Developer: Ultimate Games
Plataforma: PC
Data de Lançamento: 12 de Agosto de 2022

Se existe sector do entretenimento cuja criatividade de estilos é praticamente ilimitada, é decerto nos videojogos. E o mais recente jogo desenvolvido e publicado pela Ultimate Games é prova disso, trazendo um conceito absolutamente inédito. É mais uma demonstração de como o engenho desta indústria ainda tem muito para oferecer e surpreender os jogadores, especialmente através dos indies, com mais um título verdadeiramente original.

É difícil classificar City Eye. Não há nada semelhante, nem mesmo uma referência próxima. Talvez apenas no cinema, com Enemy of the State, uma longa metragem de 1998 protagonizada por Will Smith e com a participação de Gene Hackman. Embora aqui sejamos os bons-da-fita, explorando os modernos sistemas de vigilância da cidade para o beneficio da população. Sim, o crime tem os dias contados, e tudo graças a este peculiar jogo que podemos catalogar de simulação e gestão.

O próprio nome isso sugere. Qual Big Brother que irá proteger os cidadãos de Strife City. Iremos assumir a função de um oficial de vigilância que terá de cumprir com zelo a sua profissão durante o seu horário de trabalho. Há que dizer que o tutorial é pouco útil, e acabamos por ter de descobrir muitas das suas mecânicas por meio da exploração e navegação. Não obstante, a lógica do jogo não é difícil de entender e rapidamente entramos no ritmo.

Em City Eye o nosso objectivo é observar a cidade em busca de ocorrências de vários tipos. E cada vez que identificamos algum tipo de problema teremos de informar as autoridades correspondentes. E não estamos a falar apenas de actividades criminosas, uma vez que temos de prestar qualquer tipo de assistência, seja a chamar a polícia, como os bombeiros, ou mesmo os paramédicos. Para isso, teremos de vigiar as câmeras que estarão colocadas em vários locais e marcar algo que possa fugir do normal, de maneira a baixar a taxa de criminalidade dessas zonas.

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Para nos ajudar, vamos ter três tipos de câmeras: uma básica, uma semi-automática e uma automática. A diferença entre elas é que na manual temos de ser nós a detectar e a marcar os problemas, a semi-auto assinala o evento, e a automática faz tudo autonomamente. A nossa missão será a de instalar esses mesmos dispositivos em locais estratégicos para que possamos depois detectar algum acontecimento. O teclado e o rato serão essenciais para todas as operações, seja na movimentação das câmeras, no zoom, marcar alvos, ou mesmo para navegar pelo mapa que nos indica onde todas elas estão posicionadas.

No final do dia – ou do turno, se preferirem – recebemos um relatório tanto das nossas actividades como do aproveitamento que tivemos, além do que obtivemos como pagamento. Será com esses fundos que vamos poder depois instalar câmeras adicionais, assim como melhorá-las, por intermédio de upgrades, aumentando assim a resposta dessa área. Cada vez que o crime desce para os 20%, será possível desbloquear outras regiões da cidade, reciclando a dinâmica da jogabilidade.

Devo dizer que não é um jogo que prima pela diversão, e pode começar a aborrecer após algum tempo devido a uma certa repetição. Além do mais, o progresso do jogo funciona contra si mesmo, porque a partir do momento que a criminalidade começa a baixar, também as recompensas que obtemos. Outro aspecto negativo é o das câmeras mais eficazes, ou seja, as automáticas, praticamente deixam o jogo totalmente mecanizado, restando-nos ser meros espectadores. São aborrecimentos difíceis de ignorar, e que limitam o potencial da interessante proposta que é apresentada aos jogadores.

Graficamente cumpre o papel de ser fácil de interpretar e navegar. As imagens proporcionadas pelas câmeras estão igualmente adequadas ao que foi idealizado pelo estúdio, e são suficientemente credíveis para nos deixarem atentos e concentrados. Os efeitos sonoros resumem-se fundamentalmente aos sons das câmeras e daquilo a que estamos a observar nas ruas. É talvez demasiado minimalista, mas compreende-se, dada a natureza do jogo. No geral, está bem construído nesse sentido.

City Eye não será certamente para todos. Quem busca por variedade nos jogos, provavelmente não terá a experiência mais entusiasmante. No entanto, quem gosta de títulos que exigem do jogador uma enorme capacidade de atenção, consegue cativar por ser bastante incomum.

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Nuno Mendes
Completamente obcecado por tudo o que tenha a ver com futebol, é daqueles indesejados que passa mais tempo a editar as tácticas do PES do que a jogar propriamente. Pensa que é artista, mas não conhece as cores primárias, e para piorar, é ligeiramente daltónico. Recusa-se a acreditar que o homem foi à Lua.
analise-city-eye<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Conceito interessante</li> <li style="text-align: justify;">Simples de entender</li> <li style="text-align: justify;">Graficamente razoável</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Extremamente repetitivo</li> </ul>