Tal como foi noticiado, ReCore é o primeiro jogo Xbox Play Anywhere. E o que é o Xbox Play Anywhere? De forma resumida, é uma categoria de jogos que podem ser jogados tanto na Xbox One como no Windows 10, sendo apenas necessário comprar um código do jogo. Uma grande iniciativa que vai de encontro a algo que todos os jogadores sempre desejaram, sendo que não faz muito sentido ter de se comprar o mesmo jogo mais do que uma vez para joga-lo noutras plataformas. Para mais informações sobre o Xbox Play Anywhere consultem o site da Microsoft ou cliquem aqui.
Quando foi apresentado na conferência da Microsoft este ano na E3, ReCore deixou de imediato imensos jogadores com água na boca, tanto pelo jogo em si, como pelas pessoas envolvidas no projecto, falamos de Keiji Inafune (ilustrador e designer de Mega Man) e Mark Pacini (director de equipa por detrás da serie de Metroid Prime).
https://youtu.be/WnKT9ZCGgBE
Este exclusivo Xbox One e Windows 10 conta-nos a história de Joule, filha de um conhecido engenheiro e elemento de uma equipa que preparava a colonização de Nova Eden, o único e derradeiro destino dos últimos sobreviventes do nosso planeta. No entanto, quando Joule acorda do sono induzido, vê-se surpreendentemente apenas na companhia do seu amigo e cão robot “Mack”. Para piorar, todas as infraestruturas do planeta encontram-se desactivadas, o que a empurra para a missão de procurar pelos sobreviventes da Terra e por descobrir as razões do que realmente se passou. Logo no início, começa por perceber que existem imensos robots que se tornaram hostis e que a atacam sem quaisquer restrições, algo que à partida não era suposto, já que estavam programados para funcionarem como suporte aos humanos na protecção das infraestruturas do planeta. E assim começa a nossa aventura, sempre envolta em muito mistério.
É um jogo de plataformas com vários puzzles para resolver e muita acção à mistura. Joule, para além de contar com o auxílio de Mack, contará também com outros dois amigos ao longo do seu percurso: Seph, uma aranha mecânica que nos irá ajudar a escalar superfícies através de uma espécie de carris que existem em determinados locais, e Duncan, um robot de aspecto mais robusto que usa a força como principal habilidade. Joule é inseparável da sua rifle, que vai sendo melhorada e aumentado de nível enquanto progredimos no jogo.
Se no início apenas dispomos de um tipo de disparo, o branco, posteriormente teremos acesso a actualizações para a arma, ficando com mais três ataques alternativos, o vermelho, o azul e por fim o amarelo. Se se estiverem a questionar sobre o porquê de haverem cores diferentes, explicamos que todos os robots do jogo (os nossos incluídos) são chamados de Corebots e têm um core (núcleo) de uma cor específica, ou um core prismático que lhes permite alterarem as cores durante uma batalha. O que acontece é que consoante a cor do core dos Corebots causaremos mais dano ao usarmos a respectiva cor no ataque, dai a importância de termos em nosso poder todas as cores disponíveis.
Existem duas formas de acabar com os Corebots inimigos, uma é disparar até se esgotar a barra de energia, e a outra, e também a melhor opção, é esperar até a barra de energia atingir um certo ponto e puxar do nosso arpão para retirar o core que cada um possui. E porque é a melhor opção? Porque é possível melhorar os nossos Corebots a partir desses núcleos em 3 categorias (ataque, defesa e energia). Se os upgrades de ataque e defesa se explicam por si, o melhoramento de energia oferece a possibilidade aos nossos parceiros de aumentarem o número de ataques especiais que podem usar. Além de tudo isso, vamos também apanhando pelo caminho vários itens e blueprints que nos permitem melhorar os diversos componentes dos nossos Corebots, portanto, preparem-se para juntar o máximo de itens possíveis, pois será vital terem os vossos Corebots o mais actualizados possível, principalmente para vos ajudarem nas batalhas contra os diversos bosses do jogo.
O aspecto gráfico está soberbo, especialmente para este género de jogo. As texturas estão óptimas, mesmo retratando áreas de deserto com imensa areia, e tanto a iluminação como as zonas de infraestruturas estão fantásticas. E a verdade é que este foi dos poucos jogos apresentados na E3 que nos chegou às mãos tal e qual nos foi apresentado, não se notando nenhumas diferenças entre o jogo e os vídeos.
A jogabilidade é o grande ponto forte em ReCore, onde nos sentimos no total controlo de Joule, sem quaisquer problemas, com os controlos a responderem de imediato naquele estilo arcade e dinâmico. Tudo isso resulta em ficarmos agarrado ao jogo como consequência da bonita simbiose entre jogabilidade e grafismo.
A banda sonora está também muito bem conseguida, acompanhando perfeitamente todas as cenas do jogo, envolvendo-nos no seu mundo.
Mas foquemo-nos agora nos pontos mais fracos, começando logo pelos loadings, algo que já havia criticado na análise de Just Cause 3 e que em ReCore ainda consegue ser pior. Por vezes temos mesmo de esperar minutos até que carregue, tornando todo o processo realmente frustrante. Outro problema reside no inventário, que fica facilmente cheio, forçando-nos a usar as viagens rápidas para retornar à nossa base apenas para ganhar algum espaço, sempre com os inevitáveis loadings matando um pouco o entusiasmo quando temos de perder regularmente 2 ou 3 minutos só nisso.
A repetição é outro dos reparos negativos, uma vez que após algumas horas de jogo torna-se verdadeiramente repetitivo, seja a andarmos de saltinho em saltinho, ou na obrigação de voltarmos a locais onde já estivemos, apenas para apanhar novos itens, algo completamente desnecessário.
Em jeito de conclusão, ReCore vale realmente a pena jogar, não sendo um dos jogos do ano (dificilmente seria), é uma excelente jogo que nos agarrará ao ecrã durante algumas horas. Além disso, a possibilidade de jogar tanto na Xbox One como no Windows 10 é mais um ponto a favor.