Developer: Frozenbyte
Plataforma: Xbox One, PlayStation 4, PC e Switch
Data de Lançamento: 8 de Outubro de 2019
Em 2009 nasceu um dos mais originais e melhores jogos de cooperação dos últimos anos. Trine surgiu sorrateiramente, mas facilmente convenceu e deixou rendidos praticamente todos aqueles que lhe davam uma oportunidade. E eis que dez anos depois, já vamos no quarto título da série.
Depois de um terceiro jogo mais experimental, com uma nova perspectiva 3D que não foi muito bem aceite pelo público em geral, a Frozenbyte recuou e voltou à receita vencedora em Trine 4.
Recuperou os elementos que construíram uma reputação que é hoje bem conhecida e tentou criar uma experiência ainda melhor. A decisão não podia ter sido mais acertada, uma vez que Trine 4 é provavelmente o melhor da saga.
Amadeus, Pontius e Zoya continuam como os heróis da história, e têm a missão de encontrar o príncipe Selius, que num acto de rebeldia adolescente decidiu fugir da escola de magia onde estava a aprender a controlar os seus poderes, uma vez que o jovem príncipe, sempre que tem pesadelos liberta para a realidade os monstros que o atormentam.
Começamos por jogar um pouco com cada um dos protagonistas, num tutorial que além de nos dar a conhecer os personagens e as suas habilidades, ensina-nos as mecânicas mais básicas. No entanto, é também quando nos deparamos pela primeira vez com o ímpar e encantador ambiente que é transversal a todos os jogos de Trine. Como se estivéssemos a viver uma fábula que se vai revelando a cada puzzle.
É um jogo de puzzles e de cooperação. Nesse sentido, cada personagem terá de fazer uso das suas habilidades únicas de forma a que todos possam progredir para o quebra-cabeças seguinte.
Amadeus é o mago, e tem a capacidade de levitar objectos e uma espécie de cubos mágicos que servirão essencialmente de plataformas.
Quanto a Pontius, é o guerreiro de serviço e a primeira opção relativamente ao combate. Com o seu escudo e a sua espada, é a linha da frente protectora para os seus companheiros.
Já Zoya é uma arqueira e faz da agilidade e do alcance as suas principais armas. Consegue atacar à distância com flechas precisas e usa do seu gancho para chegar onde mais ninguém consegue.
Como já devem ter calculado, será na conjugação de todas estas habilidades que estará a chave para resolver cada puzzle. Num progresso linear, mas verdadeiramente desafiante e repleto de puzzles criativos e bastante divertidos. E a juntar-se a isso, temos a materialização dos pesadelos do príncipe Selius, ou por outras palavras, os bosses presentes em Trine 4, que tal como é tradição no género das plataformas, repetem um padrão de movimentos e de comportamentos que teremos de explorar de modo a que serem derrotados. Alguns difíceis, mas nenhum que se torne realmente frustrante.
Poucas palavras descrevem a atmosfera gráfica criada em Trine 4. Os deslumbrantes efeitos de luz fazem com que as cores ganhem vida própria, quase num estilo expressionista, com uma sensação constante de que tudo se move à nossa volta. O conceito artístico é simplesmente fantástico e uma marca na série, que está agora ainda melhor.
A banda sonora não fica atrás, com músicas acalmantes e que enfeitiçam as nossas sensações enquanto jogamos e que encontra a perfeição na voz que narra os acontecimentos da história durante as cutscenes.
É mais uma obra de arte que a Frozenbyte concebeu. Bela, engenhosa e inebriante. Mesmo quem não é fã de puzzles deixar-se-á ser seduzido a partir do momento em que se permitir entrar no mundo de fantasia de Trine 4: The Nightmare Prince. Mundo esse que nunca esquecerá.
