Developer: Bungie
Plataforma: Xbox Series S|X, Xbox One, PS4, PS5, PC
Data de Lançamento: 10 de Novembro

Para quem me conhece, sabe que o Destiny faz parte do meu código genético, e como tal, vivi momentos muito felizes, e outros muito tristes. A verdade é que é como uma relação, existe a paixão, o amor, o desamor, a tristeza, a solidão e muitas vezes a reconcialiação. A questão é, qual destas emoções ou estados é que é este Destiny 2 Beyond Light?!

Eu diria que a resposta é bastante fácil, mas que a sua execução nem tanto, para reconciliar todos os veteranos e uma nova vaga de jogadores a Bungie teve de recorrer à sua maior arma, a história do primeiro jogo. Só indo recuperar uma das primeiras personagens do primeiro jogo, todo o seu encanto, secretismo, charme e mistério, é que poderia alimentar as almas dos jogadores que têm dedicado a sua vida ao jogo já há largos anos.

Estamos a falar da Exo-Stranger que aparecia e desaparecia no primeiro jogo, que ora nos dava indicação que poderíamos ser a solução de tudo, como nos guiava para a próxima batalha que poderia alterar o curso da história. Ao mesmo tempo era esta voz que nos fazia duvidar do poder da Light, do Traveler, dos seus intuitos e daquilo que estava escondido.

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Para aqueles que estão completamente por dentro da história de Destiny, vão perceber que por esta altura estou a falar de Elizabeth Bray, a neta de Clovis Bray, um cientista louco da idade da Era Dourada, e que dizimou milhares de pessoas com as suas experiências, até o próprio filho. A neta conhecida por Elsie, recebeu uma carta do seu avô que pediu-lhe para ir até Europa para o ajudar numa experiência que estava a fazer. É claro, que muitas das respostas do que aconteceu nesta reunião vão ser descobertas no jogo, e muitas mais por descobrir ao longo do tempo, mas a maior dúvida é mesmo como é que Elsie se transformou na Exo-Stranger, por opção ou por obrigação?!

Clovis Bray, só para perceberem a história, foi um dos cientistas que a bordo de uma nave foi colonizar o a Europa, mas também, na verdade, à procura da resposta do artefacto K1 encontrado na Lua , que lhe prometeu encontrar a imortalidade em Europa. A chamada Claridade, nas palavras de Clovis Bray, estará então na profundidade do gelo de Europa. Estes detalhes, tais como, o de Elsie estar também doente como o pai e como o avô, são pormenores que conseguimos descortinar nas páginas encontradas na Edição de Coleccionador do jogo, mas que explicam em grande parte esta ligação e a razão pela qual a Exo-Stranger Elsie surge no jogo, mas também lança o mistério sobre aquilo que a Darkness é, e de como é esta Claridade da qual Clovis Bray tanto fala.

Clovis acredita que a tão desejada imortalidade vem da combinação de Vex Fluid com a tal Claridade, e claramente alguma coisa correu bem, porque na verdade existem vários Exo’s no jogo, para além da própria Elsie, sem sabermos ao certo o que aconteceu, mas que a salvação da doença de Elsie passou por se tornar uma Exo, agora se foi por vontade própria ou obrigada por Clovis Bray, ainda não sabemos. No entanto a caminharmos a passos largos para o Raid, mais respostas vão surgindo, como o caso de Attraks-1 poder ser o primeiro Exo-Fallen e que está a proteger o tal “corpo” que Eramis, a Boss da campanha o mandou preparar. No entanto vamos ficar por aqui a explicar estas coisas senão perde o encanto, mas acho que estas explicações podem ajudar a perceber e olhar de uma forma diferente a campanha.

Assim sendo, vamos lá ao jogo, como já perceberam há sempre muito para descobrir e entender, muito lore, e é também isso que torna o Destiny tão especial. Bem sabemos a luta que o jogo tem tido, quer seja pela tomada de posse da Activision, quer pela reconquista da independência da Bungie e o de tentar retomar o caminho do jogo, mas também sabemos como essa viagem tem sido de altos e baixos e cheio de lombas, Shadowkeep e The Forsaken, as duas últimas expansões tentaram preencher os buracos que esta luta provocou, mas depois da morte de Cayde-6 houve sempre uma dificuldade de aceitação da comunidade. Apesar da vingança que acabámos por trazer a Uldrov Sov pela morte de Cayde-6 em The Forsaken esse vácuo continua a não ser preenchido, a não ser que seja preenchido pela Darkness…

Como já perceberam vamos ter um novo poder elementar, o Stasis, um poder vindo da Darkness e que é manejado diferentemente perante a classe com que vamos, seja Hunter, Warlock ou Titan. O que vai acontecer é que vamos ao longo da campanha aprender a manejar esta nova força até a dominarmos, podendo depois escolher se usamos a Light e as suas 3 sub-classes: Arc, Solar, Void, ou a Darkness com a sua Stasis. O controlo e a percepção de onde vem esta força, o que ela representa e o que nos fará, a nós Guardians, será um elemento que vai percorrer connosco a caminhada da campanha, onde vamos ter que a utilizar para conseguir travar Eramis, a nova Líder dos Fallen, que está a usar em si e na sua raça o poder da Stasis para governar o mundo.

Vamos então para Europa onde as estranhas pirâmides que engoliram metade dos planetas que faziam parte do nosso mapa, como é o caso de Titan, Mars, Mercury, IO e Nesus, surgem ainda se agrupam com uma série de artefactos que a Exo-Stranger nos diz para comungar para de alguma forma aprendermos a usar a Darkness em nosso favor, nomeadamente a Stasis Locks, Cruxes of Darkness, Splinters of Darkness e Ziggurat.

Portanto sim, vamos vender a alma ao Diabo, àqueles que destruiram os planetas à procura do Traveler, para que possamos impedir Eramis e o seu plano maquiavélico, mas será que o preço não será demasiado elevado?!

Bem, passemos então à componente da jogabilidade nos seus vários aspectos que vou tentar explicar à medida que vou falando do jogo em si. Primeiro vamos, como de costume, perceber a imensidão do mapa de Europa e as suas tempestades de neve que surgem do nada e que nos dificultam, e de que maneira, a visibilidade. Facilmente nos vamos perder no caminho ou a direcção de onde vêm os disparos, e isso dá um toque de imprevisibilidade ao jogo do qual gostei muito, para além disso, dá sempre uma certa sensação de perigo iminente e de não sabermos o que aí vem, que encaixa na perfeição com o ambiente de estarmos a desbravar esta ideia de Darkness. No início vamos ajudar Variks, isso mesmo, o da Prison of Elders, aquele que ao libertar toda a gente libertou Uldron Sov que viria a matar o Cayde-6, portanto ajudar Variks vai ser algo que nos custa ao início. Variks está a ser perseguido por Eramis por saber dos seus planos de utilizar a Darkness.

Temos assim as missões de campanha que agora são regadas com missões secundárias, mas não da forma tradicional, agora teremos que cumprir alguns objectivos no mapa de Europa para por vezes expor alguns dos tenentes de Eramis para passamos à missão em si. Parecendo que não o que vai acontecer são duas coisas, uma maior interacção com os NPC’s e uma maior conexão entre o mapa em si e os seus eventos normais, seja patrols ou public events com as missões secundárias e as de história. Muitas das vezes vão estar a fazer essas missões e uma carrada de Guardians vão aparecer para nos ajudar, porque no fundo o Destiny é isso mesmo, é uma união da irmandade de jogadores a ajudarem-se entre si.

Antes de conseguirmos chegar a Eramis vamos ter de passar pelos seus tenentes, um dos quais, como já referi aqui, foi destacado para proteger o “corpo”, e estará no Raid, mas os outros 3 vão ser os Bosses que vamos ter que derrotar para chegar a Eramis, e devo dizer que são um osso duro de roer, até porque também eles controlam o Stasis, e porque o level cap para os derrotar nos vai exigir que andemos a fazer muitas outras coisas para conseguir chegar a um nível em que isso seja, mais ou menos, possível de concretizar. Muitos poderão achar que isso é um problema, mas o sentido de desafio é algo que eu sempre gostei no Destiny e por isso foi mais do que bem vindo por estes lados. É que quando os consegues derrotar o sentimento de “accomplishment” é muito maior.

Como novidades na jogabilidade, claro, temos a já mencionada Stasis, um novo poder baseado em gelo que nos obriga a modificar a forma de jogar, algo sempre positivo numa nova expansão. O Hunter recebe a habilidade Revenant com duas facas de gelo e o super Silence And Squall com armadilhas geladas.

O Warlock recebe Shadebinder, um bastão que dispara projécteis e o super Winter’s Wrath, uma explosão de gelo que congela os adversários. Por fim, o Titan tem ao seu dispor Behemoth, punhos gelados poderosos e o super Glacial Quake que envia ondas de choque contra os adversários.

Estas novas subclasses possuem uma estrutura diferente, uma espécie de evolução direta do jogo original, visto que agora podemos continuar a escolher o tipo de salto, habilidade de classe e granada, mas existem agora Aspects e Fragments. Aspects são poderes que melhoram o vosso personagem e não introduzem nenhum aspeto negativo. Os Fragments permitem obter bónus como mais dano ao destruírem inimigos congelados ou mais super, aumentar a área afetada por partir gelo ou aumentar o tempo que um inimigo é afetado pelo gelo. Alguns conferem também algo negativo, como reduzir os vossos stats como forma de equilibrar.

Destiny é um jogo que grita grind por todos os seus poros, o que tem-se modificado ao longo dos seus 7 anos de existência, tem sido a forma como nos alicia para esse grind. Cada vez mais existem quests específicas para as famigeradas exóticas, e temos várias a surgirem como podem ver na galeria abaixo, mas também a procura incessante por lore para desvendar vários dos mistérios que nos surgem na cabeça.

O grind é ainda real também para equipamento específico, como, por exemplo, a armadura que pode ser desbloqueado em peças aos descobrirmos os cofres selados no mapa de Europa, e que apenas conseguimos abrir depois de terminada a campanha do jogo. E mesmo terminada a campanha terão ainda missões, quests de Sabotagem a que Variks nos propõe executar, que funciona um pouco como o sistema do Gambit, se se recordam, onde vamos ter Tiers de quests para comprar ao Variks perante a troca de elementos que apenas conseguimos recolher nos Public Events, em Patrols ou mesmo a varrer os Lost Sectors.

O que nos vai fazer percorrer Europa de uma ponta a outra para conseguir desbravar este caminho de recompensas que Variks dispõe. Também a própria Elsie nos vai porpor outras quests, que passam não só pela transformação da exótica “No Time To Explain” em versão “Catalyst”, como até voltar à Terra e ao famoso Cosmodrome, o primeiro mapa do primeiro Destiny, e onde vamos reencontrar um amigo do espaço e do tempo, e mais não digo.

A nova User Interface do jogo faz lembrar uma espécie de Dark Mode e combina perfeitamente com o tema da expansão. Os ícones estão também muito melhor organizados, especialmente no que toca a triunfos e os livros de lore.

O sistema Armor 2.0 introduzido em Shadowkeep foi refinado e alguns mods alterados. Agora, podem equipar mods que melhoram as armas sem precisarem de um elemento específico na vossa armadura, apesar de ainda ser necessário para certos mods como os de Charged with Light e Warmind Cell.

As armas exóticas finalmente podem receber mods anti-champion, uma vez que estes agora se equipam nas armaduras e não nas armas em si, tornando-as imediatamente úteis para builds enquanto permitem que as armas lendárias possam ser equipadas com outros mods, acumulando os efeitos.

Com a expansão, foram lançadas novas armaduras exóticas mas estas apenas podem ser obtidas ao terminar sozinhos Lost Sectors de dificuldade Legend ou Master, que requerem um nível mais alto e possuem champions e outros modificadores que os tornam incrivelmente desafiantes.

Esta é uma das melhorias mais importantes da expansão, uma vez que oferece a jogadores solo uma opção para poderem farmar armaduras exóticas com stats altos e de forma consistente, algo que só era possível em Nightfalls de nível alto, ou até mesmo em Raid que não têm matchmaking.

Destiny 2 Beyond Light vai continuar ainda com o formato Seasons, com objectivos próprios durante cada temporada, a primeira é este Season of the Hunt, em que os seguidores de Xivu Arath procuram tomar o poder para algum propósito desconhecido. Os Guardiões terão que trabalhar com Spider, sim Uldrov Sov, de volta à vida para capturar novos vilões e descobrir por que razão Xivu está a reunir recrutas. Season of the Hunt traz consigo um novo level cap, juntamente com um novíssimo artefacto que inclui novos mods e melhorias de combate, esta season acontece até ao dia 9 de fevereiro, sendo que a Season Mission já arrancou esta semana.

Dizer ainda que o jogo vai beneficiar os jogadores da nova geração da consola, nesta primeira fase com loadings muito mais rápidos, sim acabaram as longas secas de ficar a olhar para a nova em órbita, para além de já ter cross-generation play, mas depois numa segunda fase, a partir do dia 8 de dezembro com o update gratuito, vai permitir resolução 4K para quem tiver uma Xbox Series X ou PS5, e ainda 60FPS ou o slider de field of view, entre outros pormenores.

Destiny 2 Beyond Light, é o regresso às bases por parte da Bungie, onde a história, a narrativa é o mais importante e ajogabilidade é para suportar isso mesmo. A introdução da Darkness, do Stasis e de como formamos a subclasse é magnífica, e de como a própria história sustenta isso mesmo. Sentimos que estamos sempre a procurar respostas e a encontrar novas pistas para jogarmos mais umas horas, sempre embrenhados nos mistérios que a Bungie tão bem sabe criar.

É divertido e desafiante, coloca muitas vezes os Guardians juntos em eventos e missões por pura camaradagem, e não deixou nada nem ninguém de fora. É um exemplo de que por vezes menos é mais, e focando-se apenas em Europa e no Cosmodrome, retirando 5 “mundos”, acaba por estar mais coeso e melhor trabalhado. Tem um problema, não para os veteranos, mas para quem chega agora ao jogo, porque dificilmente vai conseguir perceber o que se passa, encontrar contexto e propósito, mas também percebo que um jogo com 7 anos não possa estar constantemente a explicar tudo e que aí a escolha foi perante a base de fãs já construída. Voltei a ser feliz no Destiny 2 Beyond Light, e isso é a melhor coisa que posso dizer do jogo.

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Fundador do Site - Salão de Jogos, o Commodore Amiga 500 foi o seu melhor amigo durante décadas e ainda hoje sabe de cor a equipa principal do Benfica do Sensible Soccer 94/95. Nos tempos vagos ainda edita as botas dos jogadores do FIFA e do PES.
analise-destiny-2-beyond-light<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">A história e a narrativa envolvente e pertinente</li> <li style="text-align: justify;">A interação criada entre missões de campanha, quests e missões secundárias</li> <li style="text-align: justify;">A introdução da Darkness e de uma nova sub-classe</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Infelizmente para o jogador que chega agora ao jogo vai ficar um bocado à toa</li> </ul>