Developer: Nintendo
Plataforma: Android, iOS
Data de Lançamento: 2 de dezembro de 2024

Confesso, desde logo, que não sou o maior fã de jogos mobile. Não me lembro do último jogo que me tenha agarrado ao telemóvel, como acontece com grande parte dos jogos para PC ou consolas. Ainda assim, e por ser um Animal Crossing, atirei-me a Animal Crossing: Pocket Camp Complete sem preconceitos por ser um jogo mobile, mas também por saber que Animal Crossing: Pocket Camp teve imenso sucesso desde que foi lançado em 2017.

Podemos dizer que Animal Crossing: Pocket Camp Complete chegou com algumas “missões” interessantes, além de ser uma versão actualizada do anterior, e com a possibilidade de jogar offline. Para quem nunca jogou esta franquia em mobile, pode dizer-se que o jogo oferece uma experiência simplificada da icónica série Animal Crossing. O jogo centra-se num ambiente de acampamento onde teremos de interagir com outros NPCs, personalizar o nosso espaço e participar em atividades relaxantes como pesca e até a captura de insetos. Para todos aqueles que já conhecem o jogo anterior, diria que o que mais marca esta nova versão é a Nintendo ter abandonado o modelo de microtransações, trazendo um sistema de progresso mais justo para todos os jogadores.

Quando iniciamos o jogo percebemos rapidamente que teremos de gerir o nosso acampamento, além de toda a parte de personalização do espaço como acontece nos jogos de Animal Crossing. Iremos também receber visitantes que podem tornar-se nossos amigos, e têm sempre alguns pedidos para nós cumprirmos. Esses pedidos dão sempre direito a uma pequena recompensa, que vai desde materiais a recursos que podemos usar ao longo do jogo. Para recolher novos recursos existem áreas que podemos explorar como praias e florestas.

As actividades que o jogo nos oferece são sempre bastantes zens. Temos a pesca e a caça de insectos que já falei anteriormente, mas também podemos apanhar diversos tipos de frutas. Outro aspecto interessante, e que é uma das novidades, chama-se Whistle Pass, uma área que podemos visitar e assistir a concertos diários do icónico K.K. Slider. Neste local é possível também interagir de maneira bastante simples com outros jogadores através de cartões de campista.

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Falando em actividades, é neste ponto que encontramos uma das maiores diferenças de Animal Crossing: Pocket Camp Complete, já que com a chegada do jogo, e sendo este pago, foram eliminadas as microtransações. Na versão anterior, muitos itens e funcionalidades dependiam de Leaf Tickets, uma moeda premium que incentivava os jogadores a gastar dinheiro real, agora, esses tickets foram substituídos por Leaf Tokens, que podem ser obtidos através das atividades do jogo. Isso elimina um dos problemas da versão anterior, deixando os jogadores de ter de gastar dinheiro.

Outra adição prende-se com os Complete Tickets, uma funcionalidade que permite adquirirmos itens específicos. Mais uma vez, estes são ganhos como recompensa da conclusão de certas atividades e eventos sazonais, e oferecem a possibilidade de completar coleções ou decorar o acampamento de forma mais rápida.

A jogabilidade também foi melhorada. Existe um novo sistema de amizade, e agora podemos também colocar algum dos nossos amigos do jogo a gerir o nosso acampamento enquanto estamos offline. Para aqueles que jogavam o jogo anterior, por transferirem os dados para este novo jogo, vão receber diversas recompensas, não perdendo assim o progresso. E claro, recebendo diversos Leaf Tokens e itens exclusivos.

Devo confessar que para quem está habituado aos jogos da consola, vai notar uma diferença bastante grande, e embora continue a ser um Animal Crossing, a verdade é que a sensação de estarmos presos a áreas bastante compactas custa um pouco. Fazendo assim uma comparação com Animal Crossing: New Horizons (que só em jeito de curiosidade tornou-se o jogo físico mais vendido de sempre no Japão), senti que além de faltar toda aquela parte de construção e decoração da nossa ilha, falta mais espaço para explorar, e apesar de existirem diversos locais para viajar até eles e interagir com outras personagens, a sensação é sempre de serem locais curtos.

Não fiquem com a ideia de que não dá para decorar nem criar itens para o acampamento.  Porque dá. Não é, é de maneira tão livre como no jogo da Nintendo Switch. Além disso, outra diferença, e que muitos jogadores sentirão falta, é o Museu para exibir todas as nossas colecções, onde muitas vezes demorámos dias e dias para completar alguma colecção.

Ainda assim, para aqueles jogadores com menos tempo, e que preferem sessões muito curtas de jogo, diria que Animal Crossing: Pocket Camp Complete é uma escolha quase perfeita. Já que tudo o que fazemos é feito de maneira simples, fácil e prática.

No aspecto gráfico, o jogo apresenta a habitual palete de cores muito colorida e bonita que a franquia Animal Crossing já nos habituou. Temos todos aquelas personagens que tanto conhecemos presentes no jogo, e no aspecto sonoro, tanto a banda sonora como os sons habituais também estão presentes, sempre com aquelas melodias relaxantes.

Sendo um jogo mobile, devo dizer que o jogo corre sem qualquer problema. Sempre apresentou um desempenho bom mesmo em dispositivos de baixa/media gama, e quanto ao preço, é bastante acessível, principalmente sabendo que será um jogo livre de microtransacções.

Diria que, em termos de pontos que podemos colocar como não tão bons, está a falta da língua portuguesa, visto que está disponível apenas em inglês. Com isso, afastará muito do público mais novo, que certamente ficaria feliz em jogar o jogo caso estivesse em português. E, se jogado durante muito tempo, poderá causar alguma sensação de repetição, mas sendo um jogo mobile, nada como ir fazendo sessões curtas para usufruir do jogo da melhor maneira.

Animal Crossing: Pocket Camp Complete é o oferecer de uma nova vida ao jogo anterior. O melhor que a Nintendo fez foi eliminar as microtransações e introduzir novidades como os Complete Tickets. Diria que é uma boa escolha para quem quer entrar agora na franquia, tendo um jogo bastante acessível, relaxante e fácil de jogar. Embora não me tenha enchido as medidas como Animal Crossing New Horizons, ainda assim continuo a ir lá dar um saltinho sempre que me lembro.

REVER GERAL
Geral
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Rui Gonçalves
Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-animal-crossing-pocket-camp-complete<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Eliminação das microtransações</li> <li style="text-align: justify;">Possibilidade de jogar offline</li> <li style="text-align: justify;">Actividades tornaram-se ainda mais importantes para o progresso</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Falta da língua portuguesa</li> <li style="text-align: justify;">Áreas bastante compactas</li> </ul>