Developer: Lucid Games
Plataforma: PlayStation 5
Data de Lançamento: 2 de Fevereiro 2021

Destruição e diversão são as palavras de ordem no novo exclusivo da PlayStation 5, Destruction AllStars, que está gratuito para os assinantes do serviço PlayStation Plus neste momento. E aqui fica já a dica para o adicionarem à vossa biblioteca, antes que ele desapareça de lá. A ideia do jogo ser gratuito é uma excelente aposta da Lucid Games que percebeu que se tivesse lançado o jogo a um preço “normal”, mesmo que fosse a rondar os 30 euros, iria ter muitas dificuldades em ter jogadores suficientes para o jogar e criar uma comunidade que é das coisas mais importantes neste tipo de jogos.

Destruction AllStars é uma batalha autêntica em arenas cheias de carros que podemos e devemos usar para destruir os outros jogadores das mais diversas maneiras conforme o tipo de evento que estamos a jogar, que já vou explicar mais à frente. Ainda sobre o conceito, para quem, como eu, adorava Carmageddon e Destruction Derby na PS1, não vai ficar indiferente a um jogo que agora quase une os dois conceitos e ainda acrescenta a vertente competitiva online que lembra Rocket League ou até mesmo Fortnite com uns bons movimentos de parkour e uns festejos esquesitos.

Assim que entramos na arena para uma partida de Destruction AllStars a nossa adrenalina sobe. Talvez porque é divertido ir num carro contra outros, sempre que isso nos permita, claro. Estou a falar de quando conduzimos uns carrinhos de choque nas feiras e quando jogamos alguns videojogos como Burnout ou até mesmo no trânsito em GTA. É bom lembrar que além dos carros, vamos ter de correr muito pela arena com os personagens que o jogo tem. É aqui que entra a parte parkour porque vamos assistir a autênticos saltos e manobras perigosas para chegar a pontos onde estão carros ou outros itens. Isto porque as arenas estão repletas de vários veículos, uns com mais poder que outros e com diferentes tipos de utilidade, embora vá parar quase tudo ao mesmo: destruição de carros. 

Ainda na fase em que estamos fora do carro podemos golpear os nossos inimigos ou tentar roubar os veículos deles num mini jogo em que o condutor tem de andar com o analógico para a esquerda e para a direita o mais rápido possível, enquanto o assaltante tem de carregar na combinação de botões que vai aparecendo na imagem. É bom dizer que a pé estamos mais desprotegidos e se formos atropelados por um carro, o mais certo é levarmos um KO. Sim, eles existem no jogo e recordando um sketch dos Gato Fedorento, aqui não há desculpas para o “vou-te dar um encontrão que te viro”, mesmo que o que venha de carro tenha ficado “na mesma” e o que estava a pé se tenha lixado à grande.

A cada personagem está associado um veículo especial que quando entra em prova conseguimos tirar proveito dele com um destruidor bastante mais eficiente que os carros normais. Isto dá-nos clara vantagem quando conseguimos usar na altura certa sem sermos apanhados na curva. 

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Ao todo há 16 personagens à nossa escolha, algumas delas bastante carismáticas até, e cada uma tem dois poderes diferentes, embora muitas tenham essas habilidades especiais muito parecidas. Há poderes para o carro e para quando andamos a pé, desde as ondas supersónicas de Harmony até às densas nuvens de fumo do Sgt. Rescue. Muito para além dos seus poderes, gosto da forma descomplexada como foram criadas as personagens e o que é certo é que lhes dá um certo grau de igualdade em pista, sejam homens ou mulheres, mais velhos ou mais novos, mais ou menos gordos e por aí fora. Embora tenha alguns favoritos como o Fuego, BoxTop ou Harmony, devo dizer que há muito equilíbrio entre eles e que não é por uma escolha ou outra que ficamos em desvantagem no combate da arena. Também há espaço para personalizar estes personagens, mas com modificações pouco significativas para os pontos que temos de gastar. 

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Para colocar isto em modo prático, há vários modos de jogo. O PvP online tem quatro tipos de eventos nos quais podemos participar. Começo pelo que mais gostei, o Carnado, uma luta entre duas equipas de 8 jogadores cada, onde de um lado está a Team Infinito e do outro a Team Diamante, para ver quem reúne mais peças de carros destruídos. O objetivo é embater contra outros veículos, juntar as peças que saltam desses choques e levá-las até ao centro do jogo, onde está um verdadeiro tornado que rebenta com o nosso carro, mas que deixa os pontos conforme as peças que conseguimos juntar. A equipa que no final conseguir juntar mais, ganha. Há outro evento que também se joga por equipas que é o Stockpile, onde há três bases que têm de ser dominadas pelas equipas, amealhando uns itens específicos. No final do tempo, quem tiver mais bases dominadas, vence o jogo. Não gostei tanto deste tipo de evento, até porque nos obriga a estar muito tempo fora do carro para depositar os itens nas bases. É certo que acaba por ser diferente dos outros, mas sinceramente o forte do jogo é estar dentro dos carros a destruir tudo e todos.

Depois há os modos competitivos, mas onde estamos por nossa conta e risco. O Mayhem é onde vamos juntar pontos com os nossos embates, no qual o vencedor é definido no final do tempo e claro, quem tiver mais pontuação no final, é o vencedor. Por último, o grande battle royale deste Destruction AllStars, o Gridfall, onde o objetivo é mantermo-nos vivos até só sobramos nós em pista. Vamos ter de mandar os outros personagens para fora de prova e o chão da arena vai abrindo buracos enormes no caminho para nos ajudar a perder. Através do choque ou até mesmo com pontapés dos nossos personagens, vale tudo para continuar em prova. Um verdadeiro Royal Rumble, até mesmo quando o speaker anuncia o início de cada batalha, bem ao jeito de um combate de luta da WWE ou de UFC.

Os modos online são muito engraçados, principalmente se tivermos alguns amigos com quem jogar, mas é aqui que, apesar de podermos jogar com pessoal que conhecemos, não conseguimos criar uma sala só nossa para poder estar à vontade e fazer torneios entre nós. Ainda assim, se estiverem todos no mesmo grupo, podem jogar na mesma equipa ou entrar na mesma sala, juntamente com outros jogadores nos modos em que estão por vossa conta. Também não há multiplayer local. O ecrã dividido em alguns jogos deste género parece que ficou bem lá atrás na PlayStation 2. Não deixa de ser chato estarem duas pessoas na mesma sala e não conseguirem jogar o mesmo jogo. Os modos offline, além do modo Arcade, onde podemos personalizar uma partida à nossa maneira e praticar contra o CPU, há o modo Série de Desafios, onde no início parece que vamos ter uma espécie de modo história, mas não aprofundam muito isso. Surpreendeu-me aqui pelo facto de não haver só desafios com os quatro modos que falei anteriormente, mas incluir alguns desafios com contra-relógios, onde até podemos parar o tempo, à boa maneira de Crash Team Racing, ou outros onde temos de levar um passageiro ao seu destino, num modo a que o jogo chama de Transporter.

Estes desafios estão todos dentro de um pack que é possível desbloquear, mas depois se quiserem continuar a jogar outros blocos de desafios têm de pagar com a moeda do jogo um certo valor. As chamadas microtransações estão presentes em Destruction AllStars e algo me diz que infelizmente isto não é para ficar por aqui, mas veremos.

A nível técnico, o jogo explora bem as potencialidades da PlayStation 5 com o comando em evidência, excepto quando me obrigava a ouvir o chat de outros jogadores sem que conseguísse  desligar. Felizmente houve uma atualização nos primeiros dias a corrigir essa situação. De resto, os gatilhos ficam mais presos conforme o carro vai ficando destruído e os sons que saem através do DualSense criam uma boa dinâmica no jogo, embora prefira usar os headphones. Os loadings são relativamente rápidos e o grafismo aparece em grande nível para um jogo com este perfil.

O jogo é bom e viciante, mas será que é capaz de se aguentar jogável durante muito tempo? Esse é o principal desafio da Lucid Games. Num fim-de-semana o jogo esgota-se, por isso recomendo que seja jogado em doses moderadas. Já se sabe que jogos como estes requerem uma comunidade e a ideia de colocar o jogo no PS Plus faz com que haja jogadores prontos para jogar, mas resta saber se haverá novos conteúdos a serem adicionados ao jogo e a que preço. Se for via microtransações, não sei se terá sucesso, agora se continuar a apostar nos assinantes do PS Plus, pode vir a tornar-se, quem sabe, um Rocket League, com as devidas diferenças, claro. 

Destruction AllStars é um autêntico caos numa arena repleta de carros prontos a chocar uns contra os outros. Os vários modos online são bastante divertidos e viciantes e até os poucos desafios offline são capazes de nos fazer perder umas boas horas no jogo. Apesar das microtransações e da falta de longevidade, pelo menos enquanto não vier novo conteúdo, é de aproveitar porque está grátis para os assinantes da PS Plus e não é todos os dias que podemos resgatar de lá um exclusivo PlayStation 5.

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Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-destruction-allstars<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Caos nas arenas</li> <li style="text-align: justify;">Visualmente apelativo</li> <li style="text-align: justify;">Os modos online são muito divertidos</li> <li style="text-align: justify;">Aproveita as potencialidades do DualSense</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Pouca longevidade</li> <li style="text-align: justify;">As microtransações podem vir a estragar a experiência</li> </ul>