Developer: Aquiris Game Studio
Plataforma: Xbox One, PlayStation 4, PC e Nintendo Switch
Data de Lançamento: 28 de Novembro de 2018
Os jogadores mais novos provavelmente não conhecem alguns dos jogos de corridas mais importantes dos anos 80 e 90; nomes como Lotus 3 The Ultimate Challenge, Top Gear, Out Run, Lamborghini – American Challenge, entre muitos outros que fizeram as delícias dos fãs de automobilismo naquelas épocas. Porém, para outros, são autênticos jogos de culto, que marcaram as suas infâncias e que trazem boas memórias de tardes e noites vibrantes com amigos.
Do Brasil chega-nos um jogo que consegue trazer esses tempos de volta, e falo, claro, de Horizon Chase Turbo. Ao entrarmos no jogo aparecem-nos logo as opções de jogo possíveis: Volta ao Mundo, Torneio, PlayGround e Resistência; e convêm referir que todas as opções estão bloqueadas exceptuando a “Volta ao Mundo”. Depois, existem as opções onde é possível alterar o idioma, as unidades da velocidade (Km ou Milhas), se queremos diálogos, os controles e o volume do som.
O modo Volta ao Mundo é o conhecido modo campanha que diversos jogos apresentam, ao abrirmos aparece-nos o mundo em forma de globo e os diversos locais onde podemos competir. São 12 países, onde cada um deles apresenta 4 locais, ou se preferirem 4 competições. Essas competições têm uma, duas ou três pistas, e cada vez que finalizamos uma pista, conforme a nossa classificação, somos premiados com uma espécie de moedas, que servem para desbloquear novos carros, assim como novos países. Como devem imaginar, se não conseguirem boas classificações, por vezes será necessário correr novamente para obterem as moedas necessárias para desbloquearem o próximo pais.
Além disso, todos os países têm uma competição especial que serve para melhorarmos os nossos carros, e para isso apenas temos de acabar a competição na primeira posição, para sermos recompensados com um presente que melhorará todos os carros que desbloqueámos até ao momento. É devido a esses melhoramentos que este modo consegue atingir muito mais horas de jogo do que o esperado, e digo isto porque ao terem carros melhorados vão tentar bater os records das pistas que já correram, assim como tentar alcançar o primeiro lugar das pistas que não conseguiram. Se a isso juntarmos a componente competitiva de tentar bater os records mundiais dos vários jogadores espalhados pelo mundo, então têm jogo que nunca mais acaba.
Conforme vão progredindo no modo Volta ao Mundo, outros modos vão sendo desbloqueados, e no caso do modo Torneio, apenas têm de chegar ao Chile (segundo país do modo Volta ao Mundo); já no caso do PlayGround é necessário chegar ao Brasil (terceiro país do mundo Volta ao Mundo); e por fim, o modo de Resistência já vos obriga a chegarem ao fim do modo Volta ao mundo ou serem os vencedores de todos os torneios na dificuldade expert.
O modo Torneio está dividido em três modos de dificuldade: o amador, o profissional e o expert. Como seria de esperar, estes dois últimos encontram-se bloqueados, sendo necessário vencer todas as provas no amador para o profissional ficar desbloqueado; o mesmo se passa no dificuldade expert, onde precisam de completar a dificuldade profissional para o desbloquearem. Em qualquer destes modos temos quatro competições, cada uma com 4 pistas, pistas estas que vocês já devem conhecer caso tenham jogado o modo Volta ao Mundo.
Depois temos o modo PlayGround, que é totalmente focado na componente competitiva. Temos 5 pistas para correr, com vários níveis de dificuldade, sendo que umas podem ser apenas de Time Attack, e outras são corridas normais. O objectivo é conseguirmos o melhor tempo possível, e ao mesmo tempo é mostrado o ranking dos nossos amigos, além dos tempos de jogadores globais. Convêm também referir que este modo é alterado a cada duas semanas, com novas pistas e novos desafios. Por agora apenas os jogadores da Nintendo Switch e da Xbox One têm acesso a ele.
Por fim temos o modo Resistência, e este serve para levar o jogador ao extremo. Existem três níveis de resistência (curta, média e longa); a curta apresenta 12 pistas que têm de completar de uma só vez, e se chegarem depois dos 5 primeiros classificados, como devem calcular, serão desclassificados. Já a media apresenta cerca de 32 pistas e fica desbloqueado quando completam a resistência curta. No caso da longa é mesmo só para os duros, já que são 109 pistas para percorrer sem pausas.
De extrema importância também são os carros, e se no início começamos apenas com 2 carros, os restantes 32 carros encontram-se bloqueados, e vão sendo desbloqueados conforme vão ganhando as diversas moedas e acabando as várias corridas dos países na primeira posição e acabando os torneios e as provas de resistência. Os carros além de diferirem no seu aspecto, também diferem nos seus atributos, nomeadamente na velocidade máxima, aceleração, controle, combustível e nitro. Todos estes atributos vão sendo melhorados ao longo do jogo, tornando os carros mais potentes.
Passando agora para a jogabilidade, podemos dizer que é totalmente arcade e extremamente viciante. Os controlos são simples, como se querem num jogo arcade: virar, acelerar, travar e o botão do nitro. Podem escolher os botões que forem mais convenientes para a vossa condução e sentarem-se a apreciar esta obra de arte nostálgica. A minha experiência no jogo foi bastante boa. As pistas estão incríveis e variadas, desde desertos, praias, campo, cidade, enfim, uma quantidade enorme de cenários fascinantes. Depois temos ainda as pistas que conseguem ser para todos os gostos: curvas e contra curvas e pistas cheias de rectas e curvas rápidas onde nem temos de travar. Obviamente que é naquelas onde temos diversas curvas e principalmente quando são muito apertadas que a dificuldade aumenta. Resumindo: saber quando travar é essencial. É importante também referir que quando estão a correr contra outros carros, partem sempre na última posição, e será necessário ultrapassarem 19 carros para conseguirem chegar ao primeiro lugar. Algo que não é fácil, pois basta termos um ou dois problemas numa curva, ou apenas bater num carro para isso tornar-se bastante difícil.
Mas não são só as curvas que nos dificultam a vida, isto porque, no meu caso, o que me custou mais foi mesmo “aturar” a inteligência artificial dos oponentes. Nota-se claramente que tentam sempre colocar a traseira à nossa frente para não conseguirmos passar e sermos obrigados a travar senão vamos contra eles perdendo bastante velocidade. Foram imensas as vezes que desesperei na tentativa de alcançar a primeira posição e tinha sempre uma traseira para bater; e quando são dois carros juntos então é o martírio, porque muitas vezes não temos mesmo espaço para passar.
Além de tudo isso, e como se trata de um jogo arcade, não podemos deixar de referir a opção de jogar até 4 jogadores na mesma TV; passar aqueles momentos com os amigos a reviver velhos tempos enquanto fazemos umas corridas bastante rápidas e competitivas é excelente. Horizon Chase Turbo proporciona esse tipo de convívio, e leva-nos a outros tempos, onde todos os jogos eram bem mais simples, mas também bastante mais difíceis.
Graficamente tem um visual retro, mas ao mesmo tempo moderno. Fugindo do estilo pixel art, apresenta um modelo 3D com um aspecto totalmente geométrico, mas conseguindo brilhar que ao mesmo tempo, muito por toda a maneira como se encontra montado: seja pela luz, pelas cores vivas e pelo cenário, que embora não tenham grande detalhe, conseguem convencer-nos facilmente, tendo uma excelente apresentação para os nossos olhos.
Outro dos pontos fortes do jogo é a banda sonora, de extrema qualidade e com uma extensa lista de músicas. Preparem-se para músicas com uma batida forte, e com muito andamento para estar de acordo com a adrenalina que Horizon Chase Turbo tem para nos oferecer.
Este é um excelente jogo que nos faz viajar ao passado, oferece uma sensação extremamente nostálgica, mas acima de tudo traz-nos diversão, velocidade e muita adrenalina. Tem bastante conteúdo assim, como horas de jogo, e para quem é fã de jogos de corrida arcade, diria que é um jogo imperdível. Uma agradável surpresa.
