Developer: Voxler, Plaion
Plataforma: PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One
Data de Lançamento: 4 de Novembro de 2025

Sempre que jogo um Let’s Sing sinto-me na pele de um concorrente dos Ídolos ou do The Voice, mas ao contrário do que se faz nesses concursos, onde o mais importante é ser aprovado pelo jurí, aqui a ideia é outra. Pouco importa se cantamos bem ou mal num primeiro momento, porque o propósito de quem joga este tipo de jogo todos os anos é divertir-se e não ser o próximo Fernando Daniel. Talvez em miúdo, lá muito no fundo, possa ter pensado que jogar Singstar e cantar o “Don’t Stop Me Now” dos Queen como ninguém à minha volta fosse algo para aproveitar. Poderia estar ali o início de uma carreira, mas depois tinha de ir para a televisão dizer que aprendi a cantar num jogo de computador e ganhei vergonha. 

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Brincadeiras à parte, os jogos de karaoke são até um caso sério ao longo da minha vida e talvez na de muitos jovens que nasceram entre o final da década de 80 e a primeira metade dos anos 90. Houve uma febre com os Singstar. Estavam na televisão, em programas como o Curto Circuito da Sic Radical, em casas de férias de verão e em qualquer festa de aniversário, nas mais diversas versões, fosse na versão Rocks, na 80s, Queen ou até Morangos Com Açúcar. Sim, é verdade, isto existiu mesmo. 

Os anos passaram, as modas acabaram e hoje o impacto de Let’s Sing 2026 já não é o mesmo que noutros tempos. Isto digo eu agora com esta idade, mas acredito que se por acaso ligarmos o jogo numa casa onde estão crianças ou adolescentes mais ligados à música, a festa é garantida. Se nos meus trinta e seis ainda é, imaginem se juntarem filhos ou sobrinhos. É festa rija! E ainda têm direito a clipes no TikTok de certeza. Sinais dos tempos.

A base do jogo é exatamente a mesma dos anos anteriores. O objetivo é cantar e para isso é necessário um microfone, mas tal como nos anos anteriores, continua a ser possível usar vários aparelhos para fazer o mesmo efeito. Podem comprar os micros originais, que vem no bundle do jogo, usar a app no smartphone ou ainda colocar alguns headphones com micro que sejam compatíveis. Tenham atenção que nem todos são. Eu recomendo optar pelos microfones porque quando usei a app tive alguns problemas de calibração e de instabilidade na ligação. Isto depende do telefone que têm e da ligação à internet, logo, tem um maior potencial problemático. Ainda assim, é a opção mais económica e acessível, até porque quando chega alguém extra para jogar, o mais provável é que não tenhamos 4 micros em casa e assim, com o smartphone, podem jogar todos. 

Os modos de Let’s Sing 2026 é que regressam sem grandes mudanças em relação ao ano passado. A novidade é uma nova história no modo carreira, mas que segue a mesma lógica. Mudam mentores, colegas de palco, mas as bases dos desafios são as mesmas. Para quem não está familiarizado, a franquia introduziu o ano passado o melhor modo carreira que tenho memória num jogo destes e por isso eu até acho bem que tenham feito um trabalho de continuação e dar-nos um novo enredo. O ponto de partida é começar como aspirantes a cantor e após uma oportunidade bem sucedida, catapultar-nos aos poucos para a ribalta. Quanto mais se canta, mais pontos vamos ganhando, mais personagens vão querer fazer duetos, vão surgir mais convites para tocar em palcos maiores e também seremos convidados para podcasts. Pelo meio disto tudo há muita narrativa, interações e escolhas de linhas de diálogo que podem gerar reações engraçadas nos mentores ou músicos que conversam connosco. A nossa carreira é dividida em quatro níveis que temos de ir ultrapassando. Após subir a nossa reputação com atuações memoráveis, ou pelo menos em mínimos olímpicos, lá vamos subindo na vida e desbloqueando novos espaços. Da aldeia para o Mundo é um passinho e o tempo passa a cantar. Esqueçam os compromissos que têm para fazer na vida real porque desde que começam a subir na carreira, mais nada interessa. Com concertos em lojas de discos, bares e palcos, uns maiores e outros menores, o feedback nas redes sociais também existe, mas de forma bem mais saudável do que o do mundo real. Ao longo da nossa caminhada também vamos poder mudar o nosso visual, escolher se vamos atuar aqui ou ali e claro participar nos podcasts para atrair ainda mais a nossa atenção no mundo da música.

Paga-nos o café hoje!Além deste modo, offline regressam ainda os modos clássicos de karaoke, onde basicamente escolhemos a música que queremos cantar e fazêmo-lo por cima da canção que está por trás com o objetivo de fazer a melhor pontuação possível. Também há o modo feat. em que nos podemos juntar até quatro jogadores para singrar em conjunto. Insisto que continua a faltar um modo mais “Party”, que antigamente existia com desafios bem engraçados e viciantes. No modo Online, nada de novo, O LS (Local Stage) é um modo onde cantamos livremente as canções que vão aparecendo e nos coloca em disputa com as pontuações de outros vocalistas. Já o Main Stage, o MS, tem mais canções e é só para quem tem o VIP Pass. Uma modalidade paga, mas que no primeiro mês é gratuito para quem comprar o jogo. Esse passe dá acesso a este Main Stage e ainda a mais de 180 músicas de outros jogos que podem ser cantadas nos outros modos todos.

É uma mais valia até porque a lista de canções são apenas 35, o que considero pouco, porque ainda é o mesmo número que havia nos tempos de Singstar, quando as possibilidades de colocar mais conteúdo nos jogos era limitado. Em relação a essa lista que vem no jogo, já sabem que a maior parte são músicas comerciais que provavelmente ouviram numa Rádio Comercial ou RFM. De “Sharks” dos Imagine Dragons à “All My Love” dos Coldplay, passamos por “Messy” de Lola Young, “Birds Of Fear” de Billie Eilish ou ainda “I Love You, I’m Sorry” da Gracie Abrams. Para a nostalgia podemos cantar Alphaville com ”Forever Young”, a “Feel” de Robbie Williams ou “Englishman In New York” de Sting. Senti falta de Queen, de uma rockalhada à Nirvana e de uns bons Arctic Monkeys, mas o Pass VIP resolve muitas dessas lamúrias.

De regresso às cantorias, esta edição é mais acessível a pessoas que não conseguem acertar com o tom. O “The Tube” é a ferramenta ideal para quem anda sempre a cantar mais abaixo ou acima da nota que é pretendida. E verdade seja dita continua a ser o mais importante. Se acertarem no tom não interessa muito o que estão a dizer. Claro que para se divertirem mais devem cantar a letra como ela é, mas quem nunca aldrabou uma cantiga com um “lá lá rá” que se acuse. 

Let’s Sing 2026 continua o legado que carrega e regressa à procura de ter ainda mais êxito que o ano passado. Muda a história do modo carreira, mas mantém as bases de todos os outros modos. Continuo a dizer que falta algo mais divertido como o saudoso modo Party de outros palcos. Ainda assim, cantar aqui continua a ser sinónimo de festa rija e com os jantares festivos à porta, está na hora da figura triste não ser a vossa camisola de natal. Só não acordem os vizinhos.

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Élio Salsinha
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-lets-sing-2026<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Uma nova história no modo carreira</li> <li style="text-align: justify;">Sinónimo de festa garantida</li> <li style="text-align: justify;">VIP Pass grátis no 1º mês dá-nos uma playlist com mais de 150 músicas</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Continua a faltar um modo Party de outros tempos</li> <li style="text-align: justify;">A playlist base devia ter pelo menos 50 músicas</li> </ul>