Developer: EA Sports, EA Tiburon
Plataforma: PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC
Data de Lançamento: 07 de Abril de 2023

Depois de alguns anos afastado dos campos de golfe, a EA Sports regressa com uma nova cara com este PGA Tour disposto a elevar a fasquia em relação ao que anda a ser feito. Nos últimos oito anos, a franquia PGA Tour da 2K ganhou muitos jogadores e beneficiou do facto de ser único no mercado, faltando uma concorrência séria e ameaçadora ao seu legado. 

Pessoalmente, passei muitos anos sem jogos de golfe. O meu favorito continua a ser o Actua Golf da PS1, que era simples e intuitivo e já na altura tinha os torneios amadores e profissionais. Desde aí, apenas voltei a agarrar em jogos de golfe com o PGA Tour 2K21 e até me surpreendeu bastante pela positiva graças à sua acessibilidade e simplicidade de aprender a jogar de forma rápida. Não tendo eu jogado o mais recente título da franquia da 2K, não vou entrar em muitas comparações entre ambos, embora à primeira vista, me pareça que os dois são excelentes réplicas da modalidade, cada um à sua maneira.

Para jogar EA Sports PGA Tour convém ter algumas bases, não só de como funciona o golfe, mas também facilita ter experiência de jogos anteriores do género. Se antigamente bastava carregar num botão e depois acertar em determinado ponto, desde há uns bons anos, estes jogos optaram por nos obrigar a usar o analógico para dar as tacadas. Não é uma questão de ser melhor ou pior, mas para ser exatamente preciso com o movimento dos analógicos é preciso algum treino. 

Seja em modo mais Pro ou em modo que o jogo chama Arcade, fazer o movimento de deslizar para baixo e depois para cima, na altura certa e direitinho, não é uma tarefa assim tão fácil. Podemos escolher se queremos usar o analógico direito ou o esquerdo, mas o que eu gostava mesmo era que desse para carregar apenas num botão, com o mini-jogo de o ter de fazer na altura certa, correndo também riscos que a bola lançada fosse parar a cascos de rolha. 

Entre os efeitos que podemos dar à bola, escolher o taco mais adequado e a direção da tacada, é importante ver o vento que se faz sentir para perceber que a bola vai desviar conforme as condições desse fenómeno natural. Isto, é já um hábito em jogos deste género, mas que continua a ter uma grande importância na jogabilidade.

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A apresentação é das melhores que já vi num jogo de golfe. Os seus gráficos, os movimentos naturais dos golfistas, as réplicas dos campos que estão fiéis à realidade, dão um aspeto bastante mais bonito a EA Sports PGA Tour. Os cenários de fundo com barcos atracados, ondas a bater ou as próprias pessoas a assistir, criam uma atmosfera muito própria do jogo. Também a nível sonoro, com os sons da natureza, das tacadas bem, ou mal dadas e as reações do público, são tudo pormenores que fazem a diferença. Em relação à bola, tenho alguns sentimentos mistos. Por um lado parece que faz movimentos bastante realistas quando é lançada e vai no ar, mas depois, em alguns momentos, senti que tem um comportamento estranho quando bate em algumas partes dos campos. Na areia e na relva, até percebo que a bola não se mexa mais, mas aconteceu-me bastantes vezes a bola ser lançada para um terreno aparentemente limpo e seguir com muita força, enquanto que noutras a bola quase que parava. Claro que tem também relação com o tipo de taco que escolhemos, mas ainda assim achei demasiado aleatório, o que me deixava sempre na dúvida se havia de lançar a bola com mais, ou menos força.

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Nos modos de jogo, a grande aposta deste EA Sports PGA Tour é o modo Carreira e foi nele que passei a maior parte do tempo para fazer esta análise. Começamos por criar o nosso próprio jogador, com uma data de customizações possíveis, desde a roupa, o estilo, o género e até os sacos que levamos para o campo. Depois podem escolher em que fase da carreira querem começar. Há três opções possíveis: a primeira é começar nos torneios amadores, a segunda é entrar no Korn Ferry Tour, um circuito de competições por vários lugares que conta para o ranking ou então ir logo para o PGA Tour, no qual teremos de ir jogando diversos torneios para poder entrar no Masters de Augusta, ou na prestigiada FedEx Cup

Há uma data de torneios para se jogar em cada ano e é de facto o melhor modo carreira que já vi num jogo de golfe. O jogo permite ainda jogar a totalidade dos torneios, ou fazer apenas alguns buracos e a partir daí ter o nosso resultado baseado na nossa amostra de performance. Uma característica boa para quem não quer jogar tudo, até porque as épocas são longas. Quem escolher começar nos torneios amadores, também não é obrigado a lá ficar para sempre, se não estiver a conseguir os resultados que permitem chegar a outros torneios. Numa jogada inteligente, é possível fazer passar para o Korn Ferry Tour e depois para o PGA Tour, sem resultados obtidos. No PGA Tour a história já é outra e há restrições de participação em alguns torneios mais prestigiados e aí só se entra mesmo com resultados demonstrados.

A progressão do nosso jogador vai-se fazendo como noutros jogos em que somos apenas um profissional, num estilo RPG e com pontos de experiência que vamos ganhando à medida que jogamos e conseguimos completar objetivos. Tal como se faz no MyPlayer do NBA 2K ou no Modo Um Jogador do FIFA, quando atingimos certos atributos, que aqui estão divididos em cinco áreas de jogo, desbloqueamos algumas qualidades extra ao nosso golfista. Esta evolução sente-se na própria jogabilidade principalmente com maior estabilização da tacada, ou quando reparamos que estranhamente a bola antes não entrava no buraco e passa a entrar exatamente nas mesmas condições. Isto tem o lado bom e o lado mau. É certo que vemos resultados com a evolução, mas também me senti frustrado porque estava a fazer tudo bem e por uma limitação que não sei bem qual a bola não entrava. Ficamos sem saber se é de jogarmos mal ou se é do próprio jogador que devido ao facto de ser mais fraco, não consegue executar bem os movimentos. É ir por tentativas.

Há outros modos que podem jogar, mas não achei assim grande piada, pelo menos aos outros modos offline que permitem fazer desafios e completar certos objetivos com vários “momentos” e “cenários” de jogo. Online podem fazer jogos privados com amigos, ou participar em torneios mundiais diários ou semanais contra outros jogadores, mas tirando o poderoso modo carreira, repleto de conteúdo oficial, o resto é bastante pobre. Ao todo existem ainda 30 campos replicados e mais de 20 profissionais do golfe recriados no jogo.

EA Sports PGA Tour é um bom jogo de golfe que consegue mostrar a atmosfera deste desporto com um modo carreira muito completo do melhor que já vi em jogos deste género. Ainda tem umas boas tacadas para dar, de modo a evoluir no futuro, mas conseguiu criar a solidez necessária para se afirmar no mercado e discutir o “par” com o jogo da 2K.

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Élio Salsinha
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-ea-sports-pga-tour<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Longevidade do Modo Carreira</li> <li style="text-align: justify;">O ambiente recriado à volta</li> <li style="text-align: justify;">Torneios Online</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Tacadas falhadas sem perceber bem porquê</li> <li style="text-align: justify;">Exige algum tempo de habituação</li> </ul>