Depois da apresentação da jogabilidade de Metal Gear Solid Delta: Snake Eater no Xbox Partners Preview, nada melhor do que recordar os 10 principais jogos que fizeram a história de Metal Gear. Numa altura em que também foi editado o Metal Gear Solid Master Collection: Vol. I, achámos que era tempo de recapitular a história de Snake.

Vamos lá então embarcar nesta viagem ao passado com a lista dos 10 jogos principais da franquia Metal Gear:

1. Metal Gear (1987)

Há quem só conheça a saga criada por Hideo Kojima a partir do Metal Gear Solid na PlayStation, mas a verdade é que existe uma história antes disso. E começa em 1987, tinha eu 3 aninhos, e saiu para os chamados microcomputadores MSXII.

O jogo, na altura, acontecia com uma visão superior como perspectiva e a história era centrada num agente, com o nome de código Solid Snake, que trabalhava para uma força especial. O objectivo era invadir uma espécie de base fortificada e destruir um tanque de guerra capaz de lançar ogivas nucleares, o tal Metal Gear.

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O jogo viria a sair para a NES um ano depois em 1988, mas é considerado como o primeiro jogo de Stealth, onde tínhamos que tentar passar pelos inimigos sem sermos detectados, algo que se tornaria, por si só, como uma marca registada da franquia. Foi neste jogo que conhecemos outras personagens que seriam fulcrais nos jogos seguintes e foram mais uns 10, como o Big Boss ou o Gray Fox.

2. Metal Gear 2: Solid Snake (1990)

Metal Gear 2: Solid Snake chegou ao mercado, 3 anos depois do original, em 1990, também lançado para microcomputadores MSXII e com uma proposta muito semelhante ao do seu antecessor. No entanto, houve algumas mudanças, entre as quais a longevidade do jogo em si, e outros elementos que ficariam para sempre na franquia. Estamos a falar de rastejar, a terceira adição ao modo de locomoção de Snake, para além do normal andar e do andar agachado. Houve também melhorias na perspectiva em si, mais ampla, para além de uma melhor inteligência artificial, com os inimigos agora a ouvir também os sons dos passos.

Em termos de história, da seguimento aos eventos do anterior. Supostamente reformado, Solid Snake é chamado pelo Coronel Roy Campbell para se infiltrar no arquipélago de Zanzibar com o objetivo de salvar o Doutor Kio Marv, que estava como refém. Infelizmente, o jogo foi exclusivo do Japão por muito tempo, até ser relançado em 2005 como conteúdo extra para a versão Subsistence de Metal Gear Solid 3.

3. Metal Gear Solid (1998)

Agora entramos na Era Dourada da franquia, a chegada à PlayStation. Metal Gear Solid chegou para PlayStation em 1998, sendo uma sequência direta dos jogos lançados na era dos 8-bits. Este é o momento de transição para o 3D, com Solid Snake a ganhar forma e movimentos em todas direcções, embora não com a fluidez que lhe reconhecemos nos dias de hoje.

A câmara essa continuou com uma perspectiva de cima, mas agora tridimensional e com variantes nas perspectivas conforme a situação. Entre as quais, a posição de cover, onde conseguimos nos esconder e ver a movimentação dos inimigos. Podíamos também passar por debaixo de tanques para nos esconder e passar despercebidos, entre outros cenários. Também passámos a ter um radar, com os inimigos e os seus túneis de visão, óculos de visão nocturna, a mítica caixa de cartão para nos escondermos e, é claro, Boss Fights que ficarão para a eternidade.

Uma delas a contra Psycho Mantis, com a capacidade de ler a nossa mente e os nossos saves, dizendo, em pleno jogo, daquilo que gostamos e que, no fundo, andamos a jogar e temos saves, mas também a exigir que troquemos as portas dos comandos, passando do Player 1 para o Player 2, para conseguirmos ludibriar o brilhante vilão e vencê-lo. Não se esqueçam de ler este artigo mais aprofundado sobre Psycho Mantis, aqui, no nosso site.

Metal Gear Solid, tornou-se um marco na história dos videojogos, um jogo de culto, um impulsionador do género e de tantos outros developers em ir além do imaginável. Por isso, vendeu mais de 7 milhões de cópias e mais de 12 milhões de demos.

4. Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty (2001)

Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty foi o primeiro jogo da franquia para Playstation 2. E por esta altura toda a gente esperava que em cada geração das consolas da Sony, Hideo Kojima trouxesse um jogo da saga para a PlayStation. O jogo teve a particularidade de ser lançado em 2001, mas antes disso, uma demo do jogo foi lançada na compra de Zone of the Enders. Escusado será dizer que, apesar do jogo ser bom, que muita gente só comprou o Z.O.E. para jogar a demo. Nessa demo Solid Snake tinha que se infiltrar num barco e ficámos a conhecer uma nova mecânica que passava por poder usar uma arma de tranquilizadores, assim como obrigar os inimigos a dar-nos a sua Dog Tag.

Ao início os fãs ficaram algo desagradados porque Solid Snake não seria o protagonista do jogo, mas sim, Raiden. Algo que passou rapidamente, porque o jogo dava-nos o mesmo feeling do anterior, mas ainda mais apurado e até real. Lançado em 2001, o game ficou conhecido inicialmente por uma decepção: Solid Snake deixou de ser o protagonista para dar mais destaque a Raiden. No entanto, a decepção parou por aí, visto que Hideo Kojima entregou uma experiência tão boa quanto a do antecessor.

Sons of Liberty acontece cerca de dois anos após os eventos de Metal Gear Solid. Tudo se inicia com Solid Snake e Otacon a descobrir a existência de um novo tipo de Metal Gear e a envolverem com Revolver Ocelot, o líder de um grupo de mercenários russos. Dois anos depois, Raiden, um jovem agente da FOXHOUND, é chamado para neutralizar a ameaça terrorista chamada “Sons of Liberty”.

Em termos de gameplay, destaque para a possibilidade de passarmos para a visão na primeira pessoa para disparar. Podemos disparar para o rádio dos inimigos para cortar as suas comunicações, assim como nos esconder nos cacifos. Pela primeira vez conseguimos saltar e também nos pendurar nos beirais e estruturas.

O jogo teria ainda uma versão apelidada de Metal Gear Solid 2: Substance que sairia para a Xbox e para o Windows um ano depois, em 2002.

5. Metal Gear Solid 3: Snake Eater (2004)

Metal Gear Solid 3: Snake Eater foi lançado em 2004 para a Playstation 2, acabando com a ordem cronológica simples e linear da franquia. O jogo cujo remate está a deixar o mundo dos videojogos com um hype descomunal, apresenta o início de toda a história de Metal Gear, mais especificamente no ano de 1964.

A história é centrada no agente com o nome de código Naked Snake. O objectivo, como seria de esperar, é resgatar o cientista russo Nikolai Stepanovich Sokolov, assassinar o seu antigo mestre Big Boss e sabotar uma nova super arma experimental.

Tendo em conta que o jogo acontece em 1964, as mecânicas são bastante diferentes, apesar de se fundamentar na componente stealth. Na selva teremos que sobreviver ao ambiente em si, por isso, vamos poder subir a árvores, caçar ou usar camuflagem.

É neste jogo que é apresentado um novo sistema de combate chamado “combate corpo a corpo” ou “CQC”, um medidor de resistência e um sistema de tratamento de lesões.

Tal como o jogo anterior, houve uma versão para a Xbox ou Windows – Metal Gear Solid 3: Snake Eater – HD Edition e também uma versão para a Nintendo 3DS, em 2012, apelidada de Metal Gear Solid: Snake Eater 3D.

6. Metal Gear Solid Portable Ops (2006)

Geralmente, os jogos para as portáteis são considerados spin-offs e fora da cronologia oficial de uma franquia, no entanto, este não é o caso, visto que é a continuação de Metal Gear Solid 3: Snake Eater. Embora ainda seja considerado um jogo stealth, a verdade é que apresentou muitos elementos mais perto da acção e aventura.

O jogo adota uma abordagem baseada em esquadrões, com Snake a ter que recrutar aliados e formar uma equipa de especialistas treinados. Antes de cada missão, o jogador deve formar um esquadrão de quatro homens. O esquadrão é então enviado para a batalha. Cada membro do esquadrão de Snake tem os seus próprios pontos fortes e fracos. Embora algumas unidades sejam melhor utilizadas no campo de batalha, outras podem se especializar na produção de itens, na cura de aliados ou no fornecimento de informações para cada um dos mapas do jogo.

A história de Metal Gear Solid Portable Ops começa em 1970, seis anos após os eventos de Metal Gear Solid 3: Snake Eater, e acontece na Colombia. O jogo conta o trajecto de Naked Snake após a sua antiga unidade, a FOX, se tornar renegada, para além de contra como surge a FOXHOUND e os The Patriots, que seriam peças fulcrais nos jogos seguintes.

7. Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots (2008)

Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots foi lançado em 2008 como exclusivo da Playstation 3, e ficou marcado por ser o último jogo canónico da franquia a ter Solid Snake como protagonista. O jogo apresenta um salto tecnológico visível, com as cutscenes a deixarem toda a gente de queixo caído, na altura, bastante longas e dignas de um filme.

A acção desenrola-se cinco anos após os eventos de Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty. A história gira em torno de Solid Snake envelhecido prematuramente, agora conhecido como Old Snake, enquanto parte na sua última missão para assassinar o seu inimigo Liquid Snake, que agora habita o corpo do seu ex-capanga Revolver Ocelot sob o disfarce de Liquid Ocelot, antes de assumir o controlo dos Sons of the Patriots, uma Inteligência Artificial que controla todas as forças militares privadas de todo o mundo.

A câmara foi substituída por uma visão simplificada, com uma câmara sobre o ombro para apontar a arma, com uma visão opcional na primeira pessoa, como um tradicional FPS, ao apertar um botão. Outra adição à mecânica de jogo é o Psyche Meter. A psique é diminuída por ataques não letais e é influenciada pela psicologia do campo de batalha. Fatores de stress (incluindo temperaturas extremas, ou ser procurado pelo inimigo) aumentam o medidor de stress de Snake, eventualmente esgotando a sua psique. Os efeitos adversos incluem dificuldade na mira, dores nas costas mais frequentes e possibilidade de Snake desmaiar ao receber dano. Entre os métodos disponíveis para restaurar a psique estão comer, beber, fumar e ler uma revista para adultos, sim o humor continua sempre presente. Já a camuflagem continua presente, mas agora com o OctaCamo, com um fato que consegue replicar texturas.

8. Metal Gear Solid Peace Walker (2010)

O terceiro jogo da franquia lançado para PlayStation Portable (PSP) e o segundo da portátil a ser canónico, Metal Gear Solid Peace Walker foi lançado em 2010. O jogo carrega um estilo muito semelhante ao de Metal Gear Solid Portable Ops, sendo considerado um jogo stealth, mas com muita ação e aventura. A sua história acontece na Costa Rica, depois dos eventos de Portable Ops, com assuntos como colonialismo e a Guerra Fria. O jogo mostra Big Boss a criar um exército sem nações e a iniciar uma guerra contra o Major Zero.

Em relação à gameplay, Peace Walker possui dois modos de jogo: Mission e Mother Base. Mission consiste em infiltrarmo-nos num território inimigo ou derrotar algum Boss. Já Mother Base coloca-nos na experiência de gerir um exército. Curiosamente, Peace Walker também chamou a atenção por ser o primeiro jogo da franquia desde Metal Gear (1987) a não contar com a habilidade de rastejar.

9. Metal Gear Rising: Revengeance (2013)

Chegámos à carta fora do baralho, concebida pela PlatinumGames, estúdio reconhecido pelo seu estilo hack’n slash e, especialmente, por Bayonetta. Metal Gear Rising: Revengeance foi lançado para PS3 e Xbox 360 em 2013. O jogo volta a colocar-nos na pele de Raiden, o mesmo protagonista de Metal Gear Solid 2. Agora Raiden não será furtivo, mas sim, uma verdadeira máquina de guerra, cortando tudo o que lhe aparecer à frente.

Metal Gear Rising: Revengeance é considerado o último jogo na cronologia da franquia. O jogo acontece no ano de 2018, quatro anos após os eventos de Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots. O enredo mostra Raiden a confrontar uma empresa militar privada, que busca desestabilizar as nações pacíficas para lucrar.

Em termos gráficos, o sistema de danos e dos cortes executados por Raiden são fenomenais, especialmente os finishers, para além de uma enorme fluidez e do estilo artístico que reconhecemos às cutscenes da saga.

10. Metal Gear Solid V (2014 e 2015)

E chegamos ao fim, por enquanto, com Metal Gear Solid V, jogo esse que foi dividido em duas partes. O prólogo, Ground Zeroes, quase que lembrando a mítica demo de Metal Gear Solid 2, e o jogo final, The Phantom Pain. O primeiro recebeu críticas por ser muito curto e ter um preço elevado no seu lançamento, em 2014, mas também muitos elogios pela qualidade gráfica e por trazer todos os elementos clássicos da franquia.

A história centra-se em Big Boss logo após Peace Walker e com a infiltração num acampamento americano em Cuba para resgatar o Agente Cipher Pacifica Ocean (Paz) e a criança soldado Sandinista Ricardo “Chico” Valenciano Libre.

Estamos a falar de 9 anos antes Phantom Pain, em 1975 quando Big Boss trabalha com os Militaires Sans Frontiers para resgatar Paz, a estudante que conheceu na Costa Rica em Peace Walker e Chico o irmão mais novo da comandante Amanda Valenciano Libre da Frente Sandinista de Libertação Nacional.

Este prólogo é relativamente curto, especialmente se não quiserem varrer tudo e facilmente terminam a primeira vez em cerca de duas horas. Mas tal como a tal demo de MGS2, a ideia é desvendar todos os segredos e jogar em todas as dificuldades. A IA levou um boost nete jogo, com as mudanças climatéricas, nomeadamente a chuva, a fazer com que os soldados espirrem, ou se se abriguem, mudando as suas rotinas e movimentos.

Foi introduzido pela primeira vez o Reflex Mode, onde quando somos descobertos acontece um abrandamento do tempo para tentarmos reagir, como por exemplo, com um tiro na cabeça do nosso inimigo para que não possa alertar os outros.

Por fim, destaque ainda para celebração dos 15 anos da saga Metal Gear, na altura, vão poder controlar uma versão pixelizada de Snake, o ambiente, os inimigos, os planos, tudo vai retratar e relembrar o ambiente de Shadow Moses e desse primeiro Metal Gear para a PlayStation, assim como está garantida a presença de Psycho Mantis e também terem que “inventar” uma forma de o derrotar. Já na Xbox vão poder jogar com Raiden da versão Metal Gear Rising: Revengeance em que temos que eliminar os “body snatchers” no Campo Omega.

Já em 2015, chegou Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, a sequência de Ground Zeroes e que também mostra os acontecimentos que antecedem os eventos de Metal Gear (1987). Neste caso Punished Venom Snake acorda do estado de coma 9 anos depois dos acontecimentos de Ground Zeroes, com a Motherbase destruída pela XOF e todos os seus companheiros da Militaire Sans Frontiers  mortos.

Quando começamos o prólogo Venom Snake encontra-se num hospital, sem um braço com vários estilhaços espalhados pelo corpo e que não podem ser removidos com o perigo de morrer. Uma cena já conhecida dos trailers que culmina com a fuga desse mesmo hospital com a ajuda de Ocelot (quem diria…). É claro que de regresso ao activo, o único pensamento de Snake é encontrar Kaz Miller e vingar-se de tudo o que aconteceu.

Algumas das novidades prende-se com a possibilidade de navegarmos pelo mapa de mundo aberto que, para além de vasto, é dinâmico. Podíamos preparar o nosso plano para atacar de dia e aproveitar o menor número de guardas, ou podíamos atacar de noite onde seria mais fácil passar por despercebido. Podíamos também abordar os objectivos de forma mais stealth, plantando explosivos na rota de uma coluna militar, ou requisitar um lança rockets e fazer de Rambo.

Outra é a utilização do Fulton e da nossa Motherbase. Se em Peace Walker era possível construir mais bases e criar unidades diferentes com os soldados recrutados, Phantom Pain foi para além disso. Tínhamos que ter vários cuidados com a nossa equipa, até porque dependíamos deles em várias situações. Uma equipe médica eficiente significava mais capacidade de cura em situações de envenenamento, melhores equipas de desenvolvimento significavam melhores armas, e por aí adiante, ao ponto de se os nossos alvos começassem a usar capacetes, as nossas equipas seriam capazes ao ponto de seguirem numa missão própria para rebentar a fábrica de capacetes. Já o Fulton era o sistema em que envíavamos materiais ou objectos para essa Motherbase, criando recursos para serem utilizados durante o jogo.

Metal Gear Solid V: Phantom Pain, seria o último jogo que Hideo Kojima realizava, deixando a franquia à deriva e tendo ediado, após isso, Metal Gear: Survive que foi um autêntico tiro ao lado. Agora, com edição da Metal Gear Solid: Master Collection Vol. I e com o remake, Metal Gear Solid Δ Snake Eater, podemos esperar um reanimar da franquia que foi percursora e revolucionária na história dos videojogos.