Antes de irmos propriamente a Titanfall 2, contextualizemos um pouco a chegada do jogo da Respawn Entertainment. O primeiro Titanfall chegou em exclusivo para Xbox 360, Xbox One e PC, visto até como jogo de lançamento da Xbox One na altura e grande aposta da Microsoft, ao ponto de ser comparado com Call of Duty 2 quando era exclusivo de lançamento da Xbox 360. Curiosamente as mentes de Call of Duty, nomeadamente as de Modern Warfare 2 foram as mesmas que estiveram por detrás de Titanfall. O jogo teria um enorme êxito dando uma enorme expressividade em termos de consumidores de Xbox One na América, bastante menos na Europa até porque nesse caso a introdução da consola foi feita aos “bochechos”. A única questão de Titanfall, ou sendo mais conclusivo, a maior questão de Titanfall foi o facto de não ter um modo de campanha ou história, se preferirem, em formato single-player e sermos reféns da quantidade de pessoas que circulavam nos servidores para poder jogar, chagando alguns matchmakings a levar mais de meia hora.
Talvez por isso Titanfall tem a mesma fórmula de jogabilidade, mas tem muito mais do que se lhe diga. Logo de chapa o facto de ser multi-plataforma, isto é, Xbox One, PS4 e PC, para além disso contamos com um modo história, uma campanha que levará cerca de 6/7 horas para concluir dependendo sempre da dificuldade a que jogam, Temos ainda oito modos de jogo, seis novos titãs, um profundo sistema de personalização e servidores alocados em território nacional para oferecer a melhor experiência online.
O modo campanha é protagonizado pelo fuzileiro Jack Cooper, que assume o controle do titã BT-7274 após a morte do comandante Lastimosa, o seu verdadeiro dono. A partir daí, Cooper torna-se piloto interino e parte numa missão de vida ou morte ao lado do robot: salvar o planeta Harmony.
Numa aliança entre robot e humano, a dupla terá de impedir que uma arma quântica seja lançada contra o planeta com o objectivo de a milícia a entregar à Fronteira. A narrativa é nos colocada através de diálogos entre personagens, mas não esperem nada tipo Halo, esqueçam isso, será algo confuso, apenas para cumprir o objectivo de termos a devida noção do que andamos a fazer.
Em alguns momentos, é comum ficar sem saber as motivações de Cooper, o que deixa bem claro que há buracos no meio da narrativa. No entanto, a relação entre piloto e titã, o vínculo entre humano e máquina, é bem explorado.
A jogabilidade que conhecemos está de volta e só isso seria bom, mas está ainda melhor do que antes, a velocidade de jogo é alucinante, podemos passar a vida a correr, a correr pelas paredes, a fazer duplos saltos e andar aos tiros como se não houvesse amanhã. Aliás logo no início numa espécie de tutorial, têm um desafio para numa espécie de pista fazer o melhor tempo do mundo usando todas as vossas habilidades. Tudo está melhor, o duplo salto tem um alcance maior, conseguimos correr nas paredes durante mais tempo, temos outras habilidades à disposição como cloak’s de invisibilidade ou de nos projectar em frente ao inimigo como um holograma.
No modo história, os desafios são diversos, tendo puzzles, como apenas combate, como o combate nos titãs, e tudo está equilibrado. Se temos a correria enquanto somos o piloto a pé nos vários mapas, temos um movimento lento dentro dos titãs percebendo e dando a dimensão do seu real peso, mas também do seu poder massivo de destruição. o equilíbrio está lá e a vontade de tanto andar a correr e bater como a explodir tudo em volta está lá e é incomparável neste estilo de jogo.
Passadas as 6 horitas de história e mesmo depois de andar à caça dos capacetes dos pilotos, a única razão para voltar ao modo história depois de completado, atiramo-nos de cabeça para o modo online. Aqui voltamos ao mesmo conceito do seu antecessor, Titanfall 2 dá-nos grandes arenas para serem exploradas, com vários inimigos de inteligência artificial e outros tantos humanos como nós a tentar dominar as arenas. É uma mistura que me agrada, principalmente porque nos dá um leque maior de possibilidades; vamos atrás dos inimigos de IA?, vamos atrás de outros “Players”?, vamos fugir de um Titã quando alguém o chamar?, vamos nós chamar um Titã para nos ajudar?. Todas estas possibilidades e outras como é o caso de estarmos a jogar com outros amigos e ajudarem-se mutuamente, especialmente a bordo de Titãs onde agora podem partilhar baterias para sobreviverem, dando uma das suas ao seu companheiro, faz com que seja preciso usar a cabeça, mas que seja sempre alucinante, caótico e divertido ao mesmo tempo.
Muito diferente do jogo anterior, em Titanfall 2 é possível personalizar titãs e pilotos com roupas, skins e habilidades únicas, desbloqueáveis através do online. Para além disso, o arsenal de armas e equipamentos foi consideravelmente expandido. Agora, cada classe tem pelo menos três ou quatro modelos de armas primárias à disposição, sem contar com os equipamentos secundários e acessórios extras que podem ser acoplados às armas.Emblemas e insígnias personalizadas também fazem parte do robusto sistema.
A nível de mapas e de modos online, temos vários tipos de jogo, como o Capture The Flag ou Team Deathmatch mas também opções novas como Attrition ou Last Titan Standing. Há de tudo um pouco, desde um modo onde temos ao nosso lado elementos controlados pela IA, ao em que é uma verdadeira arena de Titãs. No entanto há também um modo de arena, de um contra um, chamado Coliseum onde os pilotos jogam um contra o outro em rondas de 3 para ver quem é o melhor. Tudo isto num bom conjunto de mapas que vai ser reforçado no futuro, mas não sendo obrigatório, evitando uma certa separação da base de jogadores. Quando o último for lançado, todos eles serão gratuitos.
Titanfall 2, marca uma posição que curiosamente a EA parece estar a mudar, não a de fazer vários DLC’s, essa continua, mas a de ouvir mais o que os jogadores querem, e tal como aconteceu com Battlefield 1, temos um modo história que apesar de curto, como já referimos, é interessante e lança as bases cognitivas de todos os movimentos e cria aquele laço para que nos lancemos ao modo online. Se gostaram do primeiro, vão adorar o segundo, e se gostam de combates frenéticos e de partir titãs, vão ficar agarrados.