Developer: tinyBuild, Eerie Guest
Plataforma: Xbox Series X|S, PlayStation 5, PC, Nintendo Switch, Xbox One, PlayStation 4
Data de Lançamento: 6 de Dezembro de 2022

Havia alguma expectativa para ver como estava Hello Neighbor 2, depois de um primeiro jogo em que as coisas não funcionaram assim tão bem. Com um conceito que me lembrava o jogo das escondidas, a tinyBuild classifica-o como sendo de terror furtivo, mas se concordo com a parte da furtividade, já a do terror tenho mais dificuldade, mas adiante.

Se jogaram algum jogo da franquia, lembram-se do Sr. Peterson, o chamado vizinho com comportamentos bastante estranhos e violentos que nos dificultava a vida. Aqui, o nosso papel será de um jornalista investigador chamado Quinton e assim que chegamos a Raven Brooks para investigar uma onda de crimes relacionados com crianças desaparecidas rapidamente percebemos que a culpa é do tal vizinho. O pior é que ele também nos apanha e agora há que explorar todas as casas para conseguir escapar e salvar todos.

O nosso objetivo no jogo é solucionar quebra-cabeças enquanto estamos escondidos, dos polícias, de vizinhos que têm formas de Corvos e claro, do Sr. Peterson. Assim que alguém nos vê, o que temos de fazer é fugir e evitar que nos apanhem. Podem esconder-se em armários, caixas ou salas mais secretas e até atirar pedras para que o barulho os atraia e vocês escapem por outro caminho. O trabalho que a tinyBuild e a Eerie Guest Studios têm vindo a desenvolver é o de aperfeiçoar a Inteligência Artificial dos nossos perseguidores, fazendo com que eles aprendam os nossos passos e nos dificultem mais a vida cada vez que nos avistam. 

O início de Hello Neighbor 2 é um tutorial que nos prepara ao que vamos, mas verdade seja dita que não fiquei muito convencido. O jogo nunca nos diz bem o que é para fazer e então, ao longo da aventura teremos de ter bastante intuição para conseguir ultrapassar os diversos puzzles. Neste exemplo, basta encontrar três rodas dentadas para depois abrir uma porta. 

Paga-nos o café hoje!Depois de “aprendermos” a jogar, começa efetivamente a história e desde logo se percebe que há agora mais espaço para explorar do que nos jogos passados. Neste novo mundo aberto, há mais casas para espreitar e segredos para descobrir em Raven Brooks. Isso é bom e é mau. Por um lado pode trazer mais diversidade, mas pelo outro, se perdermos uma ferramenta importante, é um grande trinta e um para se voltar a encontrar, uma vez que o jogo não nos dá sinais de nada.

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Olhando para a franquia, Hello Neighbor 2 não aprendeu muito com os erros do passado. O conceito é muito interessante e a história até é envolvente, mas a maneira como se joga continua a não ser intuitiva. É verdade que existe suspense pelo facto de jogarmos em primeira pessoa, mas perdemo-nos nos controlos que estamos a usar, nas animações um pouco esquisitas e na interação com os objetos. Sendo também um jogo que não nos diz o que fazer no imediato, às vezes damos por nós totalmente perdidos, onde a sorte é a nossa maior aliada. Até gosto do desafio de não dizerem tudo, faz certamente parte de algo que o jogo pretende, mas teria de ter os seus limites e não me parece que tenha. 

A certa altura encontrei um cofre com um código que era necessário saber para ser aberto, mas apenas tinha dois dados, cada um com um número diferente. Como não encontrei o outro, fui à sorte e lá o consegui abrir. Não é a melhor forma de jogar, mas é para dar um exemplo de como às vezes andamos ali à procura de coisas tempo a mais e acabamos por nos fartar e tentar novas abordagens menos corretas, ou que não deviam ser as certas.

Os cenários graficamente estão melhores que no passado, naquele que é o estilo visual da franquia, mais na base da animação com texturas que estão agora melhor definidas, embora a versão para Xbox Series, onde também experimentei precise de levar um patch para uma melhor otimização. Senti que no PC a imagem era mais fluída e sem tantas paragens como as que apanhei na versão para consola. De salientar a interação com os objetos das casas em que quase tudo pode funcionar como uma armadilha aos nossos vizinhos, para os distrair com barulhos. 

Hello Neighbor 2 deixa-me assim uma sensação agridoce. Tinha tudo para ser uma boa experiência, pelo seu conceito, história e pela aceitação que tem tido, mas não me parece que esteja a aproveitar quem ainda se mantém a acreditar na franquia. Não é muito chamativo a novos jogadores e faz desconfiar ainda mais quem já estava desconfiado depois dos outros jogos. Quando a vizinhança é má, o melhor mesmo é mudar de bairro. Resta saber se um dia vale a pena voltar e se o futuro do Sr. Peterson passa por Raven Brooks.

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Élio Salsinha
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-hello-neighbor-2<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Visualmente apelativo</li> <li style="text-align: justify;">Sensação de suspense quando estamos prestes a ser apanhados</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Os controlos são pouco intuitivos</li> <li style="text-align: justify;">Faltam indicações mais claras para concluir os quebra-cabeças</li> <li style="text-align: justify;">Precisa de ser melhor otimizado nas consolas</li> </ul>