Developer: KOEI Tecmo Games
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 13 de Julho de 2023

Se calhar não sou a melhor pessoa para comentar este jogo, só porque a minha opinião é capaz de ser muito biased… porque, na verdade, eu até sou a melhor pessoa para falar deste jogo, visto ser uma enorme fã dos jogos de atelier e de já os jogar a anos e sempre acompanhar todos os lançamentos que são feitos. 

E, na verdade, por nunca ter tido Playstation (shocking, i know), nunca consegui experienciar estes jogos mais antigos da série. Por isso podem imaginar o quão excitada eu fiquei quando soube que este jogo ia ser relançado para a Nintendo Switch, com novos gráficos, mas mantendo tudo do original.

“Atelier Marie: The Alchemist of Salburg”, conta-nos a história de Marie, uma alquimista em treino que está a ter dificuldades na escola e está a chumbar. A sua professora decide ajudá-la e dá-lhe uma última oportunidade oferecendo-lhe um atelier próprio onde Marie poderá desenvolver as suas capacidades como alquimista enquanto cumpre as tarefas que lhe vão sendo impostas pela professora. Para conseguir passar com distinção, Marie tem ainda que conseguir sintetizar um item que realmente impressione a sua professora.

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A história em si apresenta a ideia base de todos os jogos da série atelier, não havendo um perigo concreto a ser enfrentado, nem nenhuma ameaça aterrorizante. Sendo um dos primeiros jogos da série, esta premissa permaneceu ao longo de todos os jogos que vieram depois.

Neste jogo de atelier, todas as características da série são muito mais simplificadas, e, como em todos os jogos mais antigos da série, o controlo das atividades realizadas e o time management têm uma vertente muito mais carregada.

Em si, a essência de Atelier Marie é muito básica, especialmente para quem tem na mente os maravilhosos jogos de Atelier Ryza. Nós, como jogadores, temos apenas que criar produtos alquímicos, explorar o mapa para apanhar ingredientes para as receitas e combater monstros que se encontram nas várias zonas do mapa e que deixam cair, também eles, ainda mais ingredientes. Uma pequena adição a isto tudo são pequenos mini-jogos que vamos tendo acesso ao longo do jogo e que nos tiram da rotina.

O mapa, por sua vez, é também muito simples e pequeno comparado com jogos mais recentes, a lista de receitas para sintetizar não é muito grande, e os próprios combates regem-se por ser um combate a vez onde cada personagem tem um conjunto de habilidades especiais que pode desenvolver e usar, no entanto, podemos ser nós a escolher a equipa que nos acompanha nas explorações. Aqui, cada personagem nos acompanhe vai ter ataques e capacidades diferentes.

A cidade de Salburg tem vários pontos para visitar, inclusive a academia onde Marie está a aprender que tem uma loja onde se pode comprar itens importantes para melhorar a síntese de itens, e a taberna da cidade onde podemos aceitar quests para ganhar dinheiro. Temos ainda um sistema de rumores que permite com que o mapa se vá desvendando aos poucos e novas zonas com novos ingredientes sejam reveladas.

Em tudo isto, o aspeto mais desafiante do jogo inteiro é, talvez, a gestão de tempo. Todas as atividades gastam tempo no jogo. Sintetizar, sair para procurar ingredientes, ir às várias zonas da cidade, ou até mesmo sair do atelier e voltar a entrar, gasta tempo precioso de jogo. Isto faz com que, caso não se regule bem as atividades que queremos fazer, se acabe o jogo sem conseguir sintetizar o item que a professora pede de Marie, e que fará com que a história tenha um ending menos bom. Por isso, se quisermos atingir um bom fim do jogo, é bom que tenhamos em consideração este aspeto e que planeemos bem a estratégia de jogo.

A simplicidade de Atelier Marie, confesso, talvez não seja para muitas pessoas. Se só experimentaste os últimos jogos da série, confesso que se pode tornar um bocado desmotivante. Mas isso não quer dizer que seja um mau jogo, muito pelo contrário, é simplesmente um jogo mais básico e mais cozy, perfeito para quem simplesmente gosta de aproveitar o ambiente do jogo e quer um gameplay mais simples. E lá está, este jogo foi o início da minha série de jogos preferida e por isso, para mim, foi mágico poder jogá-lo e ver o primórdio dos elementos de jogo que eu adoro.

Os gráficos deste jogo são demasiado adoráveis. Sendo um remake, os criadores decidiram optar por personagens mais chibi (estratégia já previamente adotada por jogos anteriormente, como Zelda e o Pokémon) e confesso que senti que foi a escolha ideal. Marie e todas as outras personagens ficaram lindíssimas, quase que parecem nendoroides. Os monstros também ficaram adoráveis e os mapas e os ambientes tiveram um acabamento supercolorido e vibrante, dando uma nova vida ao jogo.  

A única coisa que tenho que apontar neste campo, é que o ecrã de jogo tem os cantos constantemente baços durante a navegação do mapa. Nota-se que foi uma opção estilística dos criadores, mas confesso que foi algo que me chateou ligeiramente, visto não haver qualquer necessidade de o fazer, sem ser, talvez, poupar espaço no jogo?

Quanto à música, a série Atelier prima-se por ter sempre uma banda sonora maravilhosa, já desde o início. E foi muito nostálgico poder ouvir a banda sonora do primeiro jogo da série. As personagens também são vocalizadas, mas, apesar dos subtítulos em inglês, o voice over é unicamente e japonês, aliás, algo que a série já nos tem vindo a habituar desde há algum tempo. 

Em suma, este jogo, apesar de uma versão muito simplificada da série Atelier, não sendo ele o primeiro jogo que deu origem aos jogos maravilhosos que saem hoje em dia, é um jogo cheio de charme e personalidade. É uma experiência muito rústica da série, onde se sente claramente a sua idade (sim, porque o jogo original foi lançado em 1997), mas que continua com um charme brutal. 

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Sem dúvida um jogo a ter em conta para quem é fã da série ou até mesmo para as pessoas que preferem jogos mais simples e pausados onde não sintam a pressão do desafio. Uma pequena pérola que Koei Tecmo decidiu reavivar e que me deu esperanças de um dia poder experienciar outros jogos, como Atelier Anne e a subsérie Mana Khemia, com este mesmo retoque. 

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Ana Pereira
No recreio da primária passava a vida a ver o seu amigo de infância jogar Pokémon Blue no seu Gameboy Color, e não descansou enquanto não teve a sua própria consola. Os primeros jogos que teve foram o Kirby Dreamland 2 e o Pokémon Yellow e desde aí tornou-se grande fã da Nintendo e de videojogos em geral. Apaixonada por arte, música e jogosssss. Fã de JRPGs, farming sims e os chamados "cozy games" mas na verdade é caso para dizer que marcha de tudo, porque todos os jogos sao bons e sao experiencias unicas.
analise-atelier-marie-remake-the-alchemist-of-salburg<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Todos os alimentos dos jogos de atelier simplificados, bom para as pessoas que se sentiram intimidadas com a complexidade dos últimos jogos da série</li> <li style="text-align: justify;">Vários finais que dependem do que façamos no jogo</li> <li style="text-align: justify;">Jogo extremamente charmoso</li> <li style="text-align: justify;">Gestão de tempo ao mais alto nível e muitos mini-jogos</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Muito caro para o que é</li> <li style="text-align: justify;">Ecrã constantemente desfocado nos cantos </li> <li style="text-align: justify;">Demasiado simples para quem gosta de jogos complexos </li> <li style="text-align: justify;">Não tem versão física na Europa </li> </ul>