Developer: Sony San Diego Studio
Plataforma: Xbox One, Xbox Series, PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch
Data de Lançamento: 5 de Abril de 2022
Estamos à porta da abertura de uma nova temporada daquele que é considerado o passatempo favorito dos americanos. A próxima season da Major League Baseball começa no dia 7 de Abril, e como é tradição, o seu jogo oficial é lançado poucos dias antes. Esquecendo a exclusividade com a Sony pelo segundo ano consecutivo, MLB The Show 22 é novamente multiplataforma, com cross-play, cross-save e cross-progression integrados, proporcionando uma experiência sem fronteiras aos fãs da modalidade.
É já a décima sétima edição, e foi somente em 2021 que a MLB tomou a decisão e desejo de ir além do universo PlayStation, levando a franquia a ganhar similarmente versões para a Xbox One e Xbox Series. Em 2022 segue a mesma estratégia, e alarga as opções até à Nintendo Switch, estando agora nas principais consolas.
Este desporto pouco pode dizer aos europeus, e diga-se que, pela sua dinâmica, não é propriamente fácil de simular num videojogo. Porém, a Sony San Diego tem sabido recriar ao pormenor como é realmente o jogo do baseball, captando na plenitude a sua essência e compreendendo na base as características e a atmosfera que continuam a conquistar adeptos por todo o mundo.
Nesse sentido, não só existe uma preocupação em corresponder aos veteranos da série e da modalidade, mas igualmente dando especial atenção aos iniciantes. É, portanto, a melhor maneira de entender o desporto em si, mas mais importante ainda, de percebermos como nos sentimos mais confortáveis a praticá-lo. Há que admirar o sistema que o estúdio tem utilizado para gerir a linha entre o que é manual, e aquilo que é mais automatizado, entregando ao jogador as rédeas da sua própria evolução.
Assim, é altamente recomendável que quem está a jogar pela primeira vez, gaste algum tempo no treino de maneira a escolher quais os comandos que melhor encaixam nas suas preferências. Há opções com maior, ou menor domínio sobre o que pretendemos, seja a nível individual, ou colectivo, o que nos permite desfrutar do jogo sem pressões, e ir alterando conforme nos sentimos mais confiantes e ambicionamos uma superior sensação de controlo.
O gameplay é incrível e consegue reproduzir na perfeição a emoção de uma partida de baseball. A linha de aprendizagem para os estreantes – particularmente a bater – pode levar o seu tempo, mas não desesperem, porque até Ty Cobb, que tem a melhor percentagem de batidas da história da MLB, só acertava, em média, uma em três. Tudo o resto é relativamente fácil de aprender, e quando começamos a entrar na dinâmica do jogo e das competições, difícil mesmo será parar.
Nunca é tarefa fácil descrever títulos que têm lançamentos anuais, uma vez que quem transita de uma para outra nunca vai distinguir grandes transformações. Contudo, diria que a verdadeira reforma se deu na edição anterior, com MLB The Show 22 a dar continuidade às boas ideias e refinando alguns aspectos da jogabilidade. Ainda assim, podem esperar diversas coisas novas, algumas delas bastante interessantes, e que podem muito bem mudar a forma como jogaremos daqui para a frente.
A grande adição deste ano é sem dúvida o modo cooperativo. A Sony San Diego ouviu os fãs e respondeu favoravelmente, oferecendo a possibilidade de podermos jogar cooperativamente em jogos de 2v2 e 3v3. O cross-play também está aqui activado, por isso não precisam preocupar-se em que consola estão, porque será possível a todos jogarem juntos. E a julgar como o co-op funciona noutros jogos de desporto, passará a ser muito provavelmente o modo preferido de jogadores mais casuais que se querem simplesmente divertir em conjunto com os amigos.
Estará disponível tanto no Play Now, como no popular Diamond Dinasty. Neste último caso, tem um formato semelhante ao que podemos encontrar no myClub do Pro Evolution Soccer, onde as cartas dos jogadores se juntam para criarem a melhor line up. Tem as suas diferenças e especificidades – até porque retratam dois desportos diferentes –, mas não é menos apelativo, sendo uma óptima maneira de desfrutar do modo prevalente da franquia.
Mas as inovações no Diamond Dinasty – o equivalente ao Ultimate Team do FIFA – não se ficam por aqui. O Featured Programs foi ligeiramente restruturado para que possamos ter uma maior sensação de progressão, principalmente a longo termo, gratificando os jogadores mais dedicados. A componente singleplayer conhecida como Mini Seasons tem um novo modo offline, onde será criada uma pequena liga de 8 equipas que jogarão entre si numa fase regular, playoffs e final. O prémio da competição valerá bem a pena, mas não só, visto que até à final temos vários desafios para serem completados e que naturalmente serão bem recompensados.
Todavia, todos os card games precisam do seu simbolismo, e em jogos de desporto normalmente acontece por meio de atletas que deixaram a sua marca na modalidade. Aqui não foge à regra, e temos mais de 150 Legends, com múltiplos nomes inéditos a chegar ao título deste ano. Directamente da Hall of Fame, Randy Johnson é talvez o mais sonante, e terá a companhia de lendas como Brian Wilson, Kevin Youkillis, Ryan Howard, Kirk Gibson e muitos mais.
Da perspectiva narrativa, Road to the Show está de volta, e cada vez mais credível. O modo história cresceu imenso nas últimas edições, contudo, foi no ano anterior que presenciámos um maior salto. Em MLB The Show 22 a experiência é polida, mas há uma excelente novidade que os jogadores certamente vão adorar – é que agora podemos ter mais do que um Ballplayer! Isto significa que agora não estaremos apenas limitados à criação de apenas um jogador, e teremos a opção de gerar Ballplayers para os diferentes modos e necessidades. Uma notícia fantástica para quem dá prioridade ao RTTS.
O poderoso Franchise Mode é onde tivemos menos surpresas, mas é compreensível, dado que foi em MLB The Show 21 que se deu o verdadeiro salto evolutivo. A versão deste ano aponta meramente a melhorar o aspecto burocrático, ou seja, o plano dos contractos, das transferências e dos Free Agents; e poderá parecer pouco, mas do ponto de vista da imersão é relevante para quem procura o máximo de realismo das decisões tomadas pela inteligência artificial.
Na alternativa menos intensiva ao Franchise Mode – o promissor March to October – houve um maior investimento por parte da Sony San Diego. Pela primeira vez, vamos poder dar continuidade ao trabalho de uma época, transportando a progressão para as seguintes. Adicionalmente, podem contar com mais opções de personalização, como nomes e logos, e até acesso ao Stadium Creator. Este modo volta a incidir num público que busca um modo carreira mais prático, e vai ganhando robustez graças ao feedback positivo da comunidade.
Graficamente está extraordinário, sobretudo nas consolas da nova geração. Tudo está extraordinariamente bem ilustrado, desde os modelos, as animações dos jogadores, e o ambiente nos estádios. Em termos de performance temos uma jogabilidade fluída e sem quebras de frames. A vertente sonora também está dentro dos padrões da série, com música descontraída durante a navegação pelos menus que facilitam a consulta e a exploração.
MLB The Show 22 é um dos melhores jogos da franquia e a prova definitiva de que é a grande referência deste desporto. Já era uma extraordinária experiência para os fãs do baseball, mas com as novidades mencionadas e com todo o conteúdo que foi adicionado ficou ainda melhor.
Um home run da Sony San Diego Studio!