Análise: Let’s Sing 2025

Developer: Voxler, Plaion
Plataforma: PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One
Data de Lançamento: 5 de Novembro de 2024

Está de regresso um dos jogos que é capaz de alegrar facilmente um dia em família ou animar festas de amigos que estejam mais aborrecidas. Com lançamento anual desde 2012, Let’s Sing já é considerado um clássico para quem gosta de cantar e é dos poucos, se não o único que ainda mantém o género de karaoke vivo nas consolas. Longe vão as minhas noitadas de Singstar, que me fez ficar fã do género e que foi o impulsionador do estilo para esta e outras franquias que já nem existem, mas nunca posso dispensar uma boa cantoria, principalmente se for feita em conjunto.

A edição de Let’s Sing 2025 vem com as bases da mudança do ano passado e aposta na continuidade dos mesmos modos de jogo, renovando apenas o modo carreira que me pareceu o desafio maior deste ano. Num jogo para cantar é importante ter à mão um microfone compatível, sejam eles oficiais, que podem ser comprados com o jogo ou então dos antigos que estejam guardados numa gaveta esquecida. Até os do próprio Singstar podem ser aproveitados. Para quem não tiver nenhum destes pode recorrer ao smartphone e cantar através da app oficial do jogo sem qualquer problema. 

O mais importante é estar pronto para cantar, seja de que maneira for. Aquecer a voz, soltar um “ma-me-mi-mo-mou” et voilá, somos umas estrelas. É claro que se tiverem um microfone, tudo fica mais verdadeiro e até bem mais certo na vossa pontuação, porque se jogarem com o telefone, dependem da rede que estão a usar e da qualidade do micro desse mesmo smartphone. Quando joguei com o meu, senti que às vezes estava a fazer as notas certas e o gráfico não correspondia ao que eu cantava. Bem sei que podem ser só manias de um cantor não profissional de karaoke, mas já ando nisto há alguns anos para saber que estava bem no tom. 

Os mais batidos já sabem como é que a pontuação funciona, mas para quem chega agora à franquia, a dica é para cantar no tom certo as canções que escolhemos, ou aquelas que nos são impingidas em certos momentos e modos. É óbvio que um bom cantor também sabe as letras das músicas de cor, mas aqui continua ainda a não ser o essencial, apesar de ser importante fazer as pausas nas sílabas certas. Digo ainda porque acredito que vai haver um dia em que uma IA vai decodificar o texto que estamos a dizer. Aliás, essa tecnologia já existe, mas todos sabemos que tem algumas falhas e talvez por isso ainda não tenha sido aplicada nestes jogos.

Os modos de jogo de Let’s Sing 2025 são exatamente os mesmos de Let’s Sing 2024, mas felizmente com um modo Carreira mais elaborado e pronto para nos dar uma verdadeira carreira na música. Aqui vamos começar como alunos de uma academia, já era assim, mas depois somos levados para uma aventura com muita narrativa, interação com diversas personagens que vão sendo introduzidas e onde precisamos de tomar decisões com impacto no progresso da nossa carreira musical. Existem quatro grandes espaços ou níveis se quisermos chamar assim que vamos passando à medida que subimos a nossa reputação e cada um desses espaços, tem várias interações dentro deles. Desde palcos, lojas de discos ou bares para cantar. 

Como no início somos uns aspirantes, vamos ter de passar por um artista local, dar-nos a conhecer ao público com atuações nos bares até sermos convidados para abrir espetáculos ou fazer duetos com determinado artista. Uma autêntica vida de cantor como nunca tinha visto tão bem implementada num modo destes. Depois com tanta cantoria, as redes sociais também nos vão dando feedback, podemos mudar o nosso visual, o nosso estilo musical favorito, decidir se gravamos um disco ou fazemos aparições em shows e por aí fora. Também não falta a secção dos podcasts que vamos poder ouvir e onde falam do nosso trabalho enquanto vocalista. É engraçado ver essas opiniões e por vezes até participar com alguns dos seus autores para aumentar o nosso público. É sem dúvida o melhor modo carreira da franquia.

Infelizmente os restantes modos não evoluíram assim tanto. Offline continuamos com as opções de jogar o modo clássico de karaoke, onde escolhemos a música e cantamos por cima da canção com o objetivo de fazer a pontuação máxima. Existe o modo Feat., onde podemos juntar-nos em dueto ou até quatro jogadores e fazer um brilharete em conjunto. Continuam a faltar os chamados party games que nos levavam para desafios de equipa com vários mini-jogos bem divertidos. Online temos o Showtime que é um evento semanal que nos coloca em desafio contra outros vocalistas que podem estar em qualquer outra plataforma diferente da nossa. O objetivo é ir evoluindo e subindo na tabela classificativa. Nesta fase, mesmo os jogadores que não tenham acesso ao VIP Pass, que já falarei, podem jogar músicas que não estão presentes no jogo base. De resto, continua a existir o Local Stage dedicado a um modo livre onde cantamos as músicas que nos vão aparecendo para subirmos o nosso nível, também em confronto com outros vocalistas online. Há ainda o Main Stage, com as mesmas premissas do outro modo, mas para quem tem acesso ao VIP Pass.

Esse acesso é pago, mas felizmente existem ofertas vantajosas se comprarem por mais tempo ou mesmo ofertas para quem comprar o jogo base. Com este VIP Pass podem ter acesso a mais de 150 canções extra, isto na data em que estou a escrever a análise. Acredito que ainda serão adicionadas mais ao longo do tempo. Sinceramente eu acho que compensa para quem joga muitas vezes porque existe muito mais abrangência de estilos e mais recordações de músicas que já passaram por jogos passados. Queen, Simple Minds ou Blondie não podiam faltar. Aliás, os amantes de música dos anos 80 ficam mais que bem servidos. O lado mau deste serviço é ter de pagar por ele, o lado bom é que não precisam de comprar um novo jogo anualmente porque ficam com muito stock de canções. 

No jogo base de Let’s Sing 2025 podem contar com uma playlist que inclui mais de 30 novas músicas que viajam por diversos estilos musicais. Tanto damos por nós a cantar a plenos pulmões a Zombie, dos The Cranberries, e a gritar “in your head”, momento que é bem capaz de incomodar os nossos vizinhos, como de repente estamos metidos nos diálogos de uma Hakuna Matata, bastante conhecida no universo do Rei Leão. As escolhas são mais direcionadas para uma vertente pop, tal como noutros anos e êxitos de Olivia Rodrigo, Ed Sheeran ou Lewis Capaldi estão presentes. O rock também está representado por Muse com Uprising ou Florence + The Machine com a magnífica Dog Days Are Over. As escolhas são boas ou más dependendo do gosto de cada um, mas acho que encontramos sempre um grupo de canções mais direcionadas para nós. É explorar e dar oportunidade a algumas novas canções que podem não conhecer de cor, mas já ouviram passar na rádio de certeza.

Let’s Sing 2025 mantém viva a essência de cantar e é extremamente divertido seja jogado sozinho ou em conjunto. Vem com o melhor modo carreira da franquia e nota-se que quer dar aos jogadores uma experiência bem diferenciada de anos anteriores. É pena que ainda não tenha sido desta que voltaram com os mini-desafios de grupo, mas talvez esteja a ser preparado algo em grande. Esperemos que sim. Figuras à parte, boas ou más, o importante é cantar enquanto nos divertimos e isso ninguém nos tira em cada sessão de jogo. Por isso silêncio, que se vai cantar…