Developer: Saber Interactive, Boss Team Games
Plataforma: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, PC
Data de Lançamento: 13 de maio de 2022

Provavelmente os mais jovens pouco ou nada ouviram falar de Evil Dead no que toca aos seus filmes, já que o primeiro foi lançado em 1981, pela mente de Sam Raimi. Este nome já não vos deve ser nada estranho, uma vez que foi produtor e realizador dos filmes do Homem-Aranha com Tobey Maguire, assim como produtor da série Spartacus, Xena a Princesa Guerreira, entre muitas outras coisas bem conhecidas.

Acontece que Evil Dead tornou-se um nome de culto, quer pelos filmes – e são bastantes – como por diversos videojogos e merchandising que foram sendo lançado aos longo destes anos. Por falar nisso, Evil Dead Rise deve chegar ainda este ano aos cinemas, e como podem ver, são mais de 40 anos de filmes, jogos, entre muitas outras coisas.

Este novo jogo de Evil Dead é certamente aquilo que os fãs sempre sonharam, sendo que o jogo consegue envolver-nos muito bem no mundo criado na mente de Sam Raimi, ao mesmo tempo que consegue proporcionar uma jogabilidade acima da média, comparado com outros jogos do mesmo género.

O jogo não oferece muitos modos. Na verdade, existem apenas dois modos do jogo: o Survivor vs. Deamon e o Missions. Começando por este último, é o modo single-player do jogo, onde existem 6 missões para completarmos, e todas elas com diversos objectivos. Embora seja engraçado para os fãs da franquia – já que leva os jogadores a reviverem algumas memórias – não é certamente por este modo que vão querer jogar.

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Diria que é uma boa maneira de os jogadores poderem até treinar a sua habilidade a jogar, já que não são missões propriamente fáceis. Isto é, tem uma dificuldade média, e ficam já a saber que não poderão alterar a dificuldade neste modo, por isso, ou apanham o jeito, ou é um peso morto agarrado ao jogo.

Evil Dead The Game também conta com um tutorial, este totalmente virado para explicar o modo online – Survivor vs. Deamon. Por esse motivo, encontra-se dividido em duas partes: o tutorial dos Survivor e o tutorial do Kandarian Demon. O tutorial é muito completo, explica tudo o que precisam de saber para conseguir ter sucesso no jogo, e o resto está nas vossas mãos no caso de jogarem com o Kandarian Demon; já no caso de jogarem com os sobreviventes, convém ter uma boa equipa, e aqui está um dos graves problemas no jogo, quer dizer, do jogo não, de alguns jogadores. Mas já lá vamos.

Vamos então ao modo Survivor vs. Deamon, que será aquele que fará os jogadores adquirirem o jogo. Aqui, apesar de a ideia do jogo ser sempre a mesma, temos opções totalmente online (PVP), como opções contra a IA (PVE), e até a possibilidade de jogar uma private match. No PVP temos então:

  • Play as Survivor – Onde jogamos cooperativamente com outros 4 jogadores online, onde 3 deles serão sobreviventes e 1 será o demónio.
  • Play as the Kandarian Demon – Onde controlamos o demónio contra 4 outros jogadores sobreviventes.

Já no PVE temos:

  • Play as Survivor – Onde jogamos cooperativamente com outros 3 jogadores online, sendo os 3 sobreviventes e a IA a controlar o demónio.
  • Play Solo – Onde jogamos como sobrevivente e a IA controla os outros 3 sobreviventes assim como o demónio.

Por fim, o Private Match, que é aquele que podemos convidar amigos a juntarem-se a nós. No caso de sermos 5 podemos começar logo a partida, no caso de sermos menos, o jogo encontrará uma partida para nos juntarmos a ela.

O jogo tem lugar num pequeno mundo aberto. Uma espécie de floresta onde existem algumas casas espalhadas, assim como estradas, carros, altares, entre outras coisas. Tudo ambientado para dar a sensação de medo e terror, com alguns locais escuros, como algumas árvores secas e caídas, tudo para dar a ambientação perfeita para um jogo deste género. O objectivo dos sobreviventes é simples na teoria, e primeiro será necessário encontrar 4 páginas de um livro, a ordem é encontrar primeiramente 3 páginas que não são reveladas no mapa onde se encontram, e por esse motivo vão ter de andar a vasculhar tudo e mais alguma coisa até as encontrarem.

Ao encontrarem essas 3 páginas, será revelado o local da 4º. Página, e obtendo essa página ficarão a saber onde se encontra a adaga Kandarian – essencial para derrotar as forças demoníacas. Por fim, terão de proteger o Necronomicon. A grande diferença entre encontrar as 3 páginas iniciais e tudo o resto é que as 3 páginas iniciais, assim que as encontram são vossas, já os outros itens, embora apareça a sua localização no mapa, terão de ficar a protegê-los durante algum tempo, com demónios a virem permanentemente para vos aniquilar.

Durante toda a jornada vão encontrar diversos tipos de armas, sejam armas de corpo-a-corpo, como marretas, pás, paus, espadas, moto-serras entre outras coisas; como diversas armas de fogo, como pistolas, caçadeiras, etc. Como se tornou hábito nos jogos, aqui teremos também armas de diversas gamas: as comuns, as raras, épicas e as lendárias.

Na teoria tudo parece fácil e simples, mas infelizmente não é isso que acontece na maioria dos casos. Os jogadores tendem a afastar-se uns dos outros, tornando a vida bastante fácil para quem controla o demónio aniquilar os sobreviventes um por um, facilmente. É um daqueles jogos que jogado com amigos, funciona que é uma maravilha, visto que consegue existir cooperação, e até a ideia de trabalhar em equipa. Todavia, jogado com jogadores aleatórios – que é o que provavelmente acontece com a maioria dos jogadores – torna-se um jogo bastante frustrante, o que é uma pena, já que tem tudo para ser incrível.

Já jogado com o Kandarian Demon é uma caça ao homem bastante interessante. Primeiro, não somos visíveis para ninguém, somos só um ser que pode invocar outros demónios, e colocar armadilhas, abrir portais, amaldiçoar coisas, e até possuir os próprios demónios invocados, assim como os jogadores sobreviventes durante algum tempo, ou até carros que encontramos no mapa (eu sei, é estranho a ideia de “possuir” um carro, mas é verdade).

Confesso que como me diverti mais foi mesmo jogando com o Kandarian Demon, já que torna-se bastante fácil ir aniquilando um por um dos sobreviventes, e por estes não trabalharem em equipa, principalmente no início do jogo, depois de terem as três páginas e dos objectivos já ficarem visíveis no mapa, já começa a ser mais complicado, já que andam juntos durante mais tempo.

Antes de falarmos do sistema de progressão, é essencial ter em atenção que existem 13 sobreviventes, onde 9 já estão desbloqueados no início do jogo, e os outros terão de desbloquear. Estes encontram-se divididos por 4 classes: Leader, Warrior, Hunter e Support. Cada uma das classes tem as suas especificidades, e por exemplo os Leaders melhoram os seus atributos quando estão perto dos outros sobreviventes, assim como têm menos medo. Já os Warriors, têm mais vida e dão mais dano na luta corpo a corpo; os Hunters, por seu lado, são melhores com armas de fogo, e conseguem carregar mais munição e consomem menos stamina. Por último, os elementos da classe Support já iniciam a jornada com alguns itens úteis para a sobrevivência e melhoram os atributos dos sobreviventes que estejam por perto.

Quanto aos demónios, existem três tipos: os Warlods, que aumentam a dano dos demónios que estejam perto de nós, assim como o dano recebido é reduzido quando estão na nossa presença; os Puppeteer, que são hábeis em possuir outros jogadores, tornando tudo mais ameaçador, mesmo quando os sobreviventes estão todos juntos: e por fim, o Necromancer, que como é fácil perceber, a invocação de criaturas é a sua arma principal.

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Quanto ao sistema de progressão, está dividido em duas componentes: o nível do jogador, que sobe ganhando XP, e a progressão de cada um dos personagens – quer nos 13 sobreviventes, como nos três tipos de demónios. Conforme vamos jogando, vamos ganhando pontos que podemos converter em Skill Points, e que por sua vez podemos gastar na skill tree de cada um dos personagens. Essas Skills Tree têm diversas opções, como dar mais dano, aumentar o alcance das armas, reduzir o medo dos personagens, entre muitas outras coisas. Já no caso dos demónios, melhora também diversas coisas, como por exemplo a resistência dos demónios invocados, reduz a quantidade de energia necessária para invocar criaturas, ou aumenta o dano das criaturas, entre outras. As Skills Tree são bastante grandes, e vão ter de perder muitas horas no jogo para as conseguirem completar.

É um sistema que beneficia os jogadores que passam mais tempo no jogo, conseguindo assim ter melhores oportunidades de terem sucesso. Por outro lado, abre um grande problema ao jogo, já que não existem um matchmaking que tente equilibrar um pouco as coisas, tendo dado por mim a jogar com jogadores 20 níveis acima do meu, quando comecei. Isto torna o jogo demasiado desequilibrado para quem está a iniciar-se, ou não tem tanto tempo para conseguir estar sempre a jogar.

No aspecto da jogabilidade podemos dizer que está incrível, com comandos responsivos, e uma jogabilidade rápida e divertida. Quer a jogar com armas de fogo, como com armas brancas, tudo flui naturalmente, e “sabe bem” andar a desfazer todo o que são demónios e esqueletos que nos aparecem à frente, até porque as diversas animações ajudam ainda mais a querer ver caras a serem desfeitas, peitos a rebentarem, entre tanta coisa linda de se ver!

Graficamente, deixa qualquer um deliciado, com personagens cheios de detalhes, boas movimentações, ambientação perfeita, cenários cheios de pormenores, chuva para causar um ambiente de terror mais aprimorado, isto é, tem os ingredientes necessários para conseguir oferecer aos jogadores algo que lhes delicie os olhos. Algo que não se pode deixar de falar são as animações, todas elas incríveis, com grandes finalizações cheias de sangue e sem quaisquer problemas em mostrar tudo o que for necessário para nos deixar empolgados a cada machadada na cabeça de um inimigo. É nas animações que dá mais gosto jogar com armas corpo-a-corpo, já que nas armas de fogo estas não acontecem. O aspecto sonoro também está bem conseguido, quer nas músicas, como nos efeitos sonoros.

Evil Dead The Game é um jogo muito bem conseguido e consegue proporcionar bons momentos em cada partida que dura cerca de 20 a 30 minutos. No entanto, peca principalmente por existirem jogadores que não jogam em equipa, e com isso estragam muitas vezes o trabalho dos outros. Certamente levará uma ou outra actualização para melhorar alguns aspectos, mas os fãs de Evil Dead certamente ficarão deliciados.

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Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-evil-dead-the-game<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Ambientação incrível</li> <li style="text-align: justify;">Óptima jogabilidade</li> <li style="text-align: justify;">Graficamente muito apelativo</li> <li style="text-align: justify;">Não faltará sangue e animações incrível</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Muitos jogadores não jogam em equipa</li> <li style="text-align: justify;">Falta de um matchmaking mais justo</li> </ul>