Developer: Spike Chunsoft
Plataforma: PS4, Xbox One e PC
Data de Lançamento: 13 de fevereiro de 2019
A chegada de Jump Force terá sido para muitos o realizar de um sonho muitas vezes idealizado. Quem não gostaria de ter todos os heróis e vilões do mundo do anime e da mangá celebrizado pela mítica revista Shonen Jump num único jogo?
Jump Force foi um dos destaques para nós nas novidades da E3 o ano passado, onde babámos com os gráficos a deixarem o cell shade de lado, e a trazerem uma boa dose de realismo, com recriações de zonas históricas, como Times Square, ao mesmo tempo que temos as nossas personagens favoritas renderizadas num belo 3D.
No entanto tudo isto pode ser muito bonito e interessante e existir um hype enorme, mas se a jogabilidade não for ao estilo mais arcade, facilmente essa ânsia se torna em fúria, e será que Jump Force será uma Kamehame no estomâgo, ou a Bandai Namco criou a verdadeira Força Universal?!
Vamos por partes, e começo pela mais ambígua, que tem a ver com o Modo de Campanha, será aqui que as opiniões podem divergir um pouco mais, e digo isto porque eu não sou a pessoa que gosta de criar a sua personagem com elementos estéticos ou de combate de outras personagens, simplesmente não gosto. Achei a mesma coisa no Dragonball Xenoverse, preferia o método por exemplo usado em Budokai onde vamos pegando nas várias personagens seguindo uma história onde acabamos por jogar com todas e aprendendo os seus truques.
Aqui como dizia isso não vai acontecer, a nossa personagem é salva por Trunks durante a invasão de Freeza e a única salvação é Trunks tornar-nos um herói. Parece bastante oca a forma como se conjectura uma história à volta de tão pouco só para sermos uma personagem independente, e por isso, é que eu acabo por manter a minha opinião sobre esta opção, embora compreendendo-a perfeitamente, pois sei bem quantos jogadores vão alimentar Jump Force para desbloquear items específicos para as suas personagens e o quanto isso poderá significar para a Banda Namco que tem já planeado um Character Pack, mas eu não sou uma dessas pessoas, lamento, é a minha opinião.
Deixando de lado essa parte e analisando friamente, tecnicamente o jogo em termos visuais é um mimo, isto é, a recriação entre a realidade de alguns locais e o tornar quase reais as personagens dos Anime, é soberba, os efeitos de colisão, das texturas das personagens, das suas roupas e de como se desgastam, as explosões, os super-poderes, os super ataques e os ataques colossais, toda a mise en scène desta verdadeiras batalhas campais estão incríveis, a movimentação das cameras, o lado cinemático das entradas das personagens em campo, tudo excelente. O problema é por vezes existirem quebra de frames, especialmente nas cut scenes, e os inúmeros loadings por tudo e por nada que acontecem no modo campanha que tira todo o folgor que o jogo tem em batalha.
Aquilo que temos para fazer no Hub onde tudo acontece, não é assim tanta coisa na verdade, apesar do Hub ser vasto, vamos perder muito tempo a andar de um lado para o outro sem muito que ver ou fazer. Há a área central onde encontramos o Leaderboard, a Loja onde podemos comprar items para a nossa personagem, o balcão dos jogos Online e Offline e o das Missões. Este último divide-se em Missões para aprimorar a nossa personagem, as chamadas Fulcrais no desenvolvimento da História, as de Tutorial e as Extra que apenas são desbloqueadas depois de completarmos alguns parâmetros. E não há muito a dizer sobre as Missões, porque são sempre combates contra outras personagens, não existe uma grande variação, apenas algumas temos que atingir determinados objectivos. A maior variação que vão encontrar poderá ser considerada no Modo História onde vão escolher uma de três equipas, cada uma com o seu Capitão, Luffy, Son Goku e Naruto, e iremos escolher uma delas para seguir o seu rumo específico, o que dá alguma variedade e vontade de repetir com outras equipas.
A nível dos combates Online, esses são divididos pelos tradicionais, Ranked Match, Friendly Match e Quickmatch, onde mais uma vez podemos usar a personagem que criámos ou não, na nossa equipa de 3VS3, o matchmaking foi sempre rápido, sem sentir nunca qualquer tipo de quebra ou latência, o que é bastante satisfatório visto a rapidez e fluidez dos combates, e a equiparação dos níveis dos jogadores pareceu-me sempre ajustada.
A nível de jogabilidade Jump Force vai pelo mesmo caminho de Dragonball Xenoverse, não sendo um jogo virado para os eSports como Dragonball Fighter Z, o esquema de teclas é muito mais simples, como botões de ataque leve e forte, as trocas de personagens, depois a combinação de dois botões para os ataques especiais, um para defesa e pouco mais. Apesar da simplicidade e apesar de todas as lutas serem de 3 versus 3, as barras de vida, de habilidade, de movimentação (utilizada para dashes e escapar de combos) e de despertar são compartilhadas, para além disso o facto de podermos escapar de combos e de contra-ataques faz com que a diversidade da abordagem para cada personagem e cada jogador seja bastante entusiasmante.
É claro que vão faltar personagens, são 50 anos de Shonen Jump e só 40 personagens, não há Kurama ou Hyoga, mas tendo em conta que mais 10 vão chegar por DLC e existe um Character Pack que a ideia seja esticar esse leque de personagens disponíveis.
Infelizmente Jump Force não será memorável pelo Modo de Campanha, e a Spike Chunsoft não será recordada por ter dado o jogo que elogiasse os 50 anos da Shonen Jump, mas, se apenas nos focarmos nas batalhas Versus, seja em casa com os amigos, online ou contra o CPU, as batalhas serão memoráveis, e depois vão voltar para a competição online do Dragonball FighterZ.