Developer: Sony San Diego Studio
Plataforma: Xbox One, Xbox Series, PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch
Data de Lançamento: 28 de Março de 2023

O basebol não é o desporto mais famoso em Portugal. Longe disso, quem gosta desta modalidade deve ter de ser bastante criativo para conseguir ver uma partida via streaming, porque na televisão portuguesa é impossível, mesmo com a quantidade de canais de desporto que há atualmente no mercado. 

Dos Estados Unidos, importamos mais o gosto pela NBA, pelo Hóquei no Gelo, o Futebol Americano, mas a moda do basebol não pegou tanto como os outros. Isso não significa que seja um desporto que não se goste, simplesmente não há o hábito de o ver, pelas razões que já falei. É nas versões anuais de MLB The Show que o nicho de fãs de basebol se podem agarrar para cativar novos públicos. Não sendo eu o maior entendedor deste desporto, a verdade é que desde 2020 me divirto com a franquia, nem que seja num período curto de tempo. Venha daí o home run.

A grande novidade de MLB The Show 23 é a The Negro Leagues que é de se tirar o chapéu. Este é um modo que nos conta várias histórias de atletas negros, que na altura, entre 1920 e 1948, tiveram de criar uma liga à parte porque não eram aceites na MLB. Em jeito de homenagem, o jogo dá-nos oito grandes histórias de figuras que marcaram essas ligas e cada uma tem uma data de desafios para completar. Bem ao estilo de um documentário desportivo, passamos os olhos por comentários e imagens animadas de cada atleta, num estilo bastante original de apresentar conteúdo. 

Nomes como Satchel Paige, Hank Thompson ou Martín Dihigo podem ser recordados e depois de completar cada história, ganhamos a carta desse mesmo jogador para usar no Diamond Dinasty, modo que já vou falar mais à frente, mas é o que corresponde ao FUT do FIFA. Tudo isto tem o apoio da Negro Leagues Baseball Museum que preserva a história e a memória destas ligas paralelas que tiveram de ser criadas na altura. O seu presidente, Bob Kendrick é quem assume a maior parte da narrativa para nos contar as outras histórias de cada um destes atletas. Os desafios são diversos, conforme a especialidade de cada um.

Já vos vou falar dos restantes modos que MLB The Show 23 tem para oferecer, mas primeiro quero referir que visualmente e até na maneira de jogar o jogo é quase igual ao do ano passado. Digo quase, porque há melhorias, mal seria, mas a olho nu, nem sempre são descodificadas. Há mais animações dos jogadores, novas cinemáticas de apresentação, etc…, mas a diferença, que se diga digna desse nome, não existe. Ainda assim, justiça seja feita, o grafismo apresentado é excelente, bem como as caras dos jogadores que se confundem com as verdadeiras. 

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Esta situação não é um mal apenas desta franquia, mas sim de quase todas as que englobam desporto e continuo a achar que o modelo de negócio usado em todas não é o melhor para os jogadores. Isto não impede que ano após ano, os mesmos jogadores comprem a nova versão a preço de lançamento, é normal, eu faço isso com o FIFA por exemplo e também acho que não muda assim tanto de ano para ano. Isto acontece porque há muitas vezes essa necessidade de quem joga, de ter algo novo, nem que seja as novas transferências. Neste aspecto, quem tiver uma Xbox e o seu serviço de jogos Xbox Game Pass, tem o jogo gratuito já desde a versão de 2021. O que até é engraçado, uma vez que quem faz o jogo faz parte da PlayStation Studios. Parece que a MLB assim o impôs e a Sony vive bem com isso. 

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De regresso aos modos de jogo, também eles são familiares de quem já jogou os títulos anteriores. No Road to the Show criamos o nosso atleta e tentamos levar a nossa equipa ao título. Podemos escolher um de três estilos de jogador, desde o Pitcher, aquele que lança a bola, jogadores de campo que se preocupam em ocupar as bases e apanhar a bola ou o chamado two-way player, que nos permite ser um misto de batedor e jogador de campo. No início, o nosso atleta está ao telefone e somos levados a escolher algumas respostas que vão definir alguma coisa no draft que se aproxima, para ver quem é a equipa que nos vai escolher. Acontece tudo tão rápido que nem me apercebi bem qual foi o critério, mas tudo bem. Rapidamente estão no balneário com a vossa equipa e a espreitar oportunidades para conseguirem jogar mais minutos. 

Depois o modo Franchise que é idêntico aos anteriores com uma data de opções para escolher os nossos jogadores, fazer trocas, falar com patrocinadores, fazer parte do draft e claro, jogar uma época inteira com os jogos todos que uma temporada implica. Ao contrário deste, para quem não costuma acompanhar assim tanto esta modalidade eu recomendo o modo March to October, que também já havia e nos leva a jogar apenas os momentos chave da temporada, fazendo com que uma vitória ou derrota, quando somos chamados à ação, influencie os resultados dos próximos jogos. Podemos jogar logo com candidatos ao título ou com equipas menos reputadas e tentar fazer o impossível. Este é o modo ideal para quem chega ao jogo e nem conhece assim tão bem as mecânicas do jogo. Se colocarem a dificuldade dinâmica, que vai mudando conforme as nossas prestações e as definições de bater a bola apenas a de carregar no botão na altura certa, podem não ter uma experiência de simulação que MLB The Show 23 pretende, mas garanto-vos que se vão divertir bastante mais.

É claro que o modo das cartas também continua cá. O Diamond Dynasty é equivalente ao FUT ou MyTeam e regressa com algumas novidades que, na prática não sei se vão resultar bem, mas pelo menos tenta fazer qualquer coisa. A estratégia usada é usar temporadas que já estão definidas e fazer cartas que podem ser usadas apenas nesse espaço de tempo. Há algumas que dão para sempre, mas outras têm de ser atualizadas. Isto é capaz de prolongar a longevidade deste modo, mas não o consigo comprovar, uma vez que a primeira temporada ainda agora começou. 

Aqui, há muita maneira de ganhar novas cartas, uma delas é a já tradicional de recorrer às moedas virtuais para as chamadas microtransações, mas as outras resultam em modos de jogo que vão desde jogar momentos específicos de jogos, fazer mini temporadas de 28 partidas, jogar para o ranking com outros jogadores online, entre outros. Podemos comprar packs, trocar jogadores para ter acesso a novos pacotes e até fazer parte de um mercado de transferências, não tão evoluído como no FUT, mas ainda assim dá para conseguirmos ter um jogador específico que esteja a ser vendido por outro utilizador.

Há ainda os modos rápidos de jogo offline e online, sozinho ou em modo cooperativo até 3vs3, ligas customizadas por nós e um modo muito divertido que é o Home Run Derby, onde num torneio a eliminar até oito jogadores tentamos levar a melhor sobre eles no que toca à arte de bater a bola para o público, de maneira a fazermos o chamado home run

A banda sonora é eclética e mistura rock dos Thin Lizzy ou dos Metallica com indie pop de Phoenix ou o hip-hop de Oddisee. Ao todo são quase 50 temas numa lista com bastante variedade e capaz de agradar a quase todos. Os efeitos do público, o hino apresentado na abertura dos jogos e os sons suaves da bola, ainda que subtis, fazem alguma diferença na maneira de olhar para o jogo e envolve mais do que aquilo que parece à primeira vista.

MLB The Show 23 vai buscar a história para ficar ele próprio na história dos jogos de basebol como o primeiro a trazer o modo Negro Leagues. Homenageia alguns atletas antigos que marcaram a liga paralela que havia antigamente e dá a conhecer os seus feitos, a quem hoje olha para o desporto como garantido. Este é um passo em frente na franquia, mas não se livra das críticas dentro do campo, onde tudo, ou praticamente tudo, está igual às últimas edições.

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Élio Salsinha
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-mlb-the-show-23<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">The Negro Leagues</li> <li style="text-align: justify;">Dificuldade dinâmica</li> <li style="text-align: justify;">Boa apresentação gráfica</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Praticamente igual ao ano passado</li> <li style="text-align: justify;">Não é muito fácil para novos jogadores</li> </ul>