Developer: Black Forest Games, THQ Nordic
Plataforma: PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC, Xbox One
Data de Lançamento: 30 de agosto de 2022
Foi há pouco mais de dois anos que escrevi aqui no Salão de Jogos a análise ao primeiro jogo da franquia Destroy All Humans!, um remake do jogo que estreou em 2005 na PS2 e na Xbox. Lembro de jogar pelo lado dos “maus” e de achar muito divertida e cómica, a história que nos estava a ser contada.
Desta vez, o jogo faz novamente um remake, mas de Destroy All Humans! 2 – Reprobed que tinha saído em 2006, numa altura em que era normal uma franquia lançar jogos de aventura anualmente com a sua sequência de acontecimentos. É isso que acontece aqui, mas nestes novos tempos foram precisos dois anos para preparar um novo remake.
A história passa-se nos anos 60, dez anos depois dos eventos do primeiro jogo, no qual, basicamente, no papel de um ET, ou melhor, de um alien chamado Cryptosporidium 137, mais conhecido por Crypto, tínhamos de recolher todo o ADN de humanos “tolos” e derrubar o governo dos EUA. Agora, o objetivo é vingar-nos da KGB por ter explodido a nossa nave-mãe, aquela a que chamamos tradicionalmente por OVNI e descobrir esquemas que os nossos inimigos estão a fazer para acabar com a nossa raça alien.
Quem jogou o anterior vai certamente sentir-se à vontade com esta nova proposta da THQ Nordic e da Black Forest Games. A maneira de jogar é exatamente igual, ainda que acrescente novas localizações para destruir, algumas delas bem estranhas e novos amigos ou inimigos para trocar de identidade, fazer deles gato sapato, entre vários outros poderes.
Apesar do tempo ter passado, Destroy All Humans! 2 – Reprobed é tão divertido de jogar quanto o primeiro, talvez com excepção na narrativa que apresenta. O primeiro tinha mais piadas bem conseguidas e desta vez não encontrei tanta variedade nos textos que podiam e deviam ter sido bem mais cómicos. No entanto, ter o poder de enviar uma espécie de “paz e amor” às pessoas que depois começam a dançar como hippies em pleno Woodstock que se realizou no final dos anos 60.
Além deste poder, existem muitos outros que podem ser usados que já vinham do jogo anterior como, por exemplo, a pistola que lança raios a ter um papel preponderante e fundamental desde o início da aventura. Eletrocutar pessoas, veículos e edifícios é o prato do dia do nosso alien. Com a nossa nave também teremos o poder de sugar pessoas ou disparar com lasers totalmente destruidores contra tudo e todos. Continua a ser permitido usar também a troca de identidade com qualquer outra pessoa que esteja andar pela cidade e é mesmo preciso fazê-lo, de forma discreta para desvendar várias situações. Vamos ter de nos fazer passar por polícias, hippies ou engravatados para desbloquear algumas situações nas missões da história.
Uma das melhores notícias de Destroy All Humans! 2 – Reprobed é que podemos jogar tudo a dois localmente. Esta é uma decisão importante porque há certamente filhos que se vão juntar aos país para jogar a aventura co-op e unir duas gerações bem diferentes. Os mais velhos que se calhar já tinham jogado em 2006 e os mais novos que agora chegam ao universo, mais de 15 anos depois. Podem fazer toda a história a dois e com isso, fazer com que o jogo tenha o dobro da diversão.
A nível de imagem, apesar de bonita, devido ao facto de estar a jogar numa geração acima daquela que joguei o primeiro, existem algumas falhas de framerate, principalmente se estiverem muitos elementos na mesma imagem enquanto nós ainda lançamos poderes. Em relação ao primeiro, nota-se uma evolução, mas não é totalmente suficiente para termos a qualidade que já vimos em jogos como Spyro e Crash. Nas cutscenes, tal como já o era, parece que estamos a assistir na televisão a uns autênticos desenhos animados.
Seguindo a linha do jogo anterior, posso dizer que este é um ponto bom e mau para Destroy All Humans! 2 – Reprobed porque, se por um lado nos dá aquilo que já sabemos que tem, por outro, não inova absolutamente nada, fazendo com que pareça quase o mesmo jogo que joguei há dois anos mas com outra história, que na verdade até é mais desinteressante.
Bem sei que já deve ter sido assim em 2006 quando o jogo original foi lançado, mas fico com a ideia que podiam agora ter inovado mais na jogabilidade e tentar trazer novas propostas para cima da mesa. Isto nunca se sabe o dia de amanhã, mas até podiam investir numa nova aventura do Crypto, adaptada para os tempos atuais das redes sociais, da falsa informação e de tantos outros temas tabu que podiam ser explorados por um jogo que é cómico e bastante incorreto, basta vermos que somos nós os aliens a destruir tudo e todos.
Esta passagem para a nova geração permite que os tempos de carregamento sejam agora bem mais rápidos que os loadings desesperantes do primeiro jogo. A história demora umas boas 12-13 horas a ser passada se estivermos sempre a cumprir as missões principais de uma assentada. Se quisermos fazer os desafios secundários e ainda andar de forma livre pela cidade durante algum tempo, aí terão bem mais horas de conteúdo e de diversão antes que a destruição acabe.
Destroy All Humans! 2 – Reprobed mantém o que de bom e de mau tinha o primeiro remake da franquia. Está melhor graficamente por ter passado de geração e com tempos de carregamento bem mais curtos que anteriormente, mas a jogar parece mais do mesmo sem grande inovação, acabando por perder a graça e o interesse mais rápido que o esperado. Ainda assim, mantém-se firme e desafiador naquilo a que se compromete que é basicamente destruir tudo e todos enquanto a nossa raça não é extinta..