Developer: Zoink Games
Plataforma: PlayStation 4 VR
Data de Lançamento: 16 de abril de 2019
Quando ouvimos falar em fantasmas, normalmente associamos a criaturas más. Muito devido às histórias que nos contavam em pequenos para termos medo de alguma coisa. Assim de repente, tirando Casper, o pequeno fantasma amigável não me lembro de nenhum que fosse capaz de nos ajudar e de ser bom para nós. Em Ghost Giant temos a oportunidade de mudar esse pensamento e tornar os fantasmas bonzinhos. Preparem-se para assumir o papel de um fantasma gigante que tem como objetivo ajudar o pequeno Louis.
Este mesmo Louis LaFleur é das personagens mais adoráveis que a Playstation nos ofereceu nos últimos tempos. Parece um gato criança e podemos garantir que tem um grande carisma. No início vai olhar para nós desconfiado, mas depois, à medida que o vamos salvando de algumas situações embaraçosas, vai criando laços de amizade connosco e até combinam cumprimetos especiais como o tradicional “dá cá mais cinco”. O que é certo é que Louis já não consegue viver sem o amigo fantasma imaginário controlado por nós.
O nosso grande objetivo é ajudar Louis na sua aventura a realizar as suas tarefas, enquanto ele cuida da sua família. Aos poucos percebemos que apesar do tamanho, Louis tem de ser responsável por muita coisa que acontece em Ghost Giant. A maneira como ele se expressa faz-nos rir muitas vezes, embora haja momentos mais tristes que pode causar algum desconforto aos mais sensíveis. Podemos ir mascarando Louis com chapéus, barbas, escondê-lo em caixotes do lixo e até interagir com o meio onde se desenrola a ação de forma quase livre. Há árvores para tirar, há segredos para descobrir e o meu favorito há cestos de basquetebol, onde podemos agarrar numa bola e tentar encestar.
Para fazermos tudo isto precisamos de ter os Comandos Move que no jogo funcionam como se fossem as nossas mãos. Existem dois movimentos principais que podemos usar: o toque e o agarrar. A juntar a isto podemos aproximar-nos de algumas personagens e fazer um grito assustador, ou outra coisa qualquer, desde que dê som. Mas fica bem fazer o típico grito assustador dos fantasmas. Apesar de podermos virar a cabeça e ver tudo o que se passa à nossa volta com o VR, Ghost Giant permite mudar a camera para três ângulos diferentes o que facilita a nossa interação com os vários objetos.
Para dar alguns exemplos de tarefas, às vezes temos de tocar insistentemente em alguns objetos para estes saírem do caminho, segurar tratores e colocá-los numa estrada ou até mesmo substituir um pneu que saltou. Há alguma diversidade de tarefas bem como alguns quebra cabeças, por norma não muito difíceis de resolver, mas que podem levar o seu tempo. Há um momento em que é preciso pintar um quadro para passarmos uma ponte. Aí teremos de procurar onde estão as diversas cores e depois pintar o quadro com cada uma das cores. Para encontrar os tons teremos ainda de procurar um bocado e ouvir as dicas que Louis nos vai dando. Um dos bons momentos de interação com o jogo é podermos “virar” as casas para termos acesso ao que se passa lá dentro e perceber as diversas histórias de cada habitante daquela localidade. Ghost Giant é uma espécie de fábula com animais que falam e que têm a sua vida naquele mundo. A vida que o jogo mostra é outro dos aspetos positivos. Enquanto estamos a procurar algo ou a fazer uma tarefa, há carros a passar noutros lados, ou até um corvo que vem roubar um objeto que precisamos e depois temos de conseguir resgatá-lo. O detalhe das texturas VR estão num excelente nível para um jogo puzzle 3D jogado em realidade virtual e os sons estão também bem configurados, principalmente se jogarmos com auscultadores.
Ghost Giant também tem alguns problemas, apesar de ser raro, os comandos move volta e meia desconfiguram e depois é uma carga de trabalhos para os configurar. O melhor é mesmo desligá-los e voltar a ligar. Por vezes queremos agarrar um objeto e este não fica da maneira que devia consoante as leis da física que estamos habituados no mundo real ou então ficamos encurralados porque deixamos cair qualquer coisa e agora o jogo não nos deixa lá chegar. Nestes casos o melhor é esperar que o jogo volte a colocar os objetos nos lugares predefinidos ou em último caso reiniciar o nível. Tenham atenção onde jogam, o melhor é mesmo ter espaço livre à nossa volta. Numa das vezes que joguei, quando tirei o VR estava quase virado para o outro lado sem ter dado conta. Com as mudanças de camera que vamos fazendo podemos perder alguma noção do espaço onde nos encontramos.
Para acabar Ghost Giant vão levar umas quatro ou cinco horas de jogo, o que para VR não é nada mau. Se forem daqueles que não conseguem jogar muito tempo seguido com os Óculos, terão aqui um jogo que ainda dura algum tempo. O necessário para passarem a ter Louis como um dos vossos personagens preferidos. Tanto que quando chegamos ao fim sentimos que vamos ter saudades de o voltar a ajudar. O trabalho da Zoink Games é de louvar e este é talvez o melhor jogo para o PSVR depois do fabuloso Tetris Effect.