Developer: Cyanide Studio
Plataforma: Xbox One, PlayStation 4 e PC
Data de Lançamento: 29 de Outubro de 2018

Seria difícil escolher melhor ocasião para lançar um jogo inspirado nos contos de H.P. Lovecraft, do que o Halloween, e Call of Cthulhu chega precisamente com a intenção de ser como uma materialização do oculto.

Desenvolvido pelo Cyanide Studio, Call of Cthulhu facilmente conseguiu provocar a curiosidade do público em geral. Não é um Horror Survival como possam crer, é mais virado para o suspense, e com alguns aspectos de RPG, aproveitando engenhosamente algumas ideias muito felizes que foram imortalizadas em Amnesia.

Desengane-se quem espera por muita acção. Primeiro que tudo, Call of Cthulhu é um título de investigação, e com uma certa tendência em tornar-se num jogo de culto, visto conjugar vários elementos que dificilmente encontraríamos reunidos noutro lado.

Aborda a história de Edward Pierce, em Boston, no ano de 1942, num período da sua vida cheio de dúvidas existenciais, e que é escolhido, como última alternativa, para investigar um caso sensível relativamente a uma família importante de Darkwater. Sendo um jogo que depende essencialmente da história, não vou entrar em muitos pormenores, todavia, poderei revelar que Pierce, desde o início, acorda literalmente de um pesadelo, e mergulha na loucura que é o mundo de Call of Cthulhu.

Como é baseado nas histórias de H.P. Lovecraft, tem sempre o místico e o sobrenatural bem presentes, e não podia ter melhor complemento do que a curiosidade provocada pela missão de descortinar a misteriosa morte que está na origem da nossa investigação.

Publicidade - Continue a ler a seguir

Call of Cthulhu é como mergulhar na loucura e não ter ideia de como sair, e dada a personalidade transtornada e destrutiva de Pierce, é o suficiente para, por vezes, não conseguirmos distinguir o que é real, do que não é.

Tudo tem de ser encarado na base da intuição e da interpretação. A nossa alma de investigador tem de ser inevitavelmente invocada, já que nada acontece ou é dito sem razão. Nesse sentido, desconfiar torna-se uma qualidade valiosa, e para ajudar, como tem uma vertente de RPG, existem pontos que vamos acumulando e podemos usar para melhorar certos atributos; quase todos no âmbito das nossas capacidades intelectuais, tal como a Psicologia, Investigação, Eloquência, Ocultismo, entre outros.

Grande parte dos atributos vão evoluindo conforme a nossa progressão, no entanto, a especialização de outros será adquirida através de livros, e o que torna tudo mais interessante, é que o próprio rumo da história será influenciado por esses mesmos recursos. Uma mistura de estilos que funciona surpreendentemente bem, e quem pretende desempenhar um papel numa história complexa e bem construída, tem aqui uma excelente opção.

Desenvolvido em ambiente Unreal Engine, não é um primor gráfico. Há mesmo alturas que sentimos estar algo datado, isto se compararmos com o que podemos ver nos dias de hoje. Porém, tem ainda assim o seu encanto, especialmente se olharmos para toda a atmosfera criada. Sempre sombrio, o universo visual e sonoro de Call of Cthulhu tem a capacidade de nos deixar constantemente tensos, mas ao mesmo tempo curiosos e desejando saber o que se passará a seguir. Uma autêntica conquista das mentes que imaginaram a envolvência que acompanharia a história.

Call of Cthulhu é um jogo que, acima de tudo, entretém o jogador. É mais apontado a um público que não só procura principalmente preencher-se de uma história com profundidade, mas tem também a necessidade natural de descobrir e explorar. Muitíssimo bem montado, é um jogo que ocupará durante várias horas o mais inquieto e curioso dos espíritos, e que certamente não desiludirá quem procura uma aventura dentro dessa matriz.

REVER GERAL
Geral
Artigo anteriorNovas informações sobre Super Smash Bros. Ultimate
Próximo artigoDistrant gratuito no Steam
Nuno Mendes
Completamente obcecado por tudo o que tenha a ver com futebol, é daqueles indesejados que passa mais tempo a editar as tácticas do PES do que a jogar propriamente. Pensa que é artista, mas não conhece as cores primárias, e para piorar, é ligeiramente daltónico. Recusa-se a acreditar que o homem foi à Lua.
analise-call-of-cthulhu<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;"> História muito bem construída e interessante</li> <li style="text-align: justify;"> A atmosfera é arrepiante e consegue o efeito desejado</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;"> Podia estar melhor a nível das texturas</li> <ul>