Developer: Sony Interactive Entertainment, San Diego Studio
Plataforma: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S e Xbox One
Data de Lançamento: 16 de Abril de 2021

O basebol não é o desporto mais popular deste lado do Atlântico. E por isso a cultura de ter na nossa prateleira, ou na nossa biblioteca digital um jogo de basebol todos os anos não é a mesma de ter um dos jogos de futebol, como FIFA ou PES. A cultura desportiva por cá é outra, enquanto nos Estados Unidos da América, o basebol é um dos desportos de culto, onde se vai em família e se vibra com cada ponto conquistado.

MLB The Show 2021 não é para todos nem para agradar a todos, mas sim para agarrar o nicho de jogadores que adoram a MLB. Este ano talvez ganhe mais alguns curiosos pela sua chegada à Xbox One e Xbox Series X|S pela primeira vez na história da franquia que era, até este ano, um exclusivo da Sony. O jogo até fará parte do Xbox Game Pass, permitindo que os assinantes desse serviço possam jogar desde logo MLB The Show 2021. Esta é também a sua chegada à nova geração e com isso alguns melhoramentos, ainda que menos do que o esperado.

Para os menos atentos a este jogo vou tentar explicar rapidamente e muito por alto como funciona um jogo de basebol. Um jogo tem vários innings, que na prática são dois turnos em que uma equipa ataca e tenta marcar pontos e depois defende para evitar que a outra equipa pontue. Quem ataca tem um batedor que recebe a bola do lançador e a tenta enviar, com o taco, para o mais longe possível. Após bater a bola, o jogador terá de correr e dar a volta ao “diamante”, passando as três bases até chegar à base de partida e fazer um ponto, enquanto os outros tentam evitar que isso aconteça fazendo chegar a bola até às suas bases que estão “guardadas” com os jogadores das suas equipas. Se a bola chegar primeiro a uma base sem que o atacante lá esteja este é automáticamente eliminado. Quem ataca não tem de passar as bases de seguida, pode fazê-lo de forma faseada até chegar ao final para não ser eliminado. Quando os batedores forem eliminados, mudam as posições e quem estava a atacar passa a defender. Do lado da defesa tudo começa com um lançador que manda a bola para o batedor. O objetivo é dificultar esse lançamento para que quem bate não o consiga fazer nas melhores condições e acabe por ser eliminado. No final ganha quem somar mais pontos em todos os innings, ou seja quem deu mais voltas às bases sem ser eliminado.

Vamos então entrar neste MLB The Show 2021 que, na prática, é um bom jogo e está tão bom ou melhor que o jogo do ano passado, mas como já o tinha dito há um ano, é mais uma atualização do que outra coisa. Para quem não jogou e gosta deste desporto pode e deve arriscar na compra porque não vai ficar desiludido, no entanto, a franquia sofre do mesmo problema que noutros campos afeta o FIFA, o PES, ou qualquer outro jogo de desporto que sai anualmente, que é a falta de novidades suficientes que nos leve a comprar o mesmo jogo todos os anos. Há sempre uma curta evolução de processos, e detalhes adicionados, mas que só a comunidade mais ligada a este desporto e que os compra todos os anos vai perceber isso e ligar a esses melhoramentos.

Um desses melhoramentos é o Pinpoint Pitching que coloca o foco na precisão da colocação quando enviamos a bola para o batedor. Este processo é para jogadores mais batidos que consigam manusear a trajetória da bola de forma quase perfeita como marca a linha indicadora. O analógico direito vai ditar essa precisão que é exigente e tem uma longa margem de aprendizagem ao longo do ano. Acredito que passará a ser a melhor maneira de atirar a bola, mas no tempo que joguei este MLB The Show 2021 não consegui dominar na perfeição esta técnica nova. É possível jogar de maneira mais básica, tal como nas edições anteriores em que podemos escolher qual a maneira que mais se adapta a nós para não fazermos má figura no campo e conquistar homeruns, uns atrás dos outros. O homerun, para quem não sabe, acontece quando o batedor manda a bola para o público e passa automaticamente as três bases, conquistando logo um ponto pelo menos. Mesmo para quem aterra de pára-quedas num jogo de basebol, é fácil perceber como se joga se optarmos por escolher definições de comandos simples.

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Joguei a maior parte do tempo a versão PlayStation 5, que em comparação com a PS4 encontrei algumas diferenças. A nível gráfico o jogo já era bom e assim continua, mas agora em 4K e a correr a 60fps. O salto geracional apenas tem modelos de jogadores mais realistas e animações que ajudam a ter uma melhor imersão de jogo. Os efeitos de luz também se notam, bem como as cores mais nítidas em todo o ecrã. A diferença está na maior rapidez no tempo de carregamento dos jogos e, no caso da PS5, na vibração do DualSense que vibra quase por tudo e por nada, seja uma bola a cair ou um embate mais forte com o taco na bola.

A nível de modos de jogo, MLB The Show 2021 acrescenta algumas alterações em modos já famosos da franquia, mas mantém os modos base quase inalteráveis. Podemos entrar no modo Franchise e controlar basicamente todos os aspetos do nosso clube, até mesmo os patrocinadores, escolhas de draft, entre outras coisas. Neste modo fazemos os jogos todos de uma temporada que continua por vários anos. O jogo continua a apostar também no March to October, no qual jogamos alguns momentos chave da temporada com uma equipa escolhida e tentamos chegar ao título da liga. As vitórias e as derrotas são definidas consoante a nossa prestação nesses mesmos momentos chave. Se passarmos com sucesso a nossa série de vitórias será uma realidade, mas por outro lado se não conseguirmos fazer bem o nosso trabalho nesses momentos, preparem-se para as derrotas que vão dificultar a chegada ao título tão desejado.

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O Road To The Show sofreu algumas alterações, nomeadamente na possibilidade de levar o jogador que criamos para outro modo bem popular, o Diamond Dynasty, uma espécie de Ultimate Team nestes campos do basebol. A ideia é fazer o que há uns anos era possível fazer no FIFA quando se jogava com Hunter na Caminhada, no modo um jogador e depois o podíamos usar na nossa equipa do FUT. Aqui é praticamente o mesmo. No entanto isto levanta algumas questões. O modo é muito parecido com o MyPlayer do NBA 2K, onde somos um jogador e vamos começar de baixo até conseguirmos chegar ao topo da liga e ser, quem sabe, o melhor jogador. A tarefa não é fácil, até porque a evolução é muito lenta. É doloroso evoluir o atleta e é chato termos quase sempre de jogar na mesma posição. É claro que podemos criar vários jogadores, mas a evolução não passa de uns para os outros. Ainda assim há uma nova maneira de se juntar o melhor desses dois mundos, onde existe um 2-way player com um sistema de perks onde podemos usar os que nos fazem mais falta para determinado jogo em que assumimos uma posição diferente daquela a que estamos habituados. Uma das desilusões são as microtransações num modo offline e single-player. Isto só acontece, digo eu, porque é possível passar este jogador para o outro modo, o que acaba por ser um pouco chato para quem quer só fazer umas boas épocas e vê o jogador a não evoluir assim tanto época após época. Uma das coisas que mais gostei foi que, entre jogos, aparecerem figuras reais como se estivessem na televisão a falar da nossa performance ou em podcasts dedicados apenas ao basebol.

Depois o Diamond Dynasty que é capaz de ser o modo onde muitos passarão grande parte do tempo em MLB The Show 2021. O sistema de cartas à boa maneira do FUT tornou-se hábito em jogos de desporto e este não é excepção. O modo já estava bem oleado e assim continua com desafios online e offline, venda e compra de cartas, coleções, entre outras coisas. Estes modos de abrir saquetas têm sempre o seu encanto com o tal senão das microtransações que acabam por estragar um pouco a experiência, mas isso levava-nos para outra discussão. 

A nível de edição é possível criar o nosso logo, o que me levou numa viagem até ao Pro Evolution onde criava alguns símbolos e há um novo modo de criação de Estádios, com os mais diversos recursos. Podem criar autênticas relíquias que só ali conseguiam existir e até quem sabe recriar alguns estádios mais famosos. Força nisso. A nível de interface, os menus estão mais limpos e simples do que a edição anterior, embora o facto de retirarem a possibilidade de passar as saves do jogo anterior para este me cause alguma estranheza. No anterior podíamos passar o nosso save game de uma época e continuar na nova versão. Desta vez, já não será possível. O jogo tem ainda uma boa banda sonora misturando o rock de Foo Fighters ou The Strokes com sons mais eletrónicos dos Avalanches ou o hip-hop de Run The Jewels.

MLB The Show 2021 mantém a beleza do basebol no campo e melhora com animações nas consolas da nova geração ainda que a nível visual seja mais um “port” do que outra coisa. Implementou um sistema de precisão para jogadores mais avançados e mantém a simplicidade de jogo para os novatos. Quem já jogou os dois jogos anteriores não vai notar grandes diferenças na jogabilidade e isso é um ponto contra, naquilo a que as franquias desportivas já nos habituaram nos últimos anos. As microtransações também estragam um pouco a experiência fora do campo, quando esta preocupação deveria ser a parte que menos importava.

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Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-mlb-the-show-2021<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Mantém a beleza gráfica</li> <li style="text-align: justify;">Novas animações na nova geração</li> <li style="text-align: justify;">Introdução do Pinpoint Pitching para uma maior precisão</li> <li style="text-align: justify;">O editor de Estádios</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Pouca diferença em relação ao jogo do ano anterior</li> <li style="text-align: justify;">As microtransações</li> <li style="text-align: justify;">Não dá para passar o save do jogo anterior como antes dava</li> </ul>