Developer: Glee-Cheese Studio
Plataforma: Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, PC
Data de Lançamento: 27 de agosto de 2023
Os battle royales vieram para ficar, depois do sucesso de PUBG, diversos estúdios agarraram-se à ideia e transportaram-na para os mais diversos tipos de jogo. Headbangers: Rhythm Royale é um desses exemplos, desenvolvido pela Glee-Cheese Studio, o título coloca-nos no controlo de um pombo que usará a música e o ritmo para eliminar os adversários e conseguir obter o tão aclamado primeiro lugar em todos os torneios. O jogo segue a ideia de Fall Guys, mas neste caso, os pombos competem numa série de minijogos musicais para determinar quem é o mestre do ritmo.
Como é fácil de perceber, estamos a falar de um jogo diferente dos demais, embora os princípios sejam os de um battle royale. Nesse sentido, o jogo oferece uma jogabilidade única que combina elementos de música e ritmo. Com o nosso pombo, teremos de competir numa série de mini-jogos que testam as nossas habilidades musicais. Cada partida é composta por quatro rondas a eliminar, nas quais devemos executar ações precisas ao ritmo da música para avançar.
Os mini-jogos variam desde desafios de memorização de sequências sonoras, testes de reflexo, até imitações de jogos como Guitar Hero, onde devemos pressionar botões no momento exato. Apesar da diversidade inicial, um ponto fraco é a repetitividade. Embora existam mais de 30 minijogos, muitos partilham de mecânicas semelhantes, o que pode fazer com que as partidas pareçam repetitivas após algum tempo. Ainda que o jogo consiga oferecer diversidade conforme vamos avançado nos mini-jogos para disfarçar essa sensação de repetição, a verdade é que o jogo necessita da adição de novos desafios com mecânicas mais variadas, de maneira a dar nova vida ao jogo.
Provavelmente, essa é a razão pela qual poucos jogadores continuam a jogá-lo, ainda nem fez um ano do seu lançamento, e a verdade é que sempre que iniciamos uma partida são poucos os jogadores que aparecem, mesmo com o cross-play ativado, sendo a maioria dos jogadores adversários bots colocados pelo próprio jogo.
Entrando então no campo do multiplayer, quando conseguimos ter partidas com diversos jogadores, percebe-se como Headbangers: Rhythm Royale é bastante divertido, e oferece uma experiência bastante diferente. O sistema de matchmaking é eficiente, permitindo que os jogadores entrem rapidamente nas partidas. Supostamente, deveria ser contra outros 29 competidores humanos, e o suporte de crossplay deveria permitir que isso acontecesse, mas infelizmente é raro isso acontecer, já que muitos jogadores já deixaram o jogo de parte, mesmo este pertencendo ao Xbox Game Pass desde o dia de lançamento.
Ainda assim, a experiência online é estável, com poucos problemas de conexão ou lag, o que é crucial para um jogo que depende de precisão rítmica. No entanto, para maximizar a diversão, é recomendado jogar com amigos ou em grupo, onde a natureza cómica e competitiva do jogo realmente brilha.
Como acontece sempre nos diversos battle royales, a personalização é um dos aspectos mais interessantes do jogo. Podemos adquirir migalhas de pão – a moeda do jogo – para adquirir uma vasta gama de acessórios para o nosso pombo. Isso inclui desde itens simples como chapéus e óculos, ou roupas completas, como fantasias de militar, coelho, princesa ou até de um rocket espacial. A variedade de itens disponíveis permite uma expressão criativa significativa, com a possibilidade de misturar e combinar peças de diferentes roupas para criar um visual único.
A progressão no jogo é alimentada pela obtenção de pontos de experiência e migalhas de pão, que são ganhos ao participar e vencer partidas. Além da loja, é possível desbloquear itens adicionais completando missões específicas, que envolvem desafios como alcançar determinadas pontuações ou participar num número específico de torneios. Esse sistema incentiva o replay, embora o ritmo de ganho de migalhas possa parecer lento, o que obriga ao habitual grind destes jogos para adquirir os itens mais desejados.
Como acontece habitualmente nestes jogos multiplayer o modelo de monetização está presente dentro do jogo. A moeda principal é o “pão”, que pode ser ganho a jogar e a completar desafios ou comprada com dinheiro real. Essa moeda é usada para adquirir os itens cosméticos, as roupas, acessórios e vozes personalizadas para os pombos. Apesar de não afetarem a jogabilidade, esses itens são atraentes e promovem a personalização, o que pode ser um ponto de venda significativo para quem ainda continua a jogar.
Além disso, o jogo também apresenta as habituais temporadas. Atualmente encontra-se na terceira temporada, que oferece recompensas adicionais conforme o jogador progride. Embora esta abordagem seja comum em jogos modernos, há que dar os parabéns por não existir nenhum item ou influência no jogo quer tenham o passe de temporada ou não. É um jogo onde o pay-to-win não existe, algo que deve ser ressalvado.
O jogo é visualmente atraente com gráficos coloridos e um design de personagens carismático que realça a natureza cómica dos pombos. Durante o gameplay, o jogo apresenta um desempenho impecável, e não mostra problemas significativos de lag, o que é crucial para um jogo rítmico onde a precisão do tempo é essencial.
O áudio, uma parte vital da experiência, é bem implementado, onde cada mini-jogo apresenta as suas bandas sonoras e efeitos sonoros apropriados que melhoram a imersão.
Quanto ao futuro de Headbangers: Rhythm Royale diria que é uma incógnita, depende muito da capacidade da Glee-Cheese Studio em actualizá-lo com novos conteúdos. A introdução de mini-jogos adicionais, novas opções de personalização e eventos chamativos será crucial para manter os jogadores que continuam a jogar e conseguir trazer novos jogadores para o jogo.
Headbangers: Rhythm Royale é um jogo verdadeiramente diferente, combinando ritmo e diversão numa fórmula acessível e divertida. Embora a repetitividade e a falta de jogadores seja um dos grandes problemas, com um maior suporte, pode ser que o jogo volte a ter novamente muitos jogadores ativos. Ainda assim, para quem ainda não lá foi, vale a pena perder algum tempo nele. Principalmente aqueles que são subscritores do Xbox Game Pass e podem jogá-lo gratuitamente no PC e consolas Xbox.