O Marvel’s Spider-Man 2 foi ontem revelado com uma demonstração de vários minutos onde pudemos ver Peter Parker enquanto Spider-Man, mas já com o fato negro, o fato icónico que indica que a simbionte se apoderou de Peter e, Miles Morales demonstrando como aprendeu a utilizar os seus novos poderes electrizantes. No entanto, há muito mais para desbravar neste gameplay disponibilizado no PlayStation Showcase de ontem, e é isso que vamos fazer. Primeiro vamos começar pela história do jogo.
Comecemos por recordar, através dos comics, a origem do fato negro de Spider-Man. Foi precisamente no ano em que nasci, 1984, que através do Amazing Spider-Man #252, Peter Parker aparece com o fato negro, sendo que, a verdadeira primeira aparição é feita nas Secret Wars do mesmo ano.
Durante as Secret Wars, o Spider-Man ficou com o seu traje fortemente danificado, e os outros heróis apontaram para uma sala cheia de máquinas para consertar o seu traje. Uma vez lá, o Spider-Man acabou por libertar a simbionte, e esta cobriu o seu corpo, criando um novo traje, totalmente preto com um grande símbolo de aranha branca no peito, os olhos um pouco maiores e manchas brancas nas costas de cada mão. Esse traje viria a ser usado durante o resto das Secret Wars ou Guerras Secretas para quem acompanhava a banda desenhada em brasileiro.
Após o fim das Secret Wars, o Spider-Man voltou à Terra e trouxe a simbionte consigo, lá descobriu que o traje podia imitar qualquer roupa que quisesse. Quando Peter percebe que a simbionte tomava conta dos seus movimentos e da sua mente, Peter decide ir ter com o Dr. Reed Richards do Quarteto Fantástico para estudar o fato. É aí que o Senhor Fantástico lhe diz que a simbionte está a tentar tomar conta de Peter e que é possível separá-los usando uma arma sónica. No entanto, a simbionte consegue fugir e apoderar-se novamente de Peter, este luta para se livrar dela e acaba numa igreja junto a um sino. É aí que ao tocar o sino vezes sem conta consegue que a simbionte o deixe mas acaba inconsciente. Num acto de misericórdia a simbionte salva-o e, perante a rejeição de Peter, procura um novo hospedeiro. E é aí que encontra Eddie Brock, um homem quebrado pela vida, cuja dor atrai a simbionte, e juntos, enquanto Venom, juram matar Peter Parker.
Estes são os traços gerais e, relembro, a origem do fato negro de Spider-Man nos comics da década de 80, mas, tanto a forma, como a história foi sendo alterado ao longo dos tempos e especialmente através o multiverso. Só como curiosidade, chega a existir um fato negro criado em tecido pela Black Cat, na brilhante saga Civil War, Peter veste-se com um fato negro devido à morte da Tia May, que morreu por Peter Parker revelar a sua identidade enquanto Spider-Man, ou até um versão onde Peter e a simbionte se unem completamente e Peter domina-a seu belo prazer sem nenhum efeito contrário.
Podem ser muitas as variantes, mas a verdade é que esta luta interna que assola Peter Parker, quer seja pela suas escolhas que influenciam os que mais ama, quer a tentativa de os proteger custe o que custar, está em todas elas. E é por isso que é tão relevante no universo Marvel e, que é sempre trazida de volta para os videojogos em algum momento das franquias.
No universo destes últimos jogos da Insomniac Games, estamos naquela que é chamada de Earth-1048. Aqui Peter Parker enquanto Spider-Man tenta ultrapassar a dor da morte do seu Tio Ben lutando contra o crime e aliando-se à capitã Yuri Watanabe da Polícia de Nova Iorque. No primeiro jogo, lutamos contra Kingpin ou o enigmático Mister Negative que tem uma vingança secreta contra o Mayor Norman Osborn. E para isso vai aliar-se a Doctor Octopus que reúne o Sexteto Sinistro para derrotar Osborn. Spider-Man, obviamente consegue os travar, mas o DLC – A Cidade que Nunca Dorme – acaba por demonstrar que a cidade de Nova Iorque não está ainda segura e Peter tenta destruir os planos da Sable, de Hammerhead, enquanto anda num romance perigoso com Black Cat.
Um ano depois quem entra em acção é Miles Morales. O rapaz que já havia ajudado Peter Parker e Mary Jane Watson no primeiro a desvendar alguns segredos do mundo do crime, agora precisa da ajuda de Peter. Miles Morales afinal também foi picado por uma aranha e ficou com os mesmos poderes de Spider-Man, e Peter decide treiná-lo. É com Miles Morales que abraçamos o segundo jogo da série, que para muitos pareceu um DLC, devido ao número de horas de jogo disponíveis. Numa “licença de férias” do Spider-Man original, Miles Morales fica como responsável pela cidade de Nova Iorque e arredores. É claro que as coisas complicam-se e Miles vê-se obrigado a defender de uma batalha campal entre um gangue chamado The Underground e uma corporação de energia altamente militarizada apelidada de Roxxon. Um batalha que coloca um reactor de energia à beira do colapso e de vaporizar Harlem e, que só é impedido pelo sacrifício de Miles, que no último suspiro acaba por adquirir poderes eléctricos devido à contenção desse reactor de energia.
É perante estes factos e esta história, resumida, obviamente, que chegamos a Marvel’s Spider-Man 2. Como já perceberam e sabem, Venom fará parte do rol dos inimigos que os dois Spider-Man vão ter de enfrentar, mas agora sabemos também que Kraven – O Caçador será outro dos inimigos mais proeminentes do jogo. Kraven, como é seu apanágio, procura alguém que o coloque à prova e encontra na cidade de Nova Iorque, Harlem e Queens o ambiente perfeito e os adversários que possam figurar na sua estante de coleccionáveis. No trailer ficamos a perceber que nomes como Black Cat, Kingpin, Shocker, Taskmaster, Lizard, Prowler, Wraith ou Tumbstone são outros dos alvos de Kraven e, supostamente, outras personagens com que termos que lutar enquanto um dos dois Spider-Man.
Não sabemos se apenas por uma questão de troféu ou mais do que isso, Kraven anda à caça de Lizard, que na verdade é a mutação de Dr. Curt Connors e que Peter está a tentar salvar. É nesse contexto que vemos grande parte do gameplay desta apresentação, nessa tentativa de alcançar Lizard pelo meio das paisagens de Queens que acaba por ser um dos novos locais que podemos explorar no jogo.
Para além disso, obviamente vemos que a tal simbionte apoderou-se de Peter Parker, com um Miles Morales algo apreensivo quanto aos métodos do seu companheiro Spider-Man que agora empunha um fato negro. É no meio de todas estas questões que Marvel’s Spider-Man 2 promete desenvolver-se enquanto jogo, faltando saber os contornos de como a simbionte chegou até Peter ou de como vamos conseguir travar Kraven ou posteriormente Venom.
A verdade é que o jogo chega no Outono deste ano e, até lá, vamos desbravar noutro artigo as principais novidades em termos de jogabilidade e capacidade gráfica e até de algumas mecânicas novas do jogo, sendo que em termos de narrativa vamos ter que esperar pelos próximos capítulos.