Developer: THQ Nordic, AEW Games, Yuke’s
Plataforma: Xbox Series X|S, PlayStation 5, PC, Nintendo Switch, PS4, Xbox One
Data de Lançamento: 29 de Junho de 2023

A AEW (All Elite Wrestling) é uma marca relativamente recente que surgiu em 2019 e ainda está a ganhar o seu espaço como concorrente à WWE, que domina o mercado há longos anos. Na premissa da sua criação está uma frase de um jornalista americano que dizia não ser possível colocar mais de 10 mil pessoas num evento ao vivo de wrestling se não pertencessem à WWE. O que é certo é que pouco tempo depois dessas declarações, houve um grupo de lutadores, investidores e promotores que o conseguiram fazer num evento que marcou o início da marca, que ainda não se chamava assim na altura.

Depois de já terem atenção de todos, incluíndo televisões norte-americanas, foi criada então a estrutura da AEW com títulos, PPV’s, programas semanais ao vivo, gravados, entre outros conteúdos. Não sei se foi logo no início que pensaram mais alto, mas tal como na realidade, era preciso fazer também um videojogo para competir com a WWE e é nesse sentido que acaba de surgir este AEW: Fight Forever que será certamente mais um início de algo que pode vir a ser muito grande.

Com isto já vos contei uma parte inicial do modo história do jogo, o Road to Elite, mas já vos falo disso mais à frente. Para já foco no essencial, nomeadamente na jogabilidade desta nova proposta. Ao contrário do seu rival, vou chamar-lhe assim, este é um jogo com mecânicas mais simples, mais rápido, mais arcade e que lembra os tempos de outros jogos como WWE Smackdown! Here Comes The Pain ou WWE  Smackdown! vs. Raw ou não tivesse ele o selo da THQ e o desenvolvimento da Yuke’s, responsáveis também por colaborar nesses jogos da década de 2000. 

Assim que olhamos para os lutadores no ringue, parece imediatamente que este jogo já existiu e que é familiar. A verdade é que é tão simples de jogar que se torna muito divertido. Há algumas combinações de botões, mas não é preciso grande ciência para chegar e saber jogar AEW: Fight Forever. Há um botão para murros, outro para pontapés, um para correr e outro que agarra o adversário levando a fazer vários truques. O realismo aqui nem é o que mais importa, por isso o facto de ser num estilo arcade, beneficia o jogo e assume-se ainda mais como um estilo alternativo a WWE 2K. 

Fazer os especiais ou os chamados “signature” também acaba por ser relativamente simples e intuitivo, onde basta mover o analógico direito se estiverem perto do oponente e claro, tiverem a barra cheia que vos dá essa hipótese. Essa é a barra de combate que sobe à medida que vamos dando mais pancada ao nosso adversário e reduz quando estamos na mó de baixo. Se perdemos a oportunidade de fazer o especial, ele não fica guardado como antigamente, teremos de continuar a castigar o nosso adversário para poder ter outra oportunidade. 

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Como não há barra de cansaço, às vezes o tempo que um lutador fica no chão parece um bocado aleatório, sem perceber bem o porquê. A parte de reverter um golpe também não é propriamente intuitiva. Para contra-atacar um golpe é preciso acertar no botão de defesa num determinado timing, mas nem sempre resulta, nem consegui perceber bem como é que me defendo do quê. Basicamente ia carregando alternadamente nos dois botões para defender e o lutador, volta e meia lá se defendia. Talvez seja uma questão de maior habituação que ainda não tive. Por falar em carregar nos botões, lembra-se de quase estragarem e esmagarem os comandos a carregar nos botões todos para evitar um pin? Está de volta essa arte de carregar em determinados botões ao mesmo tempo de forma acelerada.

Já vos disse que o realismo aqui não foi o que mais importou a equipa de desenvolvimento e isso nota-se nos corpos dos lutadores, onde não parecem feitos de propósito para as novas consolas. Ainda assim não é grave porque se percebe pela cara quem eles são e quando estamos a jogar são facilmente reconhecidos. Isto claro para quem acompanha a AEW mais afincadamente porque eu dizer aqui que tem alguns lutadores mais conhecidos é relativo, conforme o quanto vocês estiverem por dentro desta marca. Mas assim de chapa, são 52 lutadores imediatamente disponíveis com a hipótese de aumentar esse número ao comprar dentro do jogo personagens como Cody Rhodes por exemplo ou ainda comprar packs extra que vão ser feitos ao longo do tempo. Entre os disponíveis estão Sting, Chris Jericho ou até a conceituada árbitra Aubrey Edwards. As suas entradas também não são tão completas quanto isso, mas dá-nos uma opção de mudar a visão da câmera e ter outra perspectiva da sua apresentação.

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O jogo tem alguns modos que podem jogar, nomeadamente a partida normal amigável que fazem com amigos, ou na vossa casa ou online, e para isso existem vários tipos de combate disponíveis para o fazer. Desde lutas 1×1, 2×2, combate de três ou quatro lutadores, combate de escada, sem desqualificação, onde podem usar as “armas” que vão aparecendo”, Casino Battle Royale, que funciona como o mais conceituado Royal Rumble e ainda um combate com as cordas do ringue forradas com arame farpado que dá choques. Online podem ainda jogar contra outros jogadores e competir num sistema de divisões que se vai subindo ou descendo conforme o nosso desempenho. Podem criar um grupo na consola e jogar todos também, o que acaba por ser uma boa forma de se divertirem em conjunto.

Depois há o modo história de AEW: Fight Forever que é o Road to Elite, que já vos falei um pouco no início desta análise. Isto porque este modo vai também nos dando contexto sobre a própria criação da AEW com imagens reais do que aconteceu em determinada altura. Podem começar com um personagem que tenham criado, embora as opções de personalização não sejam assim tantas como as que esperava, ou optar por ir com alguém do vasto leque de lutadores. A história, ou pelo menos o seu início, pode ser diferente se formos com um lutador, uma lutadora ou alguém que faz parte de uma tag team. Também é engraçado ver que ao longo deste modo, as nossas escolhas podem influenciar contra quem lutamos ou que título tentamos ter. Isto é divertido, mas podiam dar mais pistas sobre as diversas ramificações. 

Esqueçam também o acting e as vozes, porque falta algum entusiasmo a todos os intervenientes desta história, a não ser quando passam videos reais, onde a promoção, aí sim, é bem feita. Tirando isso, que sinceramente não me chateou muito, este modo história é bastante engraçado. A minha primeira “carreira” foi com Chris Jericho e por sorte ele também foi uma das primeiras caras da AEW, o que fazia com que a história do jogo se confundisse com a real. O sistema deste modo é sempre igual e funciona como uma espécie de calendário. Divide-se por semanas em que a cada quatro existe um PPV. No intervalo entre cada semana são várias as coisas que podemos fazer, desde ir ao hospital curar as feridas do combate anterior, ir a um programa de TV promover o nosso atleta e a marca, treinar, passear pela cidade em que estamos, ir ao restaurante comer ou ainda jogar uns mini-jogos bastante engraçados. 

Cada uma destas atividades tem o seu custo/benefício e se nuns ganhamos motivação, noutros podemos perder, ou se treinarmos perdemos energia e é depois preciso comer alguma coisa para repor os níveis aceitáveis para um combate. Podemos escolher quatro destas tarefas em cada semana até combater num dos programas semanais. Nos tais mini-jogos, há uns de dança, outros de quiz, de apanhar moedas, entre cerca de 15 atividades bastante viciantes. A cada quatro semanas há então o PPV no qual podemos ganhar títulos, ou perder e dar um novo rumo à nossa história conforme as nossas escolhas.

AEW: Fight Forever acaba por ser uma boa alternativa dentro do género e uma boa entrada para uma franquia que pode evoluir muito a partir desta base. É um estilo arcade com lutas mais rápidas a fazer lembrar os jogos de antigamente que tanto gostava e que fazem parte da história dos jogos de wrestling. Não chega a ter a qualidade do jogo da 2K, mas vem pelo menos fazer concorrência num mercado em que só havia uma opção. Mesmo com alguns pontos menos bons, é divertidíssimo e isso no fim é o que mais interessa.

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Élio Salsinha
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-aew-fight-forever<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Estilo arcade à moda antiga</li> <li style="text-align: justify;">Partidas rápidas</li> <li style="text-align: justify;">Comandos simples</li> <li style="text-align: justify;">Modo Road to Elite</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Gráficos a desejar</li> <li style="text-align: justify;">Poucas opções de personalização</li> <li style="text-align: justify;">A repetição de algumas cutscenes no Road to Elite</li> </ul>