Developer: Ricpau Studio
Plataforma: PS5, PS4, Xbox One, Nintendo Switch e PC
Data de Lançamento: 04 de março de 2022
Este é um jogo que nos caiu um pouco de para-quedas na nossa redação, de uma forma tão simples quanto o próprio jogo em si. Um contacto através de uma rede social, uma apresentação simples e eficaz e aqui está a nossa análise.
Gunborg: Dark Matters representa praticamente toda esta história. Não entra em grandes apresentações, não tem um narrativa muito complexa ou densa, oferece um grafismo futurístico com uma bela banda sonora e é sempre aviar.
Desenvolvido pela Ricpau Studio de Rickard Paulsson e distribuído pela Red Alert Games, este é um jogo de plataformas e ação a lembrar os bons e velhos metroidvania’s das máquinas arcade. A história é tão simples que até dói: armada com uma espada afiada e um escudo poderoso, o desafio da nossa personagem, uma caçadora de recompensas que procura o caminho para casa, é lutar numa nave espacial alienígena insana e repleta de criaturas sinistras, capturando os os Bosses assustadores que a defendem.
Assim a nossa personagem que vagueava pelo espaço aterra numa nave gigante que será o palco de toda a aventura do jogo. No primeiro mapa vão nos sendo indicados os principais comandos, também eles bastante simples, onde os analógicos servem para nos movermos e para mirarmos e depois os gatilhos para saltar e atacar/defender.
Ao início a configuração pode parecer pouco usual, isto é, em que tudo acontece nos analógicos e nos gatilhos e não nos botões de acção, como é mais habitual, mas a verdade é que depois da primeira meia hora percebemos facilmente que pelo ritmo, pela velocidade imposta pelo jogo e pela dinâmica do design dos níveis e dos seus inimigos, é a melhor configuração.
Gunborg: Dark Matters não é para pensar muito, não é para sermos estrategas, é sim para varrermos os níveis em alta velocidade. O próprio jogo “pede” isso mesmo, em que quanto mais rápido fizermos os níveis e mais encadearmos os ataques, maior será a nossa pontuação. Este mesmo sistema tem um multiplicador em que ao chegarmos ao X3 o nosso ataques ganha novos poderes, o chamado Dark Matters, aumentando assim a nossa propensão para fazermos tudo “depressa e bem”.
A nossa personagem está munida de um jetpack que pode ser utilizado até três vezes para permitir chegar às plataformas, mas também para nos dar a oportunidade de estarmos constantemente aos saltos para nos esquivarmos dos ataques dos adversários. É preciso conseguir aliar esta mecânica de estarmos em constante movimento com os nossos ataques e defesa, isto é, ter a perceção do timming certo para nos movermos com o ataque da nossa espada ou de alguma arma que apanharmos pelo caminho e ainda, o escudo que nos defende dos ataques inimigos e até rebater os seus projéteis contra esses mesmos inimigos.
A inteligência artificial tem um tempo de reacção muito bom, faz mesmo lembrar os jogos arcade, onde se tentarmos seguir em frente no nível sem eliminar os adversários, os inimigos vão correr atrás de nós até aos confins do nível. Portanto não há escapatória, o jogo é punitivo nesse sentido, mas o desafio é mesmo esse, pensar rápido e executar ainda mais rápido.
O jogo tem 12 fases (três das quais são Bosses) e é relativamente curto. Diria que em cerca de 5 horas, dependendo da habilidade do jogador, vão o conseguir acabar. Apesar de curto não quer dizer que não tenha uma enorme variedade de níveis. Cada um deles tem o seu próprio ambiente, estilisticamente falando, mas também a nível da proposta. Quer seja em tentar não cair das plataformas, saltar por entre os lasers, a variedade de inimigos munidos de vários tipos de armas ou de escudos, ou até mesmo o clássico nível em que um feixe laser nos persegue e temos que encontrar uma saída antes de morrermos.
Para além disso, cada um dos Bosses tem a sua própria mecânica, uma maneira muito própria para conseguirmos quebrar a sua defesa e os derrotarmos. Tudo isto são elementos para nunca nos cansarmos, morrermos e tentarmos outra vez, até porque não existe qualquer tempo de loading e como não temos que gastar moedas, é mesmo até zerarmos o jogo.
Uma palavra ainda para a trilha sonora, com um synthwave dos anos 80 a criar um ambiente futurista e de infiltração que encaixa ainda melhor no clima cyberpunk espacial, das cores e dos néons dos grafismos do jogo. Cada fase tem uma trilha própria e encaixa que nem uma luva em cada uma delas e dá-nos sempre aquela pica, aquela adrenalina de tentar terminar o jogo.
Gunborg: Dark Matters é daqueles jogos em que a simplicidade e a eficácia dão-nos uma ótima experiência de jogo. É curto, não tem uma grande narrativa, mas é divertido, desafiante e seria daqueles jogos que nas máquinas arcade me faria gastar todas as moedas que tivesse para chegar ao fim de uma só vez.