápida a batida, mais difícil se torna o jogo e isso acontece quando chegamos a uma certa pontuação. As próprias peças dão som, à medida que vamos ajustando a sua posição, o que vai abrilhantando ainda mais toda a envolvência criada pelo jogo.
A nível de imagem, há uma variedade significativa de cenários. Há ilhas paradisíacas, com sons tribais, há viagens debaixo de água com golfinhos, há desertos, florestas e muitos outros cenários com os quais ficamos deslumbrados e quase nos esquecemos do objetivo principal que é jogar Tetris.
A jogabilidade clássica traz agora novos elementos, um deles o “The Zone”, onde através de pontos conquistados podemos parar o jogo e quem sabe evitar um game over se colocarmos as peças nos sítios certos.
A campanha de Tetris Effect é o modo “Journey” e está dividida por sete áreas diferentes, em que temos de ir completando nível a nível até chegarmos ao final. No total são 27 niveis diferentes. Em termos de tempo de jogo, não levarão muito até chegar ao fim, embora o grande desafio seja depois completar esses níveis com um grau de dificuldade maior e fazer o máximo de pontos possíveis. Podemos depois comparar as nossas pontuações com outros jogadores.
Outro modo de jogo é o “Effect Modes” que funciona como se fosse o Online, uma vez que fazemos o nosso avatar e escolhemos a nossa região e música que queremos ouvir. Aqui podemos escolher por categorias o que queremos jogar. Temos o modo “Clássico”, onde podemos jogar desde de uma maratona, onde o objetivo é fazer 150 linhas, ou conseguir os melhores resultados num determinado espaço de tempo. Temos o modo “Relax”, onde o objetivo é relaxar com ambientes corais e de mar enquanto ouvimos música calma. No modo “Focus” somos incentivados a fazer combos de várias linhas umas seguidas às outras. E ainda há o modo “Mistério”, onde o jogo vai mudando de posição de tempo a tempo, o que faz com que o que estamos a construir possa ir por água abaixo num instante. É desafiante.
No entanto, é aqui que está a grande falha deste Tetris Effect. Não tem a vertente multiplayer, a não ser por comparação. Nem Online, nem offline podemos jogar contra amigos ou desconhecidos para ver quem é o melhor a jogar Tetris. É pena que algo não seja possível, mas no tempo dos aparelhos cinzentos com botões amarelos também tínhamos de jogar um de cada vez.
Tetris Effect pode ser encarado como o verdadeiro jogo de Tetris da nova geração. Soube inovar e colocar elementos à sua volta que tornam a experiência de cada jogador única. O som e a imagem criam uma envolvência que eleva o jogo para outros patamares. Faltava o multiplayer para ser perfeito.