É já com a Supertaça decidida a favor do Sporting e com a Supertaça Europeia a pender para os lados de Barcelona que nos chegou a demo de PES 2016.
Com alguma surpresa a demo chegou praticamente um mês antes do seu lançamento, que diga-se de passagem, também ele é prematuro àquilo que tem sido natural nos últimos anos.
Eu acho benéfico que tal aconteça e que seja cada vez mais cedo, o ideal até seria mesmo com a abertura dos principais campeonatos ou até mesmo com o arrancar da época com a supertaça europeia, mesmo que isso significa-se futuros updates até ao fecho do mercado de transferências. Na minha opinião todo esse corropio poderia ser acompanhado pelo próprio jogo, com algumas notícias e neste caso específico, com a licença da Liga dos Campeões, o sorteio poderia ser até transmitido em directo através do jogo. Mas se calhar sou apenas eu a pensar demasiado à frente.
Seja como for, PES 2016 volta da Gamescom onde foi apresentado, como melhor jogo de desporto, pelo segundo ano consecutivo, o que não quer dizer que automaticamente está melhor do que o FIFA, relembro que apesar de tudo, o ano passado o jogo da Konami conseguiu ombrear com o seu rival da EA Sports, mas não o suplantou.
https://youtu.be/HshfqDVGWJU
Este ano é o tudo ou nada da saga Pro Evolution Soccer, na celebração do seu vigésimo aniversário, o saudosismo sente-se em cada anúncio feito pela companhia nipónica. Veja-se o recordar da jogabilidade de PES 6 o último grande herói da saga, ou mesmo a música dos Queen, “We Will Rock You”, hino que ficou marcado pela melhor introduçãoo do jogo que já vimos, no fundo PES 2016 quer nos dar esse sentimento de volta, resta saber se o consegue.
Falemos então de jogabilidade, ao jogarmos a demo em vários níveis, sentimos desde logo um claro avanço da Inteligência Artificial (IA). Se nos níveis mais fáceis as equipas adversárias são mais “suaves”, tanto na verocidade com que tentam nos roubar a bola como atacar as nossas redes, nos níveis mais difíceis sentimos uma maior pressão em todos os momentos do jogo. Mas a dificuldade não se prende apenas no nível que definimos, mas sim na qualidade da outra equipa e na sua forma de jogar. E isso é que é interessante, ao jogar contra a Juve, percebemos que a equipa joga com Pirlo como referencia para lançar o contra-ataque e que Tevez e Morata (uma estrelas que figura na capa do jogo) são as referencias do ataque e que praticamente têm que resolver sozinhos, visto que a equipa sobe pouco. É curioso como sentimos esse ADN da equipa apenas a jogar contra ela, como acontece na vida real, outro exemplo é o da Roma que joga com Totti como referencia suprema, a sua colocaçãoo em campo faz oscilar o resto da equipa entre o ataque e a defesa. Isto faz com que estejamos a adaptar constantemente a nossa forma de jogar ou a nossa táctica consoante o adversário, embrenhando-nos mais no jogo.
Com esta dinâmica, existem mais espaços, não só porque o jogo nos obriga a ter uma visão de jogo muito maior para encontrar os criar espaços, mas porque a IA também os cria, as desmarcações são muito mais frequentes fazendo com que a defesa contrária tenha que reagir no momento e o jogo seja mais vivo.
Para além disso, PES 2016 está um jogo muito mais físico, há muito mais contacto, pequenos toques nas pernas, pequenos desequilíbrios e recuperaçãoo dos mesmos, a bola a ficar mais solta desses pequenos confrontos, uma luta muito maior e real pela posse da bola. No entanto isso não quer dizer que os dribles tenham desaparecido, o drible curto pode ser tão eficaz como o mais largo, tirando o adversário do lance com o drible mais curto, mas também evitando o contacto com o mais largo, com mais espaço para correr com bola. Tenho a certeza que vão notar também esta diferença da eficácia dos dribles ao jogarem cada vez mais e a dominar a sua utilização.
Não querendo especificar nenhuma posição ou jogador, (parece conversa de treinador) apenas dizer que a IA dos guarda-redes está muito melhor, veremos uma maior atenção dos mesmos às desmarcações feitas nas costas dos defesas, assim como os seus reflexos mais apurados perante situações de 1 para 1, ou até em ressaltos furtuitos ou na sair a jogar.
Em termo gerais a nível da jogabilidade, senti realmente gosto e prazer, senti que havia futebol espectáculo, vi o Ribery a fazer um cruzamento de letra sem ter que fazer nenhuma macacada no comando, vi pontapés de moinho, vi cuecas com o quadrado/x, vi desmarcações milimétricas, no fundo senti que me estava a divertir e não prestes a partir um comando por nada sair como eu quero ou demasiado pré-definifo sem divertimento algum.
Mas nem tudo são rodas para a demo do PES 2016, sinceramente pensei que a nível gráfico estivesse melhor, e não me entendam mal, o FOX Engine funciona às mil maravilhas e nota-se, este ano, que foi finalmente implementado na nova geração com todo o fulgor, vê-se o pormenor do suor, do sujar ou da movimentaçãoo do ar nas camisolas, mas… todo o pormenor exterior, os adeptos, os treinadores, os árbitros, não correspondem ao mesmo nível e a relva praticamente não tem qualquer tipo de textura e parece uma tela verde colocada no chão. Bem sei que é uma demo, e muita coisa o ano passado foi mudado, para o bom e para o mau, mas que as alterações sejam apenas nos pormenores gráficos e na marcação mais veemente de faltas por parte dos árbitros e sinto que voltaremos a ter o prazer de jogar um PES, como acontecia nas fatídicas noites de copos no Bairro Alto a jogar numa PlayStation “arcade” até às tantas da manhã.