Developer: Piranha Bytes
Plataforma: PC, Playstation 4, XBox One
Data de Lançamento: 17 de Outubro de 2017
Cenários pós-apocalípticos são uma realidade cada vez mais banal no mundo vídeo jogos, Horizon Zero Dawn e Nier: Automata são alguns nomes que marcaram este tipo de cenários nestes últimos tempos. Elex, não foge ao contexto que acabei de enunciar, vestirás o papel de Jax neste mundo pós-apocalíptico. Esta aventura passa-se em Magalan, sendo aqui onde tudo começa, onde caiu um cometa e destrói este palco super desenvolvido tecnologicamente passando a ruínas.
Este jogo foi desenvolvido pela Piranha Bytes, um nome conhecido dos RPG’s visto que este é o estilo de jogo desenvolvido pelas equipas da Piranha Bytes (caso não conheças, desenvolveram a saga Gothic e a saga Risen, onde a plataforma comum entre eles todos é o computador). Após as primeiras horas de jogo vais sentir que o jogo é algo estranho, mas não percebes bem o que é, mas quando começas a aperceber o potencial do jogo vais sentir que Elex é um diamante em bruto. Mas como qualquer diamante em bruto precisa de ser trabalhado.
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Infelizmente, neste título, ainda são alguns pontos que este diamante precisa ser lapidado (não digo polir porque na realidade existem pontos que poderiam estar muito melhor). Começamos pelos gráficos, este é um aspecto que peca bastante (quando comparado com os outros) porque para além das texturas das personagens estarem pouco desenvolvidas, houve em alguns momentos, enquanto passeava com o nosso personagem neste mundo infinito, alguns elementos da paisagem são renderizados quando me aproximava deles, resumindo, tira alguma piada ao jogo. Outro ponto que poderia estar positivo é o som, aqui as reclamações vão para alguns efeitos sonoros, que por exemplo, existem momentos em que acertamos com uma arma metálica num objecto de madeira, e o som de embate é de metal contra metal, por outro lado, num aspecto mais técnico, a sincronização do som das falas com a movimentação da boca está um pouco desalinhada.
Apesar da parte técnica, estar pouco trabalhada, não se pode dizer que este jogo não foi bem pensado, pelo contrário, Elex tem a base toda, tem uma narrativa cativante, embora um pouco diferente do que estamos habituados a assistir em jogos deste tipo. Neste título tu fazes o teu caminho com as escolhas que tomas, e este ponto é algo que tenho que abordar. Para quem diz que os RPGs japoneses têm muita fala vai perceber que não é só em terras nipónicas que se fazem jogos com muito “paleio”, estão enganados, e este é um caso desses. Vais conseguir ter diálogos com tamanho considerável e com muitas opções pelo meio, o que torna o jogo bastante atractivo, pois consegues “moldar” a personagem ao teu jeito.
Se não bastasse conseguires decidir o teu rumo com as escolhas de diálogo, podes também escolher uma “tribo”, ou se preferirem uma facção das quatro existentes, Berserkers, Outlaws, Clerics e Albs. Todos eles com ideias e métodos diferentes de ver o mundo e a forma de resolver as coisas. Para te manteres tens de seguir as suas regras exigidas. Vais ter também a hipótese de moldar Jax no que diz respeito as armas que utilizas, e com isto toco noutro ponto positivo, Elex conta uma lista de armas e equipamentos, quase infindáveis, quer em armas quer em equipamento. Para desbloqueares os diferentes tipos de armas, vais precisar de aumentar o teu nível geral e o nível de habilidades específicas e confesso que no inicio custou bastante subir e desbloquear armas. Neste RPG Open World vais contar com um mapa enorme e totalmente explorável com diversos tipos de clima e terreno.
Algo muito importante de ser referido é o que se sente enquanto se joga Elex, no início é difícil de gostares, pois vais logo lidar com as falhas do jogo que são logo perceptíveis. Após algum tempo de jogo consegues ver que há muito trabalho e com ideias muito boas mas que tudo isso se perde com todas as falhas técnicas. Mais sincero que isto é impossível, este jogo deixou-me incrédulo, pois tinha mesmo tudo para dar certo, podendo até chegar, aos calcanhares de grandes títulos do mesmo tipo, tal como The Witcher III. É frustrante pensar que há jogos que tem uma qualidade técnica muito boa, mas o “recheio” do jogo é vazio e temos jogos como Elex que não fica melhor porque, talvez houve precipitação em lançá-lo ao publico. Eu sou da opinião que este jogo poderia ter ficado mais tempo a ser desenvolvido para ficar um jogo que deixaria os jogadores de queixo caído.
Elex está num nível de topo no que toca a conceito e ideias implementadas, um excelente trabalho é o que se pode dizer e sentir quando jogares este título da Piranha Bytes. A narrativa é outro ponto que pode fazer com que os jogadores fiquem vastas horas a joga-lo, assim como a explorar este mundo com diversos cenários do mais variado tipo, até o aspecto climático está bastante trabalhado, visto que se altera de forma dinâmica. Há sempre um “mas”, e no caso de Elex, este fica-se pela parte técnica que faz o jogo ficar um pouco aquém do desejado. Posso dar o exemplo da movimentação da personagem estática, isto é, por vezes parece uma vara esticada, falta-lhe um pouco da agilidade nos movimentos, também encontramos alguns bugs, falha de sincronização entre a voz e a movimentação da boca e como disse anteriormente existem elementos paisagísticos que são renderizados no momentos em que nos aproximamos deles. São estas falhas que tiram o brilhantismo de Elex, o que é uma pena porque poderia ser um RPG de uma qualidade fantástica. Seja como for Elex é um jogo interessante que merece ser jogado principalmente pelos fãs de RPGs.