Developer: Slug Disco Studios
Plataforma: PC
Data de Lançamento: 22 de Agosto de 2023d
A premissa parece estranha no começo. Controlamos formigas. Melhor explicando, somos um cientista que está a fazer experiências com formigas. Meio armado em documentário, uma voz de narração guia-nos pelo terrário onde controlamos as diminutas unidades. Podemos fazer grupos, controlados através de feromonas, ou ter um grupo de formigas operárias para ajudar a rainha e a colónia a sobreviver.
Começamos com um terrário, onde escolhemos uma cor e nome para a nossa colónia. A ideia aqui é sobreviver e expandir o território através de comida. Temos que criar espaços para guardar a comida e outros espaços dedicados para a criação de novas formigas. “A formiga no carreiro”, cada unidade por um espaço. Enquanto temos comida, vão ser geradas novas unidades até ao máximo permitido pelo nosso espaço e pela comida que temos. E essencialmente temos trabalhadoras ou operárias e soldados. Mais para a frente, com novos tipos de formigas, surgem unidades mais especializadas como umas que disparam uma névoa.
Além do terrário, onde se desenvolvem as missões principais, temos uma espécie de história, ou missões intermédias cuja recompensa é mais comida, território ou geleia para o nosso formigueiro (que serve para fazer upgrades). Nestas missões vamos encontrar ameaças como aranhas ou um escaravelho que dá pelo nome de lacrau-russo. “De patinhas no chão, formiguinha ao trabalho” temos que salvaguardar e planear por onde escavar e quantas formigas temos para a nossa proteção. Isto a jogar com a quantidade de comida que temos disponível, claro. Vamos expandir para buscar mais comida, mas há um ponto de exclamação no mapa? Então temos que preparar-nos para enfrentar uma ameaça. Que pode até ser um tipo de formiga que nos rouba as larvas e as escraviza para a sua própria colónia, porque o mundo está cheio de horrores. O mapa é interessante, com solo e subsolo bastante bem-feito e realista.
O jogo, depois daquela cara de nojo normal de ver aranhas muito rápidas, é bastante divertido e mergulhamos com facilidade no mundo dos insetos. A narração, embora esporádica, ajuda a parecer que estamos a viver uma espécie de BBC vida selvagem em tamanho pequeno.
Como pontos menos bons estão o não haver um save durante uma missão, que é normal neste tipo de jogos, mas Empire of The Undegrowth nem sequer tem um botão para alterar o tempo, nem para rápido, nem para lento, o que por vezes faz com que sejamos surpreendidos com demasiadas coisas para gerir. Não quero dizer com isto que o jogo deixa de ter piada, aliás, sem dificuldades não teria graça nenhuma e é fácil voltar a refazer a missão com a esperança de um melhor resultado para as nossas amigas. O jogo não é muito fácil, mas depois de umas duas derrotas lá se vai apanhando o jeito. É pena que o tutorial não nos indique, por exemplo, que o C no teclado deixe ver uma pequena barra de vida das formigas. Aliás, além do básico o tutorial não é grande espingarda, mas as missões têm uma curva de dificuldade simpática.
Em resumo, Empire of The Undergrowth é uma experiência divertida e algo diferente no mundo dos jogos de estratégia, que vale a pena experimentar.