Developer: Ultimate Games, FreeMind
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 10 de outubro de 2022

Deve ser a quarta ou quinta vez que eu digo que os jogos de simulação vieram para ficar, mas também já começam a passar a fasquia do tolerável em alguns aspectos. Eu ainda compreendo e acho divertidos alguns simuladores muito abrangentes, como o Farm Simulator, ou até o House Flipper, mas existem alguns simuladores que não fazem sentido passar de um PC para uma consola, pois ficam completamente “injogáveis”, e não estou a falar de problemas de performance, mas sim de uma jogabilidade que com o rato é super simples, mas com os analógicos e os botões torna-se simplesmente irritante.

Já nem me vou referir ao tipo de simulador, porque gostos são gostos e não se discutem, mas não posso deixar de dizer que o mundo está cada vez mais louco. Existem simuladores de tudo e mais alguma coisa, e confesso que já tinha ficado parvo quando saiu um simulador de limpezas, e tanta gente o jogou. Caramba, não precisam simular, eu posso abrir-vos a minha casa durante umas horas, e em vez de ser eu a fazer as limpezas, sento-me no sofá e vocês podem meter tudo a brilhar, eu não me importo, ainda dou gorjeta no fim!

Agora chegou-me à mão outro simulador que devo confessar foi “o fim da picada”: um simulador de criar aquários. Bem, eu nunca tive um peixe, vivi a minha adolescência na praia, no inverno tinha uma praia só minha, já que as praias do algarve, para a maioria das pessoas só existe no verão. No inverno tudo prefere meter-se dentro dos centros comerciais, então o meu aquário sempre foi o oceano, sem precisar de limpar vidros, de itens para o oxigénio, de itens para ver a temperatura, ou seja, um mundo totalmente novo para mim.

Pois bem, atirei-me de cabeça para Aquarist, um jogo que saiu para PC e agora chegou à Nintendo Switch. Ao que parece, no PC as coisas até estão bastante interessantes, e acredito que seja uma experiência agradável, primeiro para os que gostam do tema, e segundo para quem tem um rato na mão – algo que não acontece na Nintendo Switch. Por esse motivo, vou focar-me mais na análise na consola da Nintendo, até porque foi onde eu testei o jogo.

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Na Nintendo Switch temos logo um problema, a falta de rato, e confesso que isso não deveria ser um problema, já que algo muito interessante desta consola é a possibilidade de se usar o touch screen. Bem sei que não funcionaria a jogar na TV, mas em modo portátil seria uma mais-valia. Mas não, esqueçam essa ideia. Peguem nos joy-con, e lá vamos a isto; analógicos e botões para toda a gente! Não falo disso em vão, o problema é que vão ter de andar a fazer movimentos com os analógicos sem parar, quer para colocar os itens no aquário, quer para usar a pá, ou para apanhar os peixes do aquário para o lavar. E tudo isso, com os analógicos e os botões, é frustrante como tudo!

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O jogo começa com um tutorial, onde o nosso pai nos oferece um aquário bastante grandinho, e nós teremos de comprar os itens essenciais para este estar pronto para receber peixes. Confesso que, por não perceber nada de aquários, a primeira coisa que fiz, foi depois de comprar as pedrinhas de meter no fundo do aquário foi comprar peixes. Nada mais errado, porque devia ter seguido o tutorial, e armei-me em esperto. O que aconteceu? Adivinhem! Enquanto tentava comprar o resto dos itens para colocar o aquário em funcionamento os meus peixes morreram. Bem, sem dinheiro para acabar o tutorial, lá mandei eu o jogo abaixo e comecei de novo, e desta vez fazer tudo certo como o tutorial manda. E tudo funcionou. Peixes a nadar; sem morrer; primeiro aquário completo.

Como a maioria dos simuladores no mercado, este é visto na primeira pessoa – uma maneira mais fácil de percebermos o que está à nossa frente. É uma primeira pessoa sem corpo e sem mãos, porque por exemplo para irem buscar as pedras do saco com a pá, aparece a pá a voar pelo ar, sozinha, como se fosse mágica – mas nem vou pegar por aí. As compras que fazemos são online, não vão ter de se deslocar a uma loja ou seja onde for, e podem comprar tudo de forma rápida apenas carregando num botão, que depois irá abrir um menu e lá podem escolher tudo o que querem comprar, sejam peixes, acessórios, aquários, e tudo e mais alguma coisa relacionada com aquários.

Mas o jogo não é apenas isso, porque conforme vão avançando, o mundo vai abrindo e depois em vez de um aquário simples, vão começar a ter quase um “Oceanário”. A evolução é feita de forma gradual, mas de maneira a que o jogador vá dominando todo o tipo de itens e até o que cada tipo de peixe precisa, quer aquários de água fria, ou água quente. A comida de certos peixes, como devem calcular, tem a sua ciência, e fazer um aquário bonito e agradável à vista é tudo menos simples. Diria que é um jogo bastante interessante para quem se interessa por este mundo, e no caso do PC, devo dizer que graficamente é bastante gratificante. Não precisam sequer de comprar o jogo, já que basta irem aos trailers ou verem outros jogadores a jogar e conseguem perceber que no PC o jogo consegue chamar a atenção de uma maneira incrível.

Já na Nintendo Switch, é o chamado “port porco”, provavelmente dos piores trabalhos que vi a Ultimate Games a entregar aos jogadores da Nintendo Switch. Os gráficos parecem bastante datados, sem a vida e a alegria que têm no PC, além das texturas parecerem todas deslavadas para o jogo correr bem na Nintendo Switch. Mas como quando algo está mal, raramente se endireita, e este não é o único problema, dado que estamos a falar de uma consola portátil, que os jogadores podem levar para qualquer lado, e isso significa poder salvar rapidamente um jogo para apanhar o autocarro, ou ir para a aula, ou para o trabalho. Mas neste jogo isso não acontece, em Aquarist tudo é feito a partir de checkpoints, logo se estão longe do próximo checkpoint, pufff… adeus a todo o tempo que estiveram a jogar.

Aquarist é um jogo que simplesmente nunca devia ter chegado à Nintendo Switch. Se são fãs de simuladores e adoram peixes e aquários, então peguem na versão PC, visto que esta versão fica muito longe de tudo o que é algo agradável e divertido para um jogador.

REVER GERAL
Geral
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Rui Gonçalves
Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-aquarist-switch<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Excelente ideia para quem gosta de aquários</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Uma má experiencia de jogabilidade</li> <li style="text-align: justify;">Graficamente deixa a desejar</li> <li style="text-align: justify;">Falta opção de guardar o jogo a qualquer altura</li> </ul>