DeveloperOne More Level
Plataforma: PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC
Data de Lançamento: 26 de outubro de 2023

Em 2020, Ghostrunner fez a sua estreia nos ecrãs de jogadores, revelando-se num jogo que, à primeira vista, prometia diversão e ação intensa. No entanto, rapidamente se tornou evidente que era muito mais do que isso: um desafio exigente que dividiu a comunidade de jogadores entre os que o consideraram uma experiência incrivelmente bem-sucedida e os que ficaram desapontados. De certa forma, Ghostrunner suscita reações semelhantes aos souls likes: ou se adora ou se detesta.

Após o lançamento do primeiro jogo, os jogadores já não foram surpreendidos pela proposta de Ghostrunner 2. Este novo capítulo manteve a mesma abordagem, mas com uma precisão ainda maior, disponível agora exclusivamente para PC e para as consolas de nova geração. Esta exclusividade permitiu à One More Level introduzir algumas inovações e melhorar os gráficos. Contudo, a essência do jogo permanece a mesma: uma experiência de puro masoquismo. A verdade é que todos temos um pouco de masoquistas, não é verdade?

A história de Ghostrunner 2 desenrola-se algum tempo após os eventos do primeiro jogo, quando Jack conseguiu derrotar o The Keymaster, e impedir os seus planos nefastos. Agora, uma nova ameaça surge na forma de um grupo de inteligências artificiais que colocam novamente a torre em perigo. Jack é mais uma vez chamado a intervir e proteger a torre. É importante notar que não é absolutamente necessário ter jogado o primeiro jogo para apreciar o segundo. A narrativa é independente, embora os jogadores que tenham experiência com o jogo anterior possam fazer algumas conexões entre as histórias.

O mundo que vamos explorar em Ghostrunner 2 foi significativamente expandido em comparação com o primeiro jogo. Em todos os aspetos, desde a sua dimensão até à sua verticalidade, encontramos locais mais amplos e intrincados, todos eles ostentando um design profundamente futurista. Estes ambientes foram meticulosamente elaborados para facilitar o parkour, com uma variedade de desafios, desde saltos, corridas pelas paredes, locais estreitos, e até locais apenas alcançados com a ajuda do gancho. Esta diversidade garante que os jogadores tenham sempre novas experiências visuais e desafios para enfrentar.

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Com mapas mais amplos, a sensação de linearidade é um pouco diluída, mas parece-me que essa escolha foi intencional. Ela incentiva os jogadores a dedicarem mais tempo à exploração minuciosa de cada canto do ambiente. Além disso, essa expansão não apenas aumentou as possibilidades de exploração, mas também ofereceu uma variedade de abordagens para enfrentar inimigos. Ghostrunner 2 é um jogo onde a tentativa e erro são constantes, e este aumento de dimensões encoraja os jogadores a experimentarem várias estratégias. Isso, por um lado, enriquece a experiência, permitindo encontrar soluções criativas para os desafios apresentados. No entanto, por outro lado, pode ser frustrante para alguns, já que a necessidade de tentar várias abordagens pode levar a momentos de impasse e indecisão.

Com um mapa mais vasto, a mobilidade torna-se crucial. Nesse sentido, uma adição muito bem-vinda foi a inclusão de uma mota para Jack. Num mundo tão futurista como este, e conhecendo tão bem o protagonista, a mota revelou-se o meio de transporte ideal escolhido pela equipa de desenvolvimento. A experiência de condução é simplesmente incrível; o jogador pode sentir a velocidade enquanto desliza pelo ambiente, tendo ainda a capacidade de navegar entre paredes e superar obstáculos com saltos habilidosos. É praticamente um parkour sobre rodas, uma experiência que só pode ser verdadeiramente apreciada quando vivida na pele.

Além da mobilidade aprimorada, a mota oferece ainda a possibilidade de entrar em combate enquanto pilotamos. A capacidade de atacar inimigos enquanto estamos em movimento adiciona uma camada emocionante à experiência, tornando cada confronto ainda mais dinâmico e imprevisível.

Para melhorar a jogabilidade, além das habilidades disponíveis para uso. Os jogadores têm acesso a uma árvore de habilidades que lhes permite evoluir o personagem de acordo com as suas preferências. À medida que avançam no jogo, as habilidades vão sendo desbloqueadas. Algumas delas incluem:

  • Shurikens: Permite lançar um shuriken contra um alvo. Embora tenha alcance limitado, é muito útil para eliminar inimigos. Mata instantaneamente inimigos comuns, enquanto atordoa inimigos mais poderosos. Também pode ser usado para soltar objetos no ambiente.
  • Shadow: Torna o personagem invisível enquanto cria um holograma por um curto período de tempo. A invisibilidade é desativada ao atacar, mas essa habilidade é claramente valiosa para os jogadores.
  • Tempest: Lança uma rajada de ar que desequilibra inimigos e pode ser usada para empurrar objetos, entre outras coisas.

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A diversidade dessas habilidades adiciona uma camada estratégica ao jogo, permitindo que os jogadores se adaptem a diversas situações. Quanto à árvore de habilidades, a sua divisão em cinco colunas com um total de 20 melhoramentos disponíveis proporciona uma gama significativa de opções aos jogadores. Cada uma dessas com melhorias incrivelmente úteis. Elas não reduzem a dificuldade do jogo, mas oferecem aos jogadores mais oportunidades de sucesso, tornando a experiência do jogo mais envolvente e gratificante.

Como devem imaginar, os bosses são uma das características marcantes do jogo, e assim como nos jogos da série Souls, é crucial entender os padrões de movimento deles. Atacá-los nos momentos certos é essencial para obter sucesso. No entanto, é importante notar que a inteligência artificial foi aprimorada. Se os jogadores repetirem ataques de forma muito semelhante, eles começarão a defender-se de maneiras diferentes, adicionando um elemento estratégico ao combate. É fundamental variar a nossa abordagem e estar atentos às reações dos mesmos para superar essas batalhas desafiadoras.

No que diz respeito aos gráficos, o jogo está incrível. Se o compararmos com o primeiro jogo, notaremos uma diferença significativa. Como mencionei anteriormente, o ambiente futurista e cyberpunk foi recriado de forma excecional. O jogo apresenta texturas excelentes, efeitos impressionantes e ambientes que combinam elementos mais sombrios com muitos néons. Além disso, a iluminação e os reflexos são impressionantes, sendo um dos aspetos mais marcantes durante toda a experiência de jogo.

A banda sonora está à altura do jogo, com batidas constantes que proporcionam uma sensação de ação contínua. Os efeitos sonoros também são muito competentes, com o som da espada a cortar os inimigos, os saltos, o barulho da mota, o gancho, entre outros detalhes muito bem reproduzidos.

Ghostrunner 2 oferece exatamente o que os jogadores que experimentaram o primeiro jogo poderiam desejar: mais ação, menos quebra-cabeças e uma alta velocidade de jogo. Foram adicionados vários elementos que melhoram a experiência, como um mundo maior, a inclusão da mota, novos bosses e uma árvore de habilidades com melhorias incríveis. Com todos esses aspetos impressionantes, é importante lembrar que este jogo não é para todos. A sua dificuldade pode ser frustrante, e pode tornar-se bastante repetitivo, especialmente quando enfrentamos desafios que demoram muito para serem superados.

REVER GERAL
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Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-ghostrunner-2<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Jogabilidade aprimorada</li> <li style="text-align: justify;">Graficamente muito bem conseguido</li> <li style="text-align: justify;">Árvore de habilidades melhora a experiência de jogo</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Por vezes demasiado desafiante o que pode frustrar alguns jogadores</li> </ul>