Developer: KishMish Games, Ultimate Games S.A.
Plataforma: Xbox Series X|S, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, PC, Nintendo Switch
Data de Lançamento: 24 de abril de 2024
Milhares de pessoas usam o metro como meio de transporte para se deslocar diariamente entre locais. Já foi o meu caso em Lisboa, e numa das minhas muitas viagens, chegou-me a passar pela pela cabeça de como é que seria conduzir uma máquina daquelas. Respeitar a sinalização, as paragens no lugar certo, estar atento às estações, aos horários e às portas quando fecham para não entalar ninguém não deve ser tão fácil como parece. Como não podia deixar de ser, existe um jogo que nos coloca, mais ou menos, nessa situação e claro que é trazido pela Ultimate Games, a grande responsável por todo o tipo de simuladores que nunca esperaríamos ver.
Não joguei o primeiro jogo da franquia, mas para chegarmos a um Metro Simulator 2, é porque o primeiro teve algum apreço, nem que seja só de um nicho bastante específico, mas que faz a Ultimate Games continuar a apostar neste tipo de jogos. O meu primeiro impacto com o jogo também não foi o esperado, muito sinceramente eu queria conduzir o metro em Londres ou em Paris, com aglomerados de pessoas a entrar e a sair em cada estação e com os problemas normais de um metro numa cidade como essas. No entanto, a proposta é outra e o jogo leva-nos para Moscovo e mostra um pouco da história das várias carruagens que teremos de conduzir.
O jogo tem duas opções, o modo livre e um outro modo que jogamos por capítulos, intitulado de Cenários, tal como noutros jogos do género. No livre, fazemos praticamente aquilo que quisermos, escolhemos o estilo de comboio que queremos, que paragens vamos fazer, que sinais encontrar, se está muita gente ou pouca, os horários, entre outras coisas. Já no outro modo, somos colocados em diversos cenários, como maquinistas de metros mais antigos e de alguma forma históricos e importantes para uma certa população. Há um grande objetivo para cumprir em cada um e quando o fizermos, podemos seguir para o próximo cenário disponível. No entanto, não esperem tarefa fácil. Metro Simulator 2 é um jogo muito difícil, para quem não está familiarizado com ele e é capaz de desmotivar a alma mais motivada de todas.
Isto porque, primeiro que se consiga colocar o metro a funcionar, é um “ai jesus”. É certo que joguei numa Xbox e os comandos podem dificultar muito a vida, em relação a quem joga de rato no PC, mas mesmo assim achei muito pouco intuitivo e funcional, para um jogo que devia captar a atenção de quem, pelo menos por uma vez, teve a curiosidade de controlar uma máquina destas. Se forem mais expeditos ou já estiverem habituados ao primeiro jogo, provavelmente terão aqui alguns pontos de interesse. Estes cenários servem quase como uma história sobre a evolução do metro russo e como as coisas vão ficando mais automáticas ao longo dos tempos, mas não pensem que é por isso que as coisas ficam mais fáceis, até porque há outras tarefas que temos de nos preocupar.
Apesar de momentos que nos dão uma dor de cabeça desgraçada e em que aquilo não anda, a verdade é que apanhando o jeito, reconheço algum ambiente relaxante, quebrado apenas com as paragens para entrada e saída de passageiros, a uma determinada hora, específica e em que supostamente não nos podemos atrasar. Os horários são mais uma mecânica que devia estar melhor implementada, porque o mais certo é perderem-se nas horas, enquanto o tempo avança sem cumprirmos cada serviço. Para nos ajudar existe uma espécie de controlo avançado de velocidade, que permite evitar, entre outras coisas, colisões com outros comboios, caso falhem uma paragem num sinal vermelho ou uma direção que esteja errada.
O papel de um motorista não se fica por conduzir o metro, mas no final do turno é preciso ir até ao interior das carruagens assegurar que já saíram as pessoas todas e que as portas se encontram trancadas. O jogo não se esqueceu destes pormenores e por isso, terão de fazer isto algumas vezes.
A nível gráfico, este Metro Simulator 2 também não apresenta grandes novidades em relação ao primeiro. Está listado para consolas mais recentes, mas podia estar a rodar numa PS3 ou Xbox 360 que acho que não iríamos notar grandes diferenças. Aquilo que é mais real são mesmo as carruagens que estão muito bem recriadas no jogo.
A nível sonoro, também faltam opções, mas há trabalho bem feito, nomeadamente os sons dos túneis, das pessoas e dos carris com o metro em andamento. A grande falha é depois num som de fundo que não existe a bem dizer. A recomendação que eu faço é que coloquem a vossa própria playlist a tocar num programa à parte e aventura-se com viagens mais tranquilas. Até podem mesmo simular algumas playlists que ouvem nas colunas das estações, quando andam de metro.
Antes de terminar, e quer se goste ou não, acho positivo o preço a que o jogo está. Nota-se que sabe ao que vem e que ninguém o vai comprar se colocassem um preço altíssimo. Então o preço base ronda os 15-20 euros e muitas vezes até conseguem promoções generosas acima dos 50%.
Metro Simulator 2 é uma viagem com muitos problemas pelo caminho. Desde as dificuldades em arrancar, ao cumprimento de horários, passando pelos comandos pouco intuitivos, há demasiadas coisinhas para nos preocupar que deixam o jogo mais aborrecido. Não é apelativo a novos jogadores, mas já provou que tem o seu público e talvez consigam segurar esses resistentes. Eu dificilmente voltarei.