A Valve nunca nos deixa de surpreender. Um dia será com o anúncio do Half Life 3, mas enquanto isso não acontece, surge com uma nova consola, que ao mesmo tempo é um PC e um hub para Remote Play com a sua Steam Deck. 

Não podemos dizer que este anúncio, juntamente com o seu Steam Controller, seja propriamente novo. Se bem se recordam, talvez mais os PC Games, as Steam Machines era mini PC’s produzidos por terceiros, com a Valve a definir os requisitos de hardware base e o Sistema Operativo Steam que era baseado em Linux e que depois viria a alimentar a Steam Deck. Nessa altura até foi também criado o Steam Controller, que será incrivelmente similar ao novo com dois grandes touchpads côncavos para jogos de rato e teclado. 

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Essa primeira versão, chamemos-lhe assim, não ultrapassaram a marca do milhão de unidades vendidas, e com esse número residual a Valve decidiu deixar de lado essa ideia, dando suporte, na altura em 2018, até 2019 sensivelmente. 

Curiosamente, agora voltou a esse mesmo conceito, e em força, diria eu. O contexto é diferente, o sistema operativo Steam está praticamente à prova de bala, o número de jogos e de jogadores é enorme, a adesão ao Steam Deck também tem sido massiva, e a PlayStation e a Xbox começam a pensar seriamente que o futuro poderá passar por uma versão híbrida de consola + PC. 

A Valve, tal como aconteceu com a Steam Deck, não ficou à espera de definir esse caminho juntamente com os accionistas e afins e atirou-se de cabeça para apresentar a nova Steam Machine e o Steam Controller, algo que deverá chegar no início do ano que vem. 

Para terem a noção do que estamos a falar, olhemos primeiro para as características técnicas da mesma:

Especificações Steam Machine
Modelos 512GB or 2TB; disponível independente ou em conjunto com o Steam Controller
Dimensões 156mm (w) x 152mm (h) x 162mm (d)
CPU Semi-personalizado AMD Zen 4 6C/12T, até 4.8GHz, 30W TDP
GPU Semi-personalizado AMD RDNA 3 28CUs, 2.45GHz relógio contínuo, 110W TDP, 8GB GDDR6
Desempenho Suporta jogos 4K a 60fps com FSR, RT suportado, 6x mais potente do que a Steam Deck
RAM 16GB DDR5 SODIMM (atualizável)
Expansão do Armazenamento Fits 2230/2280 NVMe SSDs, Ranhura microSD
Fonte de alimentação Interna, alimentação AC 110V/240V
I/O DisplayPort 1.4 (até 4K 240Hz / 8K 60Hz) c/ HDR, FreeSync, ligação em cadeia; HDMI 2.0 (até 4K 120Hz) c/ HDR, FreeSync, CEC; ethernet gigabit; USB-C 3.2 Gen 2 de 10Gbps; 4x portas USB-A (2x USB 3 frontal, 2x USB 2 traseiro); 2×2 Wi-Fi 6E; antena BT dedicada; radio Steam Controller 2.4GHz dedicado
Outras caraterísticas Barra LED personalizável; funciona com outros comandos, acessórios e periféricos de PC; acorda com o Steam Controller; corre com o SteamOS

A nova Steam Machine marca o regresso da Valve ao mundo do hardware de sala, desta vez com uma abordagem mais madura. O aparelho é produzido internamente pela própria Valve, embora a empresa tenha deixado claro que está aberta a colaborar com parceiros externos como a Gigabyte, Razer ou Asus. Tal como acontece com a PS5 e a Xbox Series X, o objetivo é correr jogos modernos com ray tracing a 4K e 60 FPS, recorrendo a FSR upscaling (normalmente a partir de 1440p). Tudo isto dentro de um cubo de seis polegadas que, segundo a Valve, é mais silencioso do que a Steam Deck.

O maior salto desta segunda geração é o software. A Steam Machine utiliza o SteamOS 3, o mesmo sistema operativo baseado em Linux que foi otimizado para a Steam Deck.

Experiência Consola:

Com o SteamOS, a Steam Machine oferece a experiência típica de consola: Modo Suspensão/Retoma Rápida, gravações automáticas na Steam Cloud e uma interface plug-and-play focada em gaming.

Flexibilidade PC:

Apesar da experiência de consola, o sistema continua a ser um PC. Isto permite instalar Windows e outros launchers como a Epic Games Store e GOG Galaxy. Para jogos que exigem anti-cheat ao nível do kernel, como Battlefield 6, será necessário recorrer ao Windows, o que também é suportado pela Valve.

O Novo Steam Controller:

A Steam Machine será vendida com o novo Steam Controller, totalmente redesenhado após as lições aprendidas com o modelo original e com a Steam Deck.

Principais melhorias do comando:

  • Joysticks TMR anti-drift, baseados em Tunneling Magnetoresistance.

  • Quatro motores hápticos LRA, dois nos trackpads e dois nos punhos.

  • Trackpads de 32,5 mm com sensibilidade à pressão.

  • Quatro botões traseiros adicionais.

  • Latência ultrabaixa de cerca de 8 ms, graças ao adaptador wireless 2.4 GHz integrado. O comando pode ligar a consola e até a televisão.

Embora a Steam Machine seja fornecida com SteamOS, existe a opção de instalar Windows, oferecendo compatibilidade mais ampla, tal como acontece na Steam Deck.

Com um lançamento previsto para o início de 2026, a Steam Machine vai competir diretamente com a PlayStation e a Xbox, possivelmente contra versões mais potentes como uma PS5 Pro ou uma nova geração de Xbox.

A grande incógnita é o preço, ainda não revelado pela Valve. Caso seja lançado com um valor competitivo, a Steam Machine pode tornar-se uma alternativa muito apelativa graças a duas grandes vantagens:

  1. Jogos mais baratos: acesso às promoções e preços reduzidos da Steam, evitando os custos elevados das consolas tradicionais.

  2. Biblioteca imediata: milhões de jogadores já possuem uma vasta biblioteca na Steam pronta a funcionar.

No entanto, continua a existir a força dos exclusivos de consola. A aposta da Valve está na universalidade do PC combinada com uma experiência de software mais refinada.

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Pedro Moreira Dias
Fundador do Site - Salão de Jogos, o Commodore Amiga 500 foi o seu melhor amigo durante décadas e ainda hoje sabe de cor a equipa principal do Benfica do Sensible Soccer 94/95. Nos tempos vagos ainda edita as botas dos jogadores do FIFA e do PES.