Developer: Rebelephant
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 20 de Junho de 2019

As tecnologias de informação estão sempre em evolução, e muitos de nós gostaríamos de ser uns autênticos mestres no que diz respeito a tudo o que está ligado à tecnologia. A verdade é que sempre que acontece algo que a maioria de nós não está habilitado para fazer, os jornais enchem as primeiras páginas com notícias sobre hackers. O que para os mais informados dá uma enorme vontade de rir, para outros fica sempre o bichinho de “quem me dera” saber fazer aquelas coisas.

A pensar provavelmente nas pessoas menos aptas nessas competências (a maioria de nós), a Rebelephant desenvolveu Mainlining. Convém dizer que este jogo já havia sido lançado para PC (via Steam), e agora chega à Nintendo Switch, sendo essa versão que vamos analisar. Neste jogo seremos um funcionário (hacker) ao serviço da MI7, e o vosso objectivo será conseguir resolver casos de polícia, ajudando a descobrir quem foram os criminosos que cometeram determinado crime. É o típico jogo, point and click que era muito usado antigamente nos chamados jogos de aventura gráfica.

Pois bem, ao iniciarem o jogo vão notar logo algo bem familiar para aqueles que são ou foram utilizadores do Windows XP, um belo “blue screen”. Depois teremos então um imitação do Windows XP chamada Rainbows MI7. E aqui quero dar já os meus parabéns à equipa de desenvolvimento pelo incrível trabalho em pixel art, desde os icons, aos botões e à barra inicial, é uma imitação bastante interessante do Windows XP, que logo aí ajuda a trabalhar com o “computador” que será o nosso terminal.

Aqui vamos ter acesso a emails, browsers, a sites fidedignos (outros nem tanto), a ferramentas de hacking, tracking, e até à imitação de outros sistemas operativos como o macOS e Linux. Podemos usar todas essas ferramentas para conseguir detectar pistas e soluções para os diversos casos que temos de resolver. Depois de perceberem como o jogo se desenrola percebem facilmente que além da simulação de hacking que o jogo quer transmitir é mais um jogo de quebra-cabeças. Até porque o facto de termos de solucionar casos de policia leva a isso mesmo: investigação.

Publicidade - Continue a ler a seguir

É nessa investigação que está a piada do jogo. Os casos, embora diferentes, estão por vezes interligados, e levam-nos a querer ir desvendando tudo para ir percebendo até a história que ali está, e claro, sermos o “herói” que está por trás de um monitor e que consegue solucionar casos – a bem ou a mal. Toda a atmosfera que o jogo oferece, desde a nostalgia dos antigos sistemas operativos, aos browsers, command lines, email e sites com aquele aspecto dos anos 90, deixam-nos embasbacados. Embora em pixel art, tudo está com um aspecto fenomenal. Ainda dentro disso temos os sons, que embora não sejam exactamente idênticos aos originais, são muito parecidos.

Ao longo do jogo vamos tendo acesso a um chat interno, onde recebemos algumas dicas, mas também bastante críticas. O mais difícil será conseguirem perceber a mecânica do jogo; daí os dois primeiros casos serem importantes porque conseguem fazer as coisas um pouco passo-a-passo, com a ajuda desse chat, e com os diversos emails que recebemos com as informações mais relevantes. Depois de testar o jogo na Nintendo Switch, tive a oportunidade de dar um salto ao Steam para comparar os jogos, e depois de os comparar é que percebemos os problemas que temos ao jogar no sistema da Nintendo.

[wonderplugin_slider id=1226]

 

O jogo é basicamente o mesmo, é verdade, porém, o problema está principalmente na falta de termos um teclado físico para jogar, porque para jogar na Nintendo Switch iremos ter um teclado virtual que nos ocupa grande parte do ecrã, tornando-se extremamente demorado fazer seja o que for dessa forma. Resumindo: algo que no PC fazem em 2 ou 3 segundos, na Nintendo Switch demoram uns 10. Agora imaginem quando estamos a fazer “hacking” de click em click. Para não falar que quando colocam o teclado no ecrã, este esta partido em 2, e ficam com o analógico esquerdo para uma parte, e o analógico direito para a outra, quase como se estivesse a emular uma mão com cada analógico (mas o problema é que passam a ser um daqueles trabalhadores que usam apenas um dedo para escrever uma tecla de cada vez). Chega a ser de loucos e o jogo aos poucos começa a perder a sua beleza, tornando-se um pesadelo.

Mainlining é um jogo que é óptimo pelo seu conteúdo. Tem uma boa história e o que nos tenta oferecer em termos de simulação está incrivelmente bem feito. Todo o grafismo está incrivelmente bem tratado, oferecendo um pixel art dos melhores que podemos encontrar, mesmo quando estamos a ver mapas e documentos. O problema para a Nintendo Switch está mesmo na tentativa de imitação do teclado, pois se jogarem no PC conseguem perceber como o jogo tem bastante sumo para vos oferecer.

REVER GERAL
Geral
Artigo anteriorUma estreante em Samurai Shodown
Próximo artigoCatan VR chega à Playstation 4
Rui Gonçalves
Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-mainlining-nintendo-switch<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Historia e casos interessantes!</li> <li style="text-align: justify;">O modelo de quebra-cabeças e puzzles está óptimo</li> <li style="text-align: justify;">O pixel art como a nostalgia que nos oferece é excelente</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">O teclado virtual estraga imenso a imersão no jogo</li> </ul>