Análise: Madden NFL 25

Developer: EA Tiburon, EA Sports
Plataforma: Xbox Series, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4 e PC
Data de Lançamento: 13 de Agosto de 2023

Existem diversos países onde o lançamento anual de Madden NFL é sempre um momento de grande expectativa para os fãs de futebol americano. Esta franquia, embora não tenha tanta relevância na Europa, já se tornou um pilar dos jogos de desporto, tendo a EA Sports a responsabilidade de entregar uma experiência autêntica e envolvente a cada nova edição. Madden NFL 25 não é exceção, e a cada novo ano os jogadores esperam melhorias e ajustes de maneira a satisfazer todas as suas ideias e conceitos que façam o jogo cada vez melhor.

A pergunta que fica na cabeça de qualquer fã da série é se este ano a EA Sports conseguiu realmente elevar o nível do jogo ou se ficámos naquele nível onde o jogo parece uma atualização do jogo anterior. Obviamente que quando se trata de jogos de desporto da EA Sports é difícil ver grandes diferenças de uns anos para os outros, e isso acontece porque o realismo e a simulação já chegou a um nível tão alto, que as melhorias são sempre mínimas e já pouco existe a melhorar. Seja como for, vamos então começar pelos modos de jogo que Madden NFL 25 tem para oferecer este ano.

Como acontece todos os anos, o jogo apresenta uma variedade de modos de jogo. Entre os principais, temos o Franchise, Superstar e Ultimate Team, que continuam a ser os pilares da franquia, cada um oferecendo algo único para os jogadores.

O Franchise Mode continua a ser uma das opções mais robustas do jogo, principalmente para aqueles que desejam assumir o total controlo de uma equipa, desde a contratação de jogadores até a importante estratégia da equipa em campo. Uma das novidades deste ano é a melhoria na interface e na maneira como as decisões fora do campo afetam diretamente o desempenho da equipa. Foram também implementadas novas atividades semanais, como reuniões com jogadores e entrevistas com a imprensa, que trazem maior realismo e imersão. Isso faz com que tenhamos a sensação do impacto das nossas decisões em todos os aspetos da temporada. E, comparando com o ano anterior, o Franchise Mode sinceramente parece-me bastante mais dinâmico e recompensador, com menos ênfase nos menus que por vezes eram confusos e dando mais foco à experiência de construção e liderança da equipa.

Se passarmos a bola para o Superstar Mode, voltamos a ter a oportunidade de viver a carreira de um atleta da NFL. Começando como um rookie num draft, teremos de treinar e lutar bastante até nos tornarmos uma estrela, ou, quem sabe, uma lenda como foi o Tom Brady. Algo que pode não agradar muito aos jogadores é a seleção de posições, já que podemos dizer que é um pouco mais limitada, ainda assim, diria que as que existem foram refinadas para oferecer uma experiência mais autêntica. Uma boa novidade é a adição de mini-jogos e desafios ao longo da temporada, o que ajuda a manter um ritmo interessante e variado, enquanto as opções de personalização e progressão do jogador foram ampliadas, oferecendo mais controlo sobre o desenvolvimento da carreira. Comparado com o ano anterior, o Superstar Mode destaca-se pela introdução de novos elementos de jogabilidade e uma maior integração das decisões de longo prazo que realmente moldam a trajetória do nosso jogador.

Depois temos o tão conhecido Ultimate Team que continua a ter aquele misto de sensações. De um lado, toda a parte de construção de equipa de sonho, do outro, as malditas microtransações que vieram para ficar. Apesar de algumas melhorias, a verdade é que este é um modo de jogo que beneficia todos os jogadores que investem dinheiro real no jogo, o que o torna desigual. Em comparação com a edição anterior, o Ultimate Team não recebeu muitas mudanças substanciais, algo que por um lado pode decepcionar alguns jogadores, por outro, mantém a fórmula que tanta glória dá à Electronic Arts.

Em termos de jogabilidade, conforme é habitual nos jogos de desporto da EA Sports, todos os anos levam uma série de melhorias e ajustes que visam proporcionar uma experiência mais autêntica e fluida em campo. A principal inovação deste ano é a introdução do sistema Boom Tech, que refina os controlos dos jogadores durante as corridas, tackles, e interações corpo a corpo. Essa nova mecânica permite que movimentos como cortes rápidos, quebras de tackles e o uso do hit stick sejam mais responsivos e satisfatórios, dando aos jogadores um controlo mais preciso e realista sobre as ações dos atletas em campo.

Um dos destaques específicos é a forma como os corredores agora podem mudar de direção quase instantaneamente, mantendo o equilíbrio mesmo ao serem atingidos. Essa melhoria é particularmente notável em jogadores ágeis e de alto nível, como os running backs de elite, que agora conseguem escapar de situações difíceis de forma muito mais convincente. As animações de tackles também receberam uma atenção especial, com impactos mais viscerais e variados, tornando cada jogada defensiva uma experiência única.

Diria mesmo que comparado ao ano anterior, Madden NFL 25 mostra uma evolução clara em termos de física e animações. Ainda assim, e como acontece todos os anos, é normal que durante o ano aconteçam ajustes, já que nem todas as mudanças são perfeitas. E o feedback dos jogadores pode fazer com que o novo sistema seja revisto para pequenos ajustes, especialmente em momentos de colisões onde a física por vezes pode parecer exagerada ou inconsistente. Além disso, e embora o Boom Tech seja um passo na direção certa, ele pode tornar a curva de aprendizagem um pouco mais acentuada para os jogadores que agora estão a entrar na franquia.

Outra parte importante do jogo é a inteligência artificial, com o mundo a ver a IA cada vez mais desenvolvida em todos os campos, os jogos também não são diferentes, e diria que este ano podemos dizer que evoluiu significativamente em relação a títulos anteriores, oferecendo uma experiência de jogo mais desafiadora e realista. Uma das melhorias mais notáveis está no comportamento dos adversários controlados pela IA, que agora demonstram uma compreensão mais profunda das táticas e estratégias de futebol americano. Isso reflete-se especialmente nas escolhas de jogadas e nas reações a situações específicas durante as partidas.

Para vos dar um exemplo, as defesas controladas pela IA mostram uma maior capacidade de adaptar-se ao estilo de jogo do jogador. Se optarmos por explorar constantemente jogadas de passe curto, a defesa ajusta a cobertura, posicionando os defesas de forma mais apertada para contestar essas recepções. Da mesma forma, se usarmos demasiado um estilo de muita corrida, a IA irá responder trazendo mais jogadores para a linha de scrimmage, dificultando as corridas.

Outro detalhe que salta à vista é a maneira como a IA gere o tempo, especialmente nos momentos finais de jogo. Ao contrário do ano anterior, onde muitas vezes fazia escolhas ilógicas, como não pedir tempo em momentos cruciais, este ano a IA mostra mais consciência do tempo e das condições de jogo, simulando o que uma equipa real faria. Obviamente que estas melhorias acontecem em níveis de dificuldade mais altos, e no caso de níveis de dificuldade mais baixos, continua a ser previsível e a facilitar os jogadores.

Como tem sido apanágio da EA Sports, este ano as melhorias gráficas e do áudio também aconteceram, consolidando-se como um dos jogos mais imersivos da franquia. No que diz respeito aos gráficos, a versão deste ano refina ainda mais a fidelidade dos modelos dos jogadores e dos estádios, oferecendo uma experiência visual que se aproxima da realidade. As texturas das camisolas, os detalhes dos equipamentos e as animações dos jogadores foram significativamente melhoradas, proporcionando uma sensação de autenticidade. As condições climáticas, como chuva e neve, também receberam um tratamento mais realista, afetando não só a jogabilidade, mas também a aparência dos jogos, com campos que se degradam com o avançar do jogo.

Algo que os jogadores seguramente vão notar em comparação com títulos anteriores são as melhorias dos efeitos de iluminação, que agora são mais dinâmicos e naturais. Devido a essa iluminação, as sombras dos jogadores mudam de maneira bastante natural conforme a posição da iluminação, dando maior realismo e imersão. O ponto que poderia ainda assim estar melhor, tem a ver com a cara de alguns jogadores, que por vezes não estão detalhados, e que faz com que alguns não estejam tão reais como outros.

Quanto à componente sonora, sempre foi um ponto interessante neste jogo, e assim continua, o ambiente nos estádios está incrível, com as multidões a reagir ao jogo, e nota-se que o jogo consegue transmitir boa parte da atmosfera de um jogo da NFL. No aspecto do comentário, este ano temos a adição de uma narradora feminina, mais linhas de diálogo em algumas jogadas, e o detalhe nas observações está ainda melhor. Ainda assim, como acontece com todos os jogos de desporto, os comentários de alguns lances ficam completamente fora do contexto, dando uma sensação estranha para quem está a jogar.

Madden NFL 25 mostra como a franquia recebeu algumas melhorias, quer no aspecto gráfico, como na própria jogabilidade. Embora não seja perfeito, porque existe sempre espaço para melhorar, nota-se que é uma experiência envolvente que equilibra tradição e inovação. Para fãs do futebol americano, acredito que seja um título que não deixe ninguém indiferente, e que oferecerá muitas horas de diversão.