Developer: Moon Moose
Plataforma: PC
Data de Lançamento: 18 de Março 2021

Desde miúdo que o conceito Tycoon me fascina, principalmente depois de ter jogado Roller Coaster Tycoon, que nos levava para um universo onde tinha de criar e gerir o negócio de um parque de diversões. Foi para mim uma espécie de escola para outros jogos do género e que já me levou a Zoos, Prisões e até Hospitais, sempre dentro da mesma lógica e dentro de um videojogo, claro. Convém salientar isto, porque o desafio de Cartel Tycoon, de legal, tem muito pouco, ou nada, e se eu disser por aí que ando a traficar droga pode ser demasiado perigoso, por isso, saliento mais uma vez que se trata de um jogo, que nos leva para uma vida de um hipotético Pablo Escobar.

Na sua essência, Cartel Tycoon vai fazer de nós um grande narcotraficante dos anos 80. À boa maneira da série Narcos, com nuances de Breaking Bad ou Ozark, sentimos que vamos prosperando o negócio de forma crescente e sustentável, no qual ao mesmo tempo precisamos de limpar o rasto a dinheiro sujo e lutar com cartéis rivais pelos seus territórios e rotas.

O jogo pode parecer complicado no início, e é, mas aos poucos vai se tornando mais intuitivo e fácil de perceber a nível operacional com os objetivos que nos dão bem ao jeito de um tutorial. A chamada de um desconhecido em quem vamos confiar é o ponto de partida para a criação de uma boa base para aquilo que se pretende ser no futuro. 

O nosso império começa, a bem dizer, do zero, e é graças às construções rápidas de fazendas/quintas, estradas e acessos a esses locais onde se fabricam vários produtos que vão desde, ópio, vegetais, canábis, café e até frangos, que a nossa produção começa a ganhar calo. Com essa produção em marcha, precisamos de construir um armazém, onde se guardem esses produtos cultivados. Cada um tem o seu stock específico, que pode ir subindo, à medida que o vamos evoluindo. É necessário dinheiro para expandir as infra-estruturas e só assim vamos evoluindo as nossas instalações.

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Com os produtos em armazém, é preciso distribuí-los por diversos pontos, seja para outras zonas da cidade ou para aeródromos, que o jogo lhes chama de pistas de aterragem. Isto permite expandir o produto e como sequência ganhar um maior volume de negócios, o que provoca mais dinheiro a circular, ligações mais fortes e assim ter a possibilidade de chegar a outros cartéis, nossos rivais na distribuição de produtos. Para conquistar territórios, devemos recrutar alguns “soldados” para a nossa equipa, cada um deles com as suas próprias vantagens e desvantagens. No geral, o que é preciso é que o seu nível de poder esteja bem desenvolvido, uma vez que se atacarmos alguma zona rival, convém ter mais poder do que os que lá estão.

Cartel Tycoon também nos vai colocar na situação de lavar dinheiro e basta lembrar como é que isso se faz em séries como Ozark ou Breaking Bad. Numa usa-se mais o Casino e noutra um stand de automóveis ou uma lavandaria. Aqui podem construir empresas de Táxi, Casinos, Clubes de Salsa, um Hotel e até Igrejas. Também podem apostar em Parques de Diversões ou em Centros de Pesquisa. Tudo isto pode servir para transformar dinheiro sujo em dinheiro limpo. Há ainda uma linha de terror que vai subindo conforme os rastos que vamos deixando. Da polícia local à DEA, o melhor mesmo é tentar ficar longe destes problemas para não destruírem tudo aquilo que criámos.

Cartel Tycoon é um jogo bastante engraçado e quando se apanha o jeito é ainda mais divertido. Ainda assim, chega ali a uma fase em que o jogo se revela menos prático. As negociações com os nossos recrutas e o desvio das atenções das autoridades rouba-nos o tempo necessário para continuar a expandir o negócio e chegar a acordo com políticos locais. Isto torna-se chato porque parece que estamos sempre a fazer o mesmo a quando chegamos a certo ponto. 

Os menus também não são totalmente esclarecedores e acabam por atrapalhar e dificultar a vida aos menos resistentes a este tipo de jogos. Na primeira meia hora de jogo, andei desesperadamente às voltas para fazer algumas coisas que me pediam. Há muita informação detalhada e às vezes não nos explicam as mais básicas. Achei isso horrível, mas passando esse duro teste inicial, tudo vai se tornando mais claro e mais jogável. A nível gráfico, o jogo está em linha com os que se costuma fazer nestas paragens do estilo Tycoon, mas também tem boas animações em texto e as personagens até são bem construídas.

Ainda na fase de Acesso Antecipado, na Steam, Cartel Tycoon é nesta altura um bom jogo para desbravar se forem fãs do género. Tem alguns problemas na gestão de processos, mas a ideia de ir ligando as cidades umas às outras mais o processo de lavagem de dinheiro é bastante interessante. Nesta altura, no meu imaginário, sou ainda um jovem Pablo Escobar em início de carreira, mas com potencial para conquistar todo o mapa de Cartel Tycoon. Veremos se a DEA não me apanha até lá. 

REVER GERAL
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Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-cartel-tycoon<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Um tycoon bem construído que nos coloca no papel de narcotraficante</li> <li style="text-align: justify;">Desafiante</li> <li style="text-align: justify;">Um grande mapa para conquistar</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Torna-se complicado de gerir tanta coisa a determinada altura</li> <li style="text-align: justify;">No início pode ser complicado perceber as bases do jogo</li> </ul>