Developer: E-Line Media
Plataforma: PlayStation 4, Xbox One e PC
Data de Lançamento: 11 de Junho 2020

A vida no fundo do mar é algo que considero fascinante. Os documentários da BBC, os do National Geographic e por aí fora até à Shark Week falam-nos um pouco da imensidão de espécies marinhas que existem no fundo do mar. Tubarões, Polvos, Baleias, Tartarugas, enfim, uma vasta lista de animais marinhos com os quais vamos poder conviver em Beyond Blue que se revelou uma verdadeira viagem relaxante até às profundezas do Oceano.

É dessa forma que olho para este jogo. Uma boa forma de libertar o stress dos nossos dias e em que passamos ali um bom bocado a encontrar espécies diferentes que podemos colecionar e depois consultar o nosso diário de expedição que se vai preenchendo aos poucos. O jogo dá-nos a informação precisa da quantidade de espécies que existem se quisermos ser uns verdadeiros exploradores e quem sabe encontrar tudo. Mas esta é apenas uma das coisas que podemos fazer em cada mergulho. Estamos livres para explorar, mas é bom lembrar que para avançar na história é necessário concluir os objetivos de cada missão. 

A protagonista de Beyond Blue é Mirai que segue os genes familiares e tornou-se uma mergulhadora que vai fazer diretos para a Ocean X, uma espécie de comunidade responsável por divulgar, compreender, aproveitar e proteger os oceanos. A exploradora tem particular atenção aos Cachalotes que já vem estudando há algum tempo e para perceber o seu comportamento vai fazer mergulhos educativos com questões para nós e para o público que está a ver as filmagens. Mirai não é a única peça deste puzzle narrativo, a equipa é constituída por mais dois elementos que, na prática, defendem duas teses e por vezes cabe-nos a nós decidir o que fazer em cada mergulho. O jogo leva-nos também para lado pessoal de Mirai, onde nos intervalos dos mergulhos ela fala com a irmã que está longe e que cuida da avó que tem alguns problemas de saúde. Estes elementos são a base para uma narrativa de pouco mais de três horas que se dividem em oito mergulhos e cada um com os seus objetivos concretos.

As missões seguem sempre uma base simples. Primeiro vamos até uma zona de controlo onde identificamos de onde vem os sons que nos interessam, marcamos no mapa e depois o resto é nadar até lá para ver o que acontece e o que é ao certo para fazer. Vamos encontrado algumas coisas estranhas, vamos colocar chips em Cachalotes para depois recolher e estudar os seus comportamentos, entre outras coisas. É tudo muito simples, pelo menos até chegar ao quinto mergulho, onde somos levados para um Lago de salmoura, onde praticamente estamos às escuras, sem mapa, à procura de algo relevante, seja lá o que for. No intervalo entre as missões estamos então no nosso navio que consegue contactar para o exterior e onde podemos relaxar a ouvir uma banda sonora indie com Cass McCombs, The Flaming Lips e Miles Davis à cabeça. 

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Além disto, Beyond Blue permite-nos ver pequenos vídeos sobre as espécies marinhas e a maneira como tudo se faz, bem como conhecer alguns protagonistas, tudo graças à E-Line Media que colabora com a BBC, Blue Planet e Ocean X. O jogo consegue ainda passar uma mensagem de alerta sobre o bem-estar do Planeta Terra com todos os elementos que apresenta. Não é demasiado exaustivo nessa mensagem, diz o que tem a dizer de uma forma bastante educativa e o resto é com a nossa consciência.

A nível técnico o jogo tem bastantes falhas, mas não é por isso que nos estraga um bom mergulho. A jogabilidade é apelativa e bastante fácil de habituar, os gráficos também não são nada por aí além, mas ainda são capazes de nos dar imagens muito bonitas. Há de certeza um público-alvo que a E-Line Media quis conquistar. E pelo menos a mim despertou-me a atenção. 

No final da história podemos voltar a mergulhar pelos locais onde passámos para terminar o nosso diário de expedição e encontrar todas as espécies, sem pressa, tudo sem grande correria a que estamos habituados no mundo real. Ali tudo pára, não há o medo de perder porque nunca se perde. Os tubarões não nos comem, nós não estamos ali para os caçar e há uma sinergia de grande calma que nos deixa relaxados a apreciar o bom que a natureza nos pode oferecer.

Beyond Blue é um jogo relaxante capaz de nos acalmar depois de um dia mais stressante e que nos abre os olhos para a algumas questões ambientais relacionadas com as espécies marinhas. Tem uma boa banda sonora e coloca-nos alguns dilemas morais. Está longe de ser perfeito, mas serve perfeitamente para a encomenda e acabou por ser uma agradável surpresa.

REVER GERAL
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Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-beyond-blue<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Relaxante</li> <li style="text-align: justify;">Dá vontade de explorar tudo</li> <li style="text-align: justify;">Banda sonora apelativa</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Podia ter mais uns mergulhos</li> <li style="text-align: justify;">Mergulhar num Lago de salmoura é desesperante</li> </ul>